Introdução: A pandemia da COVID-19 revelou uma série de desafios para os sistemas de saúde, exigindo tomadas de decisão rápidas e ações integradas para o seu contingenciamento. A Vigilância em Saúde é um dos elementos principais para a elaboração de respostas frente à pandemia. Objetivo: Analisar de que forma a Vigilância em Saúde tem sido pensada pelas estruturas de gestão estadual, no Nordeste brasileiro, considerando a proposição de medidas de contingenciamento para o enfrentamento à COVID-19. Método: Trata-se de estudo descritivo, de base documental, com caráter analítico-reflexivo, que tomou como objeto as publicações oficiais de secretarias estaduais de saúde dos estados nordestinos, produzidas a partir da elaboração de respostas governamentais à pandemia da COVID-19.O processo de análise, ancorado em pressupostos teórico-metodológicos da análise de conteúdo, considerou os seguintes componentes: (1) organização e estrutura formal;(2) objetivos definidos, gerais e específicos e (3) propostas definidas para a Vigilância em Saúde. Resultados: A análise levou à constituição de duas categorias: 1) aspectos políticos-gerenciais da Vigilância em Saúde e 2) articulações organizacionais da Vigilância em Saúde. A primeira discute a relação prevista entre as Vigilâncias em Saúde estaduais e municipais, com base na capacidade de institucionalização da gestão governamental. A segunda categoria foca a interface da Vigilância em Saúde com os demais setores da saúde e, na intersetorialidade. Conclusões: No contexto nordestino, desafios são colocados à organização de respostas da Vigilância em Saúde na gestão do enfrentamento à pandemia da COVID-19, destacando a capacidade de articulação intergovernamental de estados e municípios e a interface da Vigilância em Saúde com demais setores sanitários e sociais.
Estudo qualitativo exploratório com objetivo de compreender o percurso de homens em busca do cuidado em saúde. Participaram da pesquisa 20 homens, entre 20 a 59 anos, residentes do povoado Laranjal, comunidade rural do município de Arapiraca-AL. Dentre estes, 10 homens utilizaram o serviço de atenção primária à saúde nos últimos doze meses anteriores a coleta dos dados e os outros 10 não fizeram uso desse serviço neste período. Foi utilizada a entrevista semiestruturada como estratégia metodológica para construção das informações. Para análise dos dados, utilizou-se como arcabouço teórico-analítico, a análise de enunciação. A partir da discussão dos resultados, aponta-se que os homens participantes do estudo não têm trajetórias (itinerários) bem definidas, talvez tracejados, linhas frágeis para a condução de si mesmos que se esboçam, à medida que situações críticas de adoecimento surgem; recorrem com frequência a automedicação e/outras soluções caseiras frente a um problema de saúde; só buscam cuidados profissionais, seja a unidade Básica de Saúde ou o hospital quando identificam o agravamento de sintomas. A ideia de prevenção e/ou estratégias de autocuidado estão quase ausente das falas. Nesta direção, destacamos a importância de se analisar as singularidades da população masculina de cada região, reconhecendo a realidade dos serviços disponíveis em cada contexto, os recursos disponíveis para o cuidado em saúde, bem como a necessidade de qualificação dos profissionais de saúde para serem estabelecidas estratégias voltadas à inclusão do público masculino no cenário da saúde, sendo importante a superação do modelo assistencial-curativista, fortemente presente na rede de saúde.
A pandemia vem provocando sintomas de depressão, ansiedade e estresse na população em geral e também nos profissionais de saúde. A Atenção Primária à Saúde (APS) tem papel central no enfrentamento da Covid-19 e os seus trabalhadores estão sujeitos ao sofrimento mental, o que enfatiza a importância de ações voltadas ao seu bem-estar. Este estudo consiste numa sistematização de experiência, cujo objetivo é descrever estratégias de cuidado à saúde mental do trabalhador da APS durante a pandemia da Covid-19. Estas foram desenvolvidas por uma equipe do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB), na cidade do Recife. Apesar da demanda de cuidado à saúde do trabalhador (ST) da linha de frente contra a pandemia, o cuidado com sua saúde mental representa uma lacuna nos protocolos de manejo da Covid-19, no Recife. Assim, o Nasf-AB viu a necessidade de resgatar o cuidado dos profissionais das equipes apoiadas, cuja retomada iniciou em abril de 2020. As estratégias de cuidado ofertadas são: escuta qualificada, auriculoterapia e massoterapia. A escolha da prática é livre e os encontros acontecem semanalmente. Outra estratégia foi a criação do Jornal das Flores. Essas estratégias obtiveram boa aceitação dos profissionais e o cuidado continuado vem favorecendo o melhor desempenho nas atividades cotidianas pelo alívio da dor, ansiedade e estresse. A experiência narrada sinaliza a importância de novas formas de abordar a ST e a necessidade de que tais espaços de cuidado sejam reconhecidos como dispositivos essenciais aos movimentos de retomada da rotina e superação das marcas deixadas pela Covid-19.
Resumo Palavras-chave Cotidiano Saúde HomensEste artigo aborda aspectos relevantes no processo de produção de uma pesquisa realizada em uma unidade básica de saúde da família, que desenvolve ações de cuidado voltadas à população masculina, no município de Recife, cidade da região Nordeste do Brasil. Nesta produção, interessa-nos tanto os resultados da pesquisa como seu processo de produção, tendo por base o rigor metodológico, compreendido como negociações no campo-tema. Para ilustrar, apresentamos breves narrativas reflexivas sobre os procedimentos que empregamos para sistematizar e analisar as informações produzidas ao longo da pesquisa, bem como os limites e desafos do processo de análise. Abstract Keywords Everydayness Health MensIn this paper, we analyze important aspects about a research carried out in a "Basic Heath Unit" that develops care actions to male population in Recife, city of northeastern of Brazil. In this production, we are interested in both the search results as your production process, based on the "methodological rigor", understood as negotiations in the feld theme. To illustrate we present brief narratives about the procedures we use to systematize and analyze the information generated during the research, as well as the limits and challenges of the analysis process. Breve introduçãoEste texto parte do pressuposto que o fazer em pesquisa é uma prática social e, como tal, sua legitimação está amplamente relacionada aos modos como compartilhamos e argumentamos sobre princípios ético-políticos, escolhas teórico-metodológicas e processos de produção de resultados e análises (Spink & Lima, 1999).Essa releitura, baseada numa perspectiva pós-construcionista (Iñiguez, 2005), sobre o que se confguraria como rigor metodológico, orienta a feitura deste artigo no qual abordaremos aspectos relevantes no processo de produção de uma pesquisa realizada em uma unidade básica de saúde da família, que desenvolve ações de cuidado voltadas à população masculina, no município de Recife, cidade da região Nordeste do Brasil.Trazer essa discussão para o plano da interlocução pública visa contribuir para esforços acadêmico-científcos de redefnição do que tradicionalmente se concebe como 481
Este trabalho objetiva apresentar o ensaio fotográfico das paredes do antigo presídio Desembargador Luiz de Oliveira Souza, em Arapiraca, Alagoas, Brasil. Trata-se de um produto do projeto de extensão intitulado “Itinerários, mostras de vidas”, cujo objetivo é debater a realidade social sob a ótica do diálogo entre diferentes formas de expressão. Após desativação, o prédio foi doado à Universidade Federal de Alagoas (Ufal), sendo incorporado ao campus Arapiraca. Assim, surgiu a necessidade de manter um registro post factum do que um dia foi lugar de cumprimentos de penas. Trata-se de um ensaio capaz de revelar o cotidiano dos indivíduos que lá estiveram. Sob as lentes da câmera, as imagens contam-nos uma história.
Objetivo: o artigo visa debater uma proposta de matriciamento sobre a temática “Violência contra Crianças” voltada para profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF), como forma de prevenção e construção de estratégias de enfrentamento. Método: trata-se de um relato de experiência. Como eixo norteador da intervenção, foram realizadas oficinas temáticas junto a profissionais de três equipes de ESF, no município de Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco. Resultados: são destacadas duas dimensões para apreciação da experiência: a primeira considera os efeitos da intervenção proposta, destacando suas ressonâncias e possibilidades de transformação nas equipes; a segunda reflete as dificuldades enfrentadas, indicando as limitações e desafios. Conclusão: a maioria dos profissionais se sente despreparada para lidar com a violência presente no território. É necessário que iniciativas educacionais, como a proposta, sejam desenvolvidas sobre o tema, visando a qualificação das equipes. Apontamos o uso das oficinas como ferramenta estratégica para o Apoio Matricial.
RESUMO Objetivo Descrever o perfil epidemiológico e analisar a tendência temporal da mortalidade por suicídio entre adolescentes (10-19 anos) do Nordeste brasileiro, no período de 2001 a 2015. Métodos Trata-se de estudo observacional, que teve como cenário a região Nordeste do Brasil. O período de estudo foi de 2001 a 2015. Consideraram-se as mortes por lesão autoprovocada intencionalmente (X60 a X84), intoxicação exógena de intenção indeterminada (Y10 a Y19) e sequela de lesões autoprovocadas intencionalmente (Y87.0), de acordo com a 10ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), de adolescentes de 10 a 19 anos. As variáveis analisadas foram: sexo, faixa etária, raça/cor, CID específico, estado de residência e taxa de mortalidade por suicídio/100.000 habitantes. Resultados Foram registrados 3.194 óbitos em decorrência de suicídio na faixa etária estudada, com predomínio do sexo masculino (62,1%; n = 1.984), faixa etária de 15 a 19 anos (84,8%; n = 2.707), raça/cor parda (65,4%; n = 2.090); entre quatro e sete anos de escolaridade (31,7%; n = 1.011) e no CID X70 (47,8%; n = 1.528). A tendência temporal de mortalidade foi crescente de 2001 a 2015 (APC: 2,4%; p < 0,01), com maiores taxas no sexo masculino. Observou-se tendência crescente da taxa de suicídios, no sexo masculino, em todo o período (AAPC: 2,9%; p < 0,01). No sexo feminino, identificou-se tendência decrescente a partir de 2004 (APC: -2,2%; p < 0,01). Conclusão O perfil epidemiológico foi caracterizado pelo sexo masculino, faixa etária de 15-19 anos, cor/raça parda e escolaridade média. A tendência apresentou padrão de crescimento no sexo masculino e declínio no feminino. Recomenda-se que políticas públicas sejam voltadas para a população adolescente.
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