O objetivo do artigo é enquadrar o tema da formação de educadores de jovens e adultos na problemática mais ampla da constituição da educação de jovens e adultos como campo pedagógico. Inicialmente, destaca-se o prejuízo que o tratamento compensatório e assistencialista acarreta para a construção da identidade dessa modalidade educativa e a profissionalização de seus agentes. Em seguida, são comentados alguns temas-chave que deveriam ser incluídos na formação inicial e contínua dos educadores de jovens e adultos: a dimensão política dessa prática, a funcionalidade das aprendizagens escolares para os jovens e adultos trabalhadores e a consideração das formas de pensamento que lhes são características. Finalmente, destaca-se a importância de se experimentar novas formas de organização do ensino dirigido a jovens e adultos.
RESUMO: O artigo discorre sobre o alfabetismo funcional, conceito que se refere à condição de pessoas ou sociedades que utilizam a leitura e a escrita. Recupera as origens do conceito e suas diversas aplicações, inclusive servindo a concepções teóricas divergentes. Aponta os principais problemas teóricos e metodológicos implicados na pesquisa sobre o tema. Afirma as tendências mais atuais no campo, que consideram o alfabetismo como fenômeno multidimensional e a importância de se considerarem os contextos práticos e ideoló-gicos em que realizam os usos da leitura e da escrita. Descreve, em linhas gerais, as opões metodológicas de um estudo sobre o tema que vem sendo realizado na América Latina, do qual participa uma equipe de pesquisadores brasileiros.Palavras-chave: Alfabetização de adultos, analfabetismo funcional, educação de adultos, leitura, linguagem escrita Analfabetismo é uma palavra utilizada no português corrente para designar a condição daqueles que não sabem ler e escrever; já seu antônimo afirmativo, alfabetismo, mesmo já tendo sido dicionarizado, ainda soa estranho aos falantes do idioma. Comentando essa curiosidade semântica, Magda B. Soares (1995) observa que o mesmo fato já ocorrera com o termo literacy, do inglês, que só passou a ser correntemente utilizado no final do século XIX, mais de dois séculos depois do surgimento do termo illiteracy, talvez porque a necessidade de compreender a condição dos que sabem ler e escrever tenha aparecido mais tardiamente na * Assessora de Acão Educativa, Assessoria, Pesquisa e Informação. Doutoranda no programa de pós-graduação em Filosofia e História da Educação da PUC-SP.
RESUMO: Este artigo discute a situação atual da Educação de Jovens e Adultos no Brasil. Iniciando a discussão por uma revisão histórica das políticas de educação de adultos nas grandes reformas educacionais deste século, conclui com uma análise das possibilidades de realizar uma educação em suplência que de forma renovada não caia na repetição dos erros do passado nem escolarize demais este nível de ensino. Palavras-chave: Política Educacional; Política de Educação de Jovens e Adultos; Brasil.A educação de jovens e adultos é um campo de práticas e reflexão que inevitavelmente transborda os limites da escolarização em sentido estrito. Primeiramente, porque abarca processos formativos diversos, onde podem ser incluídas iniciativas visando a qualificação profissional, o desenvolvimento comunitário, a formação política e um sem número de questões culturais pautadas em outros espaços que não o escolar. Além disso, mesmo quando se focalizam os processos de escolarização de jovens e adultos, o cânone da escola regular, com seus tempos e espaços rigidamente delimitados, imediatamente se apresenta como problemático. Trata-se, de fato, de um campo pedagógico fronteiriço, que bem poderia ser aproveitado como terreno fértil para a inovação prática e teórica. Quando se adotam concepções mais restritivas sobre o fenômeno educativo, entretanto, o lugar da educação de jovens e adultos pode ser entendido como marginal ou secundário, sem maior interesse do ponto de vista da formulação política e da reflexão pedagógica. Quando, pelo contrário, a abordagem do fenômeno educativo é ampla e sistêmica, a educação de jovens e adultos é necessariamente considerada como parte integrante da história da educação em nosso país, como uma das arenas * Assessores da Organização Ação Educativa -Assessoria, Pesquisa e Informação.
RESUMO:Este artigo sintetiza os principais resultados de uma pesquisa realizada em 2001 sobre as condições de letramento dos jovens e adultos brasileiros. Os dados foram recolhidos em uma amostra representativa da população entre 15 e 64 anos, à qual foram aplicados um teste de leitura e um questionário visando a levantar informações sobre background educacional, usos da linguagem escrita em diferentes contextos, além do julgamento das pessoas sobre suas capacidades e disposições quanto à leitura e à escrita. Depois de discutida a relevância de uma pesquisa dessa natureza, assim como os problemas teórico-metodológicos nela envolvidos, descrevem-se os níveis de alfabetismo que foram verificados por meio do teste e algumas práticas de letramento a que correspondem. Em seguida, analisam-se correlações entre os níveis de alfabetismo e algumas variáveis intervenientes, entre as quais se destaca o grau de escolaridade.Palavras-chave: Letramento. Analfabetismo. Avaliação. LITERACY IN BRAZIL: SOME RESULTS FROM THE BRAZILIAN INDICATOR OF FUNCTIONAL LITERACY?ABSTRACT: This paper summarizes the main results of a survey on literacy conditions of Brazilian youths and adults. The data were collected in 2001 from a nationally representative sample of the population, aged 15 to 64. Respondents were submitted to a reading test before answering a questionnaire aimed at providing information about their educational background, their uses of * Pesquisadoras da ONG Ação Educativa -Assessoria, Pesquisa e Informação.
RESUMOEste artigo descreve e analisa um sistema de indicadores sobre qualidade da escola que tem sido desenvolvido no Brasil por iniciativa de uma organização não governamental (Ação Educativa) e dois organismos internacionais (Fundo das Nações Unidas para a Infância -Unicef -e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento -PNUD), contando com a participação de outras instituições governamentais e não governamentais de todo o país. O objetivo principal desses indicadores é o engajamento da própria comunidade na luta pela melhoria da qualidade da escola, o que lhes confere características peculiares. Em primeiro lugar, desenha-se o contexto político que gerou a iniciativa, em seguida, o processo de elaboração do sistema, depois seus fundamentos e características. Conclui-se com comentários sobre as principais questões surgidas na primeira utilização experimental do sistema em 14 escolas de educação básica e as perspectivas do projeto. ESCOLAS -QUALIDADE DO ENSINO -POLÍTICAS PÚBLICAS
RESUMO: O artigo apresenta uma pesquisa que buscou identificar características de escolas que têm a capacidade de incidir positivamente no processo de alfabetização e na redução dos índices de evasão dos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Foram analisadas três escolas da rede municipal do Rio de Janeiro que integram o Programa de Educação de Jovens e Adultos (PEJA) e têm bons indicadores de aprendizagem, permanência e aprovação, à luz da literatura sobre a pesquisa em eficácia escolar. Os resultados mostram que as escolas eficazes na modalidade EJA tomam atitudes explícitas para promover a assiduidade dos alunos. Estas instituições são organizadas quanto à disciplina e orientação curricular, além de contar com equipes pedagógicas (diretores, coordenadores, orientadores e professores) integradas e focadas no ensino e na aprendizagem. E mantêm altas expectativas em relação ao desempenho e à trajetória escolar dos alunos. Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos. Eficácia Escolar. Programa de Educação de Jovens e Adultos do Município do Rio de Janeiro (PEJA).
<span style="font: 13px/normal verdana, arial; color: #000000; text-transform: none; text-indent: 0px; letter-spacing: normal; word-spacing: 0px; float: none; display: inline !important; white-space: normal; background-color: #ffffff;">Este artigo descreve o desenvolvimento de uma escala de proficiência para medição do alfabetismo de populações brasileiras jovens e adultas, combinando habilidades de leitura e habilidades matemáticas. A escala foi desenvolvida com base em dados coletados pelo Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional (Inaf), que de 2001 a 2007 realizou seis estudos com aplicação de testes de proficiência a amostras representativas da população brasileira de 15 a 64 anos de idade, por meio de entrevistas domiciliares. Primeiramente, são apresentadas algumas referências internacionais de estudos congêneres, com destaque para as opções metodológicas adotadas na definição dos domínios compreendidos pelo alfabetismo. Depois, faz-se um breve histórico dos avanços metodológicos realizados pelo Inaf desde seu lançamento e das bases que levaram à proposição de uma escala combinada. Apresentam-se então as análises psicométricas e conceituais que fundamentam a proposição da escala combinada, a descrição dos níveis de alfabetismo definidos a partir dela e alguns resultados obtidos de 2001 a 2007 com a amostra nacional de jovens e adultos.</span>
Qu es tões em tor no da cons tru ção de in di ca do res de anal fa be tis mo e le tra men to Vera Ma sa gão Ri be i ro Ação Edu ca ti va -Asses so ria, Pes qui sa, Infor ma ção Re su moEste ar ti go dis cu te ques tões em tor no da cons tru ção de in di cado res de anal fa be tis mo e de seu opos to, o le tra men to. Pri me ira men te, ana li sa a evo lu ção des ses con ce i tos e sua re le vân cia para o cam po da edu ca ção. Em se gui da, des cre ve a si tu a ção bra si le i ra em re la ção a três es tra té gi as de me di ção de anal fa betis mo e le tra men to: os cen sos po pu la ci o na is, as ava li a ções dos sis te mas de en si no e os es tu dos por amos tra gem. Ana li sa proble mas me to do ló gi cos de cada uma des sas es tra té gi as e suas im pli ca ções po lí ti cas e ide o ló gi cas. Em re la ção aos da dos cen sitá ri os, ques ti o na a va li da de do cri té rio ado ta do pelo IBGEme nos de qua tro anos de es co la ri da de -para quan ti fi car o anal fa be tis mo fun ci o nal. Apon ta as po ten ci a li da des das ava li ações dos sis te mas de en si no, evi den ci an do sua gran de re percus são na mí dia e a pou ca aten ção que re ce bem dos es pe ci a listas da aca de mia. Com re la ção às pes qui sas por amos tra gem, des cre ve ten dên ci as in ter na ci o na is re cen tes e uma ini ci a ti va pioneira de cons tru ção de um in di ca dor na ci o nal de al fa betis mo no Bra sil. Des ta ca a im por tân cia de cri ti car os mi tos as soci a dos ao le tra men to e evi tar os es tig mas as so ci a dos ao anal fabe tis mo. Con clui que a di vul ga ção de pes qui sas, so bre o le tramen to e sua dis tri bu i ção na po pu la ção, pro por ci o na uma rica opor tu ni da de para que a so ci e da de re fli ta so bre a pró pria cultu ra, so bre suas ex pec ta ti vas com re la ção à es co la e ou tras insti tu i ções. Pa la vras-chaveAnal fa be tis mo -Le tra men to -Esta tís ti cas -Ava li a ção.
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