Resumo Em resposta aos impactos sanitário, social, econômico e político causados pela pandemia de COVID-19, diversos países assumiram o isolamento físico como medida preventiva. A preocupação com a alimentação “saudável” acentuou-se neste contexto e guias alimentares foram elaborados como uma estratégia de orientação sobre alimentação. Este artigo tem como objetivo realizar uma análise crítica e comparativa de quatro guias alimentares publicados no Brasil e na Espanha neste período, a partir de três eixos: as concepções sobre o comer saudável, o lugar atribuído à multidimensionalidade do ato alimentar e a relevância da interseccionalidade. A comparação dos documentos efetuou-se a partir de uma abordagem qualitativa baseada na análise do discurso. Os documentos apresentam diferenças quanto ao formato e o conteúdo das recomendações, porém a construção discursiva de todos os guias é normativa e reproduz uma perspectiva fundamentalmente biomédica centrada nos nutrientes e na responsabilização individual, sem considerar com profundidade a multidimensionalidade do ato alimentar e as especificidades dos contextos micro e macrossociais. Revela-se também a necessidade da inclusão das dimensões interseccionais de gênero, raça, etnia e classe nas recomendações propostas.
Este estudio se desarrolla en contexto de crisis económica que afecta a Europa, y consecuentemente, al Estado español, a partir del año 2008. Y analiza, a través de un enfoque etnográfico, las formas de reconfiguración de las redes sociales de apoyo de personas que utilizan servicios asistenciales para alimentación, como comedores sociales, en la ciudad de Barcelona (España). Analizamos especialmente qué funciones y responsabilidades asumen los comedores sociales cuando los antiguos lazos de referencia de ayuda (familiares y amigos) de las personas que utilizan estos centros como recurso se han debilitado como consecuencia del proceso de empobrecimiento que atraviesan. Interesa entender hasta qué punto las políticas públicas para la alimentación pueden y deben considerar la dimensión social (y afectiva) en sus planteamientos y acciones, ya que, en muchos casos, los centros asistenciales y las personas que trabajan allí pasan a ser para sus usuarios los lugares e individuos de referencia en este sentido. Hemos identificado que los comedores sociales, aunque por veces manifiesten su función de promover relaciones sociales entre las personas que los utilizan, no siempre valoran con profundidad la cuestión, lo que plantea la necesidad de discutir las problemáticas que surgen a partir de la constatación de este dato.DOI: 10.12957/demetra.2018.33525
Resumen El presente estudio analiza, a través de una aproximación cualitativa, las representaciones sociales de la Dieta Mediterránea a partir de los discursos de dietistas y mujeres legas de nacionalidad española que residen en la ciudad de Barcelona (Cataluña, España). La comparación de los discursos permite comprender cómo un grupo profesional y un grupo lego manejan e incorporan discursos médicos y sociales en sus prácticas alimentarias. En la modernidad alimentaria, el proceso de medicalización de la alimentación ha contribuido a la emergencia progresiva de una racionalidad científica-nutricional. En este contexto la Dieta Mediterránea emerge en el campo médico encarnando de forma utópica una norma nutricional y moral. Al mismo tiempo, la modernidad alimentaria caracterizada por transformaciones sociales, como la industrialización y la instauración de espacios comunes transnacionales, ha provocado una especie de nostalgia respecto a ciertas prácticas alimentarias consideradas “tradicionales”. En este contexto, la Dieta Mediterránea gane importancia como una herencia cultural a proteger. En este caso, percibimos que los discursos médicos y sociales se fusionan, se complementan y se confunden, generando nuevas normas, representaciones y prácticas alimentarias.
Resumo O objetivo deste artigo é analisar criticamente como as compreensões a respeito da noção de cultura alimentar têm sido articuladas em artigos científicos sobre educação alimentar e nutricional (EAN) desenvolvidas em escolas brasileiras da educação básica. Para isso, fez-se um registro dos usos e aplicações desse conceito nos textos e leu-se criticamente as formas de relação propostas entre a inclusão da cultura alimentar no planejamento teórico-metodológico e a prática das ações analisadas. O artigo parte de uma pesquisa qualitativa de base documental. O escopo teórico da socioantropologia da alimentação serve de embasamento para sustentar as reflexões. Para a produção dos dados foram selecionados 20 artigos científicos sobre EAN publicados entre 2010 e 2018 em diferentes bases de dados. Para o processo de análise dos dados foram utilizadas técnicas da análise do discurso. Concluiu-se que a cultura alimentar, apesar de mencionada de forma repetida nos textos, não se consolida como uma dimensão legítima no campo da EAN. Ainda que na maior parte das vezes esteja reivindicada nos textos, nem sempre é referenciada de forma explícita e concreta. Por isso, acaba perdendo a relevância e o peso que, paradoxalmente, já tem.
Este estudo objetiva compreender os modos como a fome vem sendo representada pelos principais meios de imprensa escrita do Brasil durante a pandemia de COVID-19. A partir da análise de discurso, foram analisadas um total de vinte e quatro notícias, quinze do jornal Folha de São Paulo e nove do jornal O Globo, veiculadas desde o mês de fevereiro até julho de 2020. Foram encontrados discursos que evocam fundamentalmente para a compreensão neoliberal da pobreza, transferindo a responsabilidade do Estado sobre a fome para os sujeitos. Entretanto, apesar dos discursos evidenciarem a fome como uma circunstância potencialmente aumentada pelo período pandêmico, a análise dos resultados revela que a fome ocupa lugares nas causalidades e nas consequências desta crise sanitária, de modo tanto emergencial como estrutural. A partir dos resultados, destaca-se também a visibilidade das narrativas dos sujeitos que vivenciam a fome, porém, observou-se que há uma linha tênue entre narrar as consequências da fome e reproduzir estigmas que ecoam no imaginário coletivo da sociedade. Nesta perspectiva, o estudo revela a necessidade de aprofundamento, revisão e leitura crítica das narrativas midiáticas sobre a fome e a sua contribuição para a constituição do imaginário social sobre o fenômeno.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.