ResumoAmbiciono analisar no presente artigo como a ausência histórica da produção de pensamento sobre a formação docente se faz sentir na tradição universitária filosófica na contemporaneidade brasileira. Parto da hipótese de que a restrição histórica do debate sobre o ensino de filosofia no Brasil acarretou a ausência de um campo dedicado a refletir sobre a formação docente na atualidade. Argumentarei a partir de dois caminhos complementares: (1) De minhas pesquisas envolvendo o ensino de filosofia nos periódicos de filosofia e de educação em circulação no início da criação da Universidade brasileira e (2) de meu testemunho de formação como estudante e como professor de filosofia no país. Palavras-chave: Formação Docente em Filosofia no Brasil; Ensino de Filosofia noBrasil; Periódicos Brasileiros. RésuméJ'ai l'ambition d'analyser dans cet article comment l'absence historique de la production de la pensée sur la formation du professeur se fait sentir dans la tradition universitaire philosophique dans la contemporanéité brésilienne. Je pars de l'hypothèse que la restriction historique du débat sur l'enseignement de la philosophie au Brésil a entraîné l'absence d'un champ dédié à la réflexion sur la formation du professeur dans l'actualité. J'argumenterai à partir de deux raisonnements complémentaires : (1) mes recherches relatives à l'enseignement de la philosophie dans les revues de philosophie et de l'éducation en circulation au début de la création de l'Université brésilienne et (2) mon témoignage de formation en tant qu'étudiant et professeur de philosophie dans ce pays. Mots-clés: Formation du Professeur de Philosophie au Brésil; Enseignement de laPhilosophie au Brésil; Revues Brésiliennes.
A natureza não deixa nada sem assinar. Parece haver, no gesto da emissão de sinais, um propósito ético que pouco pode ser compreendido à luz das ciências humanas. Pensando diferente do registro científico, o objetivo geral deste artigo será descrever o jogo de penumbra pela qual a arqueologia de Michel Foucault aproxima-se do paradigma da magia. A magia é uma prática espiritual consigo, com o outro e com o mundo, que não se pode reduzir à representação e à significação. A hipótese que levanto busca averiguar em que medida o paradigma da magia é presente nos escritos arqueológicos de Michel Foucault, ainda que o pensador francês pouco se refira diretamente a ele, tarefa que implica uma escavação sobre os rastros deixados nas entrelinhas de seu pensamento, como fez seu contemporâneo Giorgio Agamben. Para tanto, enfocarei a ressonância existente entre os conceitos de (a) enunciado e assinatura e (b) a priori histórico e mana. Sabemos que enunciado e a priori histórico são dois operadores centrais ao pensamento arqueológico. Minha tarefa será mostrar que eles são íntimos à assinatura e à mana, ambas noções provenientes do campo da magia. Não será difícil percebermos que a arqueologia bebe no paradigma da magia ao ponto de se embriagar, o que permite pensar com saberes e práticas que foram eclipsados desde o pensamento secularizado e o iluminismo. Dessa maneira, a Arqueologia se inscreve como um ethos ainda a ser desvendado, espécie de anticiência das assinaturas.
Recebido em 18 de dezembro de 2017 Aprovado em 20 de junho de 2018 Publicado em 17 de agosto de 2018 RESUMO: O propósito geral deste artigo, pensado também à maneira de um exercício espiritual, é repensar o paradigma de crítica no interior do bloco saber-poder que envolve o campo discursivo sobre a formação do professor em filosofia no Brasil. Enuncio e persigo o seguinte problema: De que crítica se fala quando se fala da formação crítica nos discursos acadêmicos em filosofia e que potencialidades nos são dadas para praticar uma maneira outra de exercitá-la nesse projeto de formação? Lanço a hipótese de que o pressuposto da crítica tem sido concebido a partir de um horizonte estritamente epistemológico direcionado tanto para a adequação à normativa estabelecida, quanto para uma concepção restrita de cidadania. Argumento a partir de dois eixos diretivos: (1) Analiso arqueologicamente os enunciados de "crítica" dentro do Projeto Pedagógico do curso de Filosofia da Universidade de São Paulo, tendo em vista a ordem discursiva que essa instituição aventa para os demais centros universitários no país e (2) procuro movimentar outras acepções possíveis de crítica na junção ao pensamento de Michel Foucault. Essa disposição exige colocarmos à prova os conceitos, os procedimentos de pesquisa e as atitudes pelas quais trilhamos até o presente um tipo de crítica enunciada como julgamento e emancipação da consciência do outro no interior da Universidade. A partir da presente trilha percorrida, tenho compreendido a educação filosófica como potencialidade existencial, ética e estética que visa uma maior experimentação e transformação de si dentro do campo de formação do professor em filosofia no Brasil. Palavras-chave: Formação universitária em filosofia no Brasil; Educação filosófica; Crítica.ABSTRAcT: The general purpose of this article, also thought of as a spiritual exercise, is to rethink the paradigm of criticism within the knowledge-power block that surrounds the discursive field about philosophy teachers education in Brazil. I enunciate and pursue the following problem: What criticism are we talking about when we refer to critical education in academic discourses in philosophy? And which potentialities of practicing another way of exercising it in this education project are we given? I propose the hypothesis that the assumption of criticism has been conceived from a strictly epistemological horizon directed both to the adequacy to established norms, and to a strict conception of citizenship. I argue from two directive axes: (1) I perform an archeological analysis of the statements of "criticism" within the pedagogical project of the University of São Paulo's undergraduate program in Philosophy,
Resumo: Defendo que a relação entre filosofia e magia possibilita processos de subjetivação para experimentarmos outro tipo de educação filosófica, que possa resistir à biopolítica e ao neoliberalismo na contemporaneidade. Faço uma caracterização de ambos como um tipo de poder enfeitiçador que se enraizou em nossa subjetividade. Partindo de uma leitura anarqueológica sobre o pensamento de Michel Foucault, procuro conceituar os processos de subjetivação, evidenciando como a cronologia ocidental silenciou a magia, experiência-limite para a filosofia, da mesma maneira que teço algumas considerações sobre como esse paradigma nos conduz a experimentar outro tipo de educação filosófica, mais atenta à erótica e ao resgate de saberes e práticas originárias. Palavras-Chave: Educação filosófica. Magia. Processos de subjetivação. Biopolítica. Michel Foucault. Philosophical Education and Magic: The experimentation of other subjectivation Processes Abstract: I argue that the relationship between philosophy and magic enables subjectivation processes for us to experiment with another kind of philosophical education, which can resist contemporary biopolitics and neoliberalism. I characterize them both as a kind of bewitching power that has taken root in our subjectivity. Starting from an archeological reading on Michel Foucault's thought, I seek to conceptualize the processes of subjectivation, highlighting how Western chronology has silenced magic, the limiting experience for philosophy, just as I make some considerations on how this paradigm leads us to experiment with another kind of philosophical education, more attentive to the erotica and to the rescue of originary knowledge and practices. Keywords: Philosophical education. Magic. Subjectivation processes. Biopolitics. Michel Foucault. Éducation philosophique et Magie : l’expérience d’autres processus de subjectivation Résumé: Je défends que la relation entre la philosophie et la magie nous permet d’avoir des processus de subjectivation pour expérimenter un autre type d’éducation philosophique, qui peut résister à la biopolitique et au néolibéralisme dans la contemporanéité. Je fais une caractérisation des deux comme un type de pouvoir enchanteur qui s’enracine dans notre subjectivité. En partant d’une lecture anarchéologique sur la pensée de Michel Foucault, je cherche à conceptualiser les processus de subjectivation, en mettant en évidence la manière dont la chronologie occidentale a mis au silence la magie, expérience-limite pour la philosophie, de la même manière que je tisse quelques considérations sur la manière dont ce paradigme nous conduit à expérimenter un autre type d’éducation philosophique, plus attentif à l’érotique et au sauvetage des savoirs et pratiques originaires. Mots-clés: Éducation philosophique. Magie. Processus de subjectivation. Biopolitique. Michel Foucault.
Este artigo pretende especificar o enunciado no pensamento arqueológico de Michel Foucault. Enfocarei a obra A arqueologia do saber (1969) porque nela se clarifica tanto a noção de saber (savoir), como as especificidades de uma arqueologia enquanto procedimento de pesquisa que escapa as tradicionais formas de epistemologia e de história. O enunciado será o conceito fundamental para pensar a arqueologia como procedimento filosófico de pesquisa, posto que fundamenta a formação discursiva a partir de arquivos. Parto da hipótese de que o enunciado permite à arqueologia não se direcionar como extensão da lógica ou da gramática. Em lugar de se identificar como proposição, frases ou speech acts, o enunciado é uma função de existência que as corta. Nesse sentido, estabelece relações distintas à maneira eminentemente científica. Articula-se (a) com outros domínios de objetos - referencial; (b) na relação com um sujeito - função determinada, vazia e variável; (c) outros enunciados - domínios associados; (d) para aparecer como materialidade possível de ser repetida. Espero que esse artigo possa contribuir para aqueles que se tem dedicado à análise do discurso no interior da obra de Michel Foucault como uma possibilidade filosófica de pesquisa, que cruza demais áreas do conhecimento, como a história e/ou as ciências.
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