InTRODUçãODesde 1886, quando foi descrito pela primeira vez por Fitz, a apendicectomia é o procedimento de escolha para os casos de apendicite aguda 2 .Ao longo do tempo, as técnicas operatórias foram evoluindo, e a videocirurgia surgiu para minimizar os efeitos dos procedimentos operatórios 2,5,7,10 .Em 1982, Kurt Semm, em Kiel, Alemanha, realizou a primeira apendicectomia por via laparoscópica, embasado no sucesso da utilização da videocirurgia para outros órgãos como a vesícula biliar, com bom campo operatório 5,7,10 . Este método proporciona alguns benefícios relevantes para os pacientes, tais como, menor tempo de internação, melhor pós-operatório, menor índice de infecção da ferida operatória, retorno precoce as atividades habituais, além de proporcionar completa visualização da cavidade abdominal 1,2,4,5,8.9 .Apesar desses benefícios, muitos ainda não a consideram como procedimento padrão devido à falta de estudos para seguimento de seus resultados à longo prazo e pelo elevado custo financeiro e recursos tecnológicos necessários 2,3,6 .O presente estudo tem por objetivo relatar os resultados obtidos em 300 casos de apendicite aguda avaliados prospectivamente, tratados com apendicectomia videolaparoscópica e seguidos a longo prazo.
MÉTODOSForam estudados 300 casos de apendicectomias videolaparoscópicas que procuraram atendimento no Hospital da Beneficência Nipo-Brasileira da Amazônia, no período de agosto de 2000 à julho de 2008.Após o diagnóstico confirmado de apendicite por exame físico e leucograma, era iniciado o preenchimento de protocolo próprio e os preparativos pré-operatórios. O protocolo incluía dados demográficos, aspectos clínicos e de achados físicos para o diagnóstico, resultados do leucograma, aspectos técnicos do procedimento cirúrgico, posição do apêndice, fase de inflamação apendicular, operações associadas realizadas, tempo operatório, complicações pós-operatórias e a recuperação pós-operatória.A técnica cirúrgica utilizou 3 portais de acesso à cavidade abdominal, localizados em: região mediana supra umbilical (trocarte de 10 mm), transição do flanco esquerdo para a fossa ilíaca esquerda (trocarte de 10mm) e em fossa ilíaca esquerda (trocater de 5 mm) (Figura 1).