Tradução de Dutchman ghosts and the history mystery: ritual, colonizer, and colonized interpretations of the 1763 Berbice slave rebellion”. Publicado originalmente em Journal of Historical Sociology, v. 3, nº 2, 1990, p. 133-165. Resumo [Original do texto]:Em ordens coloniais os subordinados mais empobrecidos e com menos poder tiveram poucas oportunidades de armazenar suas imagens do passado em formas tradicionalmente utilizadas por historiadores. Neste ensaio, eu exploro interpretações históricas da rebelião de escravos de Berbice de 1763 presentes em três rituais, cuja maioria dos participantes são residentes empobrecidos de comunidades rurais guianenses. Eu contrasto os temas endereçados nessas imagens com aqueles endereçados por relatos da rebelião presentes em abordagens coloniais e pós-coloniais de colonizadores e de colonizados. O foco de minha descrição e de minha análise é a relação entre abordagens históricas e as identidades sociais de seus produtores.
* Victor Miguel Castillo de Macedo é cientista social pela Universidade Federal do Paraná e mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social pela mesma Universidade. Joaquim Maloa é cientista social moçambicano e doutorando em Geografia pela Universidade de São Paulo. A revisão técnica desta entrevista foi realizada por Benno Warken Alves e Lucas Amaral de Oliveira, ambos mestrandos do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade de São Paulo (PPGS/USP). 1 Éric Morier-Genoud, lecturer em História Africana na Queen's University Belfast, do Reino Unido.
Neste trabalho exploro a multiplicidade de papéis e sentidos que coisas e seres não-humanos contém em festas de religiosidade popular na República Dominicana. Tomo como ponto de partida as controvérsias que se passaram durante um trabalho de campo sobre a Fiesta de San Miguel, em torno das velas e dos velones (velas grandes) que se diferenciam por cor e tamanho. O pano de fundo para essa breve reflexão é o enunciado que opõe catolicismo e vodu – do qual argumento que objetos/coisas, formas e cores circulam, mobilizam e articulam sentidos e valores que tornam mais complexa tal oposição. Também caracterizo a intensidade e a duração temporal desta fricção em outras épocas e registros. O objetivo é demonstrar de que maneira elementos sensíveis e estéticos alimentam uma contiguidade entre os polos dessa antinomia, que termina por fortalecer San Miguel, como santo e mistério, na compreensão dominicana.
Neste artigo analiso a ausência de transição política na República Dominicana da década de 1960 através de fragmentos da vida de um revolucionário e seu filho. Este é um desdobramento de minha tese sobre ex-combatentes da Revolução de Abril de 1965 em Santo Domingo, capital do país. Durante a pesquisa de campo, conheci pessoalmente o senhor que era um pré-adolescente quando foi preso em 1967 pelo serviço secreto do governo de Joaquín Balaguer (1966-1978). A história, comentada nos jornais da época, levanta um problema quanto ao entendimento atual do que foi a revolução: se para muitos dos ex-combatentes foi bem-sucedida e hoje é reconhecida pelo governo dominicano como uma efeméride pátria, parte de seus efeitos foram silenciados. A transição democrática esperada pelos revolucionários se transformou em 12 anos de tirania, mesmo tendo sido chancelada pelo voto popular. O caso traz a chave temporal dos efeitos estendidos do pós-revolução de 1965, o retorno do autoritarismo e sua diluição num regime supostamente democrático. Meu objetivo é demonstrar que nas trajetórias desses revolucionários se encontram fragmentos e enredos que permitem um entendimento das permanências do autoritarismo na República Dominicana.
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