RESUMOA profissão do intérprete educacional tem ganhado espaço dentro da sala de aula. Salientamos que a notória presença e a maior visibilidade, atualmente, do intérprete de língua de sinais, é caracterizada no ensino superior. Isso em cumprimento da legislação que garante ao educando, com necessidades especiais, as mudanças necessárias para o atendimento e as adaptações pertinentes ao seu pleno acesso dentro da instituição de ensino. Nesse estudo observaremos a atuação do intérprete no ensino superior e as mudanças corporativas referentes à recepção e enquadramento deste novo profissional da educação. PALAVRAS-CHAVEIntérprete de língua de sinais; Ensino superior; Inclusão; Surdez. IMPLICATIONS AND CONQUESTS OF THE PERFORMANCE OF THE INTERPRETER OF LANGUAGE OF SIGNALS IN SUPERIOR EDUCATION ABSTRACTThe profession as an educational interpreter has gained more and more ground in the classroom. It is important to emphasize that the greater current presence and visibility of the interpreter are specially noticed at the university-level education. That is due to the Brazilian legislation, which guarantees the necessary changes and adaptations for pupils with special needs, so that he or she can have full access to the educational facilities. This study aims to show the work of the interpreter in higher education and the corporate changes concerning the reception and the adjustments of this new professional in education.
Neste artigo, objetiva-se realizar uma discussão sobre o novo perfil de tradutores e intérpretes de língua de sinais que está se constituindo no Brasil a partir das políticas públicas de incentivo à formação deste profissional. Analisa-se, qualitativamente, um questionário semiaberto respondido por alunos de um curso de Bacharelado em Tradução e Interpretação em Libras e Língua Portuguesa de uma universidade federal localizada no Estado de São Paulo. Os resultados apontam para uma busca pela área não mais marcada pela relação prévia com os surdos ou para a diplomação de uma atividade já praticada, mas pela opção de pontuação atribuída na lista de escolha profissional do Sistema de Seleção Unificado (SISU). Isso remonta a hipótese de um novo perfil profissional distinto do das décadas de 1980, 1990 e 2000. Com a visibilidade e disseminação da língua de sinais os ingressantes têm enxergado nesta língua mais uma opção de formação para o mercado profissional. Problematiza-se, então, a necessidade de se promover uma formação que congrega, desde o primeiro ano, sujeitos não falantes da Libras, bem como seus desafios didáticos e pedagógicos na formação e, com isso, na promoção da acessibilidade comunicacional das comunidades surdas brasileiras.
-Deaf Education and Bilingual Proposal: activation of new knowledge from the perspective of the philosophy of difference. This article aims to put in dialogue French philosophy and deafness, using the constructs of the authors Gilles Deleuze, Félix Guattari and Michel Foucault, regarding the conceptual and creative action of the philosophy of difference. Such a perspective is shown as being the driving force of a militant and powerful thinking to compose new practices in deaf education. Inclusive education and discourses on deafness guided by the sameness logic that erases the difference of being deaf are problematized. How to raise deafness registration possibilities in another logic? As a suggestion, it would be the inconvenience of not doing the same, of not noticing their bodies through orthopedic techniques but to recreate, reactivating other knowledges, as an ethic of being singular. Following this, deaf resistance emerges, made effective by other forms of exercises and life affirmation. It is by enunciating the linguistic difference and by the visual ability given to the singular experience of not hearing, which has marked the petition of a bilingual education (in Brazil): the Brazilian Sign Language (Libras) and the Portuguese language. Keywords: Deaf Education. Philosophy of Difference. Bilingual Education. Sign Language. Deafness. RESUMO -Educação de Surdos e Proposta Bilíngue: ativação de novos saberes sob a ótica da filosofia da diferença. O presente trabalho objetiva travar um diá-logo entre filosofia francesa e surdez, a partir dos constructos dos autores Gilles Deleuze, Félix Guattari e Michel Foucault, no que tange a ação conceitual e criativa da filosofia da diferença. Tal perspectiva se mostra propulsora de um pensamento militante e potente para compor novas práticas na educação de surdos. Problematiza-se a educação inclusiva e os discursos sobre a surdez pautados na lógica da mesmidade que apaga a diferença surda. Como alçar possibilidades de inscrição da surdez em outra lógica? Como sugestão, seria no incômodo de não se fazer igual, de não reparar seu corpo por meio de técnicas ortopédicas, mas de se recriar, reativando outros saberes, numa ética de se fazer singular. Nessa via, emerge a resistência surda, sendo efetivada por meio de formas outras de exercício e afirmação da vida. É pela enunciação da diferença linguística e pela visualidade conferida à experiência ímpar da não audição que tem se marcado a petição de uma educação bilíngue (no Brasil): língua brasileira de sinais (Libras) e língua portuguesa. Palavras-chave: Educação de Surdos. Filosofia da Diferença. Educação Bilín-gue. Língua de Sinais. Surdez.
Este artigo tem como objetivo traçar meu percurso de pesquisa na área da interpretação em contexto de ensino para afirmar a ação pedagógica do tradutor e intérprete de língua de sinais educacional (TILSE), bem como, marcar os desafios atuais de formação destes profissionais uma vez que lidam com contextos complexos que envolvem a relação de aprendizagem de sujeitos surdos no cotidiano escolar. Pretende também apresentar as interações necessárias do intérprete educacional ao fazer a mediação entre conhecimentos e sujeitos (professores, alunos ouvintes e alunos surdos). Tais aspectos percorrem um novo olhar sobre a ação ética destes profissionais tomadas a partir dos estudos da filosofia da diferença, mais especificamente, em Michel Foucault, e suas contribuições às questões que envolvem a relação entre subjetividade e verdade.
Este artigo irá apontar situações de invisibilidade - "sensação de apagamento" - vivenciadas por mim na sala de aula atuando como intérprete educacional de língua de sinais no ensino superior. A proposta é de fazer uma reflexão das minhas experiências empíricas protagonizadas neste contexto, de sala de aula inclusiva, dialogando, de forma interesseira e interessada, com os saberes da psicanálise. O objetivo é entender as causas que levam o "apagamento" do outro: se à explícita exclusão e extermínio da diferença ou se à uma forma de mascarar uma situação incômoda de inclusão como sendo algo aparentemente tranqüilo – aceito – mas, ainda assim caminhando para a exclusão do outro só que agora de uma forma sutil e discreta.This article will go to point situations of invisibilidade - "deletion sensation" - lived deeply by me in the classroom acting as educational interpreter of language of signals in higher education. The proposal is to make a reflection of my carried out empirical experiences in this context, of inclusive classroom, dialoguing, of interesseira form and interested party, with knowing them of the psychoanalysis. The objective is to understand the causes that take the "deletion" of the other: if for the explicit exclusion and extermínio of the difference or as one it forms to mask a situation bothers of inclusion as being something parently calm - accepted - but, still thus walking for the exclusion it another one only that now of one it forms subtle and discrete
O artigo objetiva apresentar a experiência de vida surda como acontecimento ético e estético. O ethos surdo se constitui pelas diferenças e é efeito das marcas de uma expressividade que se estende aos corpos. Os estudos numa perspectiva cultural da surdez, da qual somos parceiros, agenciam-na por seus marcadores linguísticos e culturais. Nossa mirada abrange as particularidades linguísticas, de uma língua de modalidade gesto-visual, mas amplia a perspectiva ao dar ênfase aos restos-acontecimentos que são efeitos das sensações surdas, das performances corporais, dos gestos e da expressividade do pensamento surdo que se produz nesse acontecimento único que funda a experiência do ser surdo. Para tais argumentações pautamo-nos da perspectiva ontológica, de uma ontologia da deficiência como espaço da falta, de uma plasticidade destrutiva, que constitui os corpos surdos e os fazem singulares pelo acidente. São de experiências únicas de corpos produzidos nesta expressividade enigmática e única que traçamos nossas problematizações de modo a afirmar a surdez em sua potencialidade afirmativa de um acontecimento singular que se materializa em corpos vivos, em línguas/corpos.
ResumoO presente artigo problematiza a proposta bilíngue para crianças surdas na Educação Infantil e sua importância para o desenvolvimento linguístico do sujeito surdo. A partir da descrição de uma cena escolar em uma escola Polo bilíngue da rede municipal no interior de São Paulo, discute a aquisição de linguagem precoce e a relevância do brincar na Educação Infantil e reflete sobre a aquisição da língua de sinais nessa faixa etária, por meio da interação dialógica com o outro (surdo). Enfatiza a necessidade de políticas que estimulem a entrada da criança surda neste nível de ensino e valorizem a especificidade da surdez numa vertente bilíngue (Libras/Português) e também sugere a ampliação de escolas polos, inclusivas e bilíngues, para estudantes surdos e a adoção da língua de sinais como língua de instrução, com professores surdos e colegas surdos.
Resumo O presente artigo objetiva analisar as trajetórias históricas e as composições de saberes que ativaram um novo cenário educacional inclusivo bilíngue para surdos, distinto das propostas inclusivas consonantes com o modelo referendado pelas diretrizes que sustentam os discursos e as práticas na educação especial. São apresentadas propostas bilíngues para surdos e as ações que buscam romper com o paradigma que ainda mantém a centralidade educacional na língua portuguesa. Os conceitos das filosofias da diferença, em Michel Foucault, Gilles Deleuze e Félix Guattari, contribuíram para a análise e historicização (saber/poder) dos fatores que possibilitaram a emergência de projetos bilíngues como um campo de investigação possível. Nesse sentido, a relevância desta pesquisa consiste em contribuir com as discussões existentes sobre os deslocamentos de saberes para procedimentos educacionais, realizados em municípios que adotam métodos inclusivos bilíngues, a fim de demarcar a história dos movimentos sociais em direção a propostas de escolas-polo bilíngues.
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