RESUMOFoi avaliada a resposta sorológica induzida pela vacinação com a dose padrão de 60-120x10 9 organismos da cepa B19 de Brucella abortus em bezerras Tabapuãs, entre 3 e 8 meses de idade, pelos testes sorológicos preconizados pelo Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT) para diagnóstico da brucelose bovina. Foram examinadas amostras de soro sanguíneo de 72 animais em quatro provas sorológicas: antígeno acidificado tamponado (AAT), teste de soroaglutinação lenta juntamente com o teste de 2-mercaptoetanol (2-ME), reação de fixação de complemento (RFC) e teste de polarização fluorescente (TPF), o qual foi interpretado de duas formas: ponto de corte variável e ponto de corte fixo. As amostras de soro sanguíneo foram colhidas imediatamente antes da vacinação, e após 30, 60, 90, 120, 150, 180, 210, 240, 270, 300, 330 e 360 dias. Foi calculada a especificidade dos testes e os resultados foram comparados pelo indicador kappa. O TPF apresentou especificidade mais elevada do que os outros testes nas amostras colhidas entre 30 e 90 dias após a vacinação. Aos 270 dias de vacinação, observou-se especificidade de 93,74% no AAT, no 2-ME e na RFC. No TPF com ponto de corte variável a especificidade foi 87,5% e com ponto de corte fixo foi 100,0%. O TPF apresentou maior capacidade de discriminação dos títulos de anticorpos vacinais logo após a vacinação, quando comparado com os outros testes preconizados pelo PNCEBT, mostrando-se um teste útil para o diagnóstico da brucelose bovina. PALAVRAS-CHAVE:Brucelose, Polarização Fluorescente, Sorologia, Vacinação. SUMMARYThe study aimed to analyze the antibody response induced by vaccination with the standard dose of 60-120x10 9 organisms of Brucella abortus strain 19 in Tabapuã heifers, aged between 3 and 8 months, by serological tests recommended by the National Program for Brucellosis and Tuberculosis Control and Eradication (PNCEBT) for the diagnosis of bovine brucellosis. Serum samples of 72 animals were examined by four serological tests: rose Bengal test (RBT), standard agglutination test with the 2-mercaptoetanol (2-ME) test, complement fixation test (CFT) and fluorescence polarization assay (FPA), which was interpreted in two ways: variable cutoff and fixed cutoff. Heifers were bled immediately prior to vaccination, and after 30, 60, 90, 120, 150, 180, 210, 240, 270, 300, 330 and 360 days. Specificity of the tests was calculated, and the results were compared using the kappa statistic. FPA had a higher specificity than the other tests on the samples collected from 30 to 90 days after vaccination, but over time this difference decreased. At 270 days of vaccination, the specificity of RBT, 2-ME and RFC was 93.74%. The specificity of the FPA with variable cutoff was 87.5%, and with fixed cutoff was 100.0%. It was concluded that FPA had a higher discrimination ability for vaccination antibody titers shortly after vaccination, when compared with other tests recommended by the PNCEBT, and is a useful tool for the diagnosis of bovine brucellos...
A brucelose é uma antropozoonose infectocontagiosa de evolução crônica e distribuição mundial que causa sérios prejuízos econômicos. Na tentativa de controlar e erradicar a doença no país, foi criado um Programa Nacional que visa a vacinação de bezerras com a cepa B19 de Brucella abortus e diagnóstico para identificação de animais infectados. Para o diagnóstico sorológico, existe um amplo número de testes, entre eles o teste de polarização fluorescente (TPF), recentemente validado no Brasil e que vem se mostrando uma grande ferramenta para diferenciar animais vacinados com persistência de anticorpos daqueles naturalmente infectados. O objetivo deste estudo foi acompanhar a resposta sorológica de bezerras da raça Tabapuã à vacinação com a cepa B19 de Brucella abortus pelo TPF em comparação com os demais testes preconizados pelo Programa Nacional. Foram selecionadas 72 bezerras da raça Tabapuã com idade de vacinação. Os animais foram vacinados por via subcutânea na dose padrão recomendada. Amostras de sangue das bezerras foram obtidas imediatamente antes da vacinação e, 30, 60, 90, 120, 150, 180, 210, 240, 270, 300 e 330 dias.Para o diagnóstico foram utilizados a prova de antígeno acidificado tamponado (AAT), a combinação da prova de soroaglutinação lenta em tubos com a prova de 2-mercaptoetanol (2 Me), a reação de fixação de complemento (RFC) e o teste de polarização fluorescente (TPF). Os 72 animais testados apresentaram-se negativos em todos os testes sorológicos realizados nas amostras de soro obtidos imediatamente antes da vacinação. Aos 30 dias de vacinação, o TPF apresentou especificidade variando de 15,71% a 44,29%, conforme o critério de interpretação, contudo, nesta mesma ocasião, a concordância entre os resultados do TPF e os demais testes variou de fraca a regular. Aos 180 dias de vacinação, observou-se especificidade de 58,06% no AAT, 64,52% no 2-Me, 64,52% na RFC e variando entre 35,48% e 74,19% no TPF dependendo do critério utilizado para a interpretação. Aos 240 dias de vacinação, o TPF foi o primeiro teste a proporcionar resultado negativo em todas as amostras. Desse modo, o TPF apresentou, em comparação aos outros testes, maior capacidade de discriminação dos títulos de anticorpos vacinais logo após a vacinação.
A tuberculose causada pelo Mycobacterium bovis é uma importante doença dos bovinos e constitui um grande problema de saúde animal, podendo também atingir seres humanos. Para o diagnóstico da infecção, e para desencadear as medidas sanitárias decorrentes desse diagnóstico, o Programa Nacional de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose (PNCEBT) estabelece a utilização de testes intradérmicos de tuberculinização. O objetivo deste estudo foi avaliar as respostas à tuberculina (PPD) aviária e à tuberculina bovina apresentadas por animais sensibilizados com inóculos inativados de M. bovis e de M. avium, e comparar os resultados do teste da prega caudal (TPC), do teste cervical simples (TCS) e do teste cervical comparativo (TCC) para diagnóstico da tuberculose bovina nos animais sensibilizados e em animais não sensibilizados. Os resultados mostraram que: a repetição dos testes não influiu na proporção de resultados positivos; houve animais sensibilizados com M. bovis que apresentaram reação até 500 dias após a sensibilização; em animais sensibilizados com M. avium, a especificidade do TCC foi superior à do TCS e à do TPC, e o TCC mostrou-se efetivo para discriminar reações induzidas pelo inóculo desse microrganismo; em animais sensibilizados com M. bovis, o TCC apresentou menor sensibilidade do que os outros dois testes; o ponto de corte do TCS e do TCC com melhor combinação de sensibilidade e especificidade foi inferior ao ponto adotado pelo PNCEBT para diagnóstico em animais naturalmente infectados; o TCS apresentou boa concordância com os outros dois testes, mas a concordância entre o TCC e o TPC foi apenas regular; as frequências das repostas às tuberculinas não apresentaram distribuição gaussiana, a não ser em alguns períodos pós-sensibilização ou então após transformação radicial ou logarítmica dos dados.
A leptospirose é uma doença de veiculação hídrica causada por bactérias do gênero Leptospira. O objetivo deste trabalho foi analisar a relação entre a precipitação pluviométrica e a taxa de incidência de leptospirose humana no Estado de Minas Gerais de janeiro de 2001 a dezembro de 2017. Foi realizado um estudo observacional do tipo ecológico. A distribuição anual demonstrou um padrão de sazonalidade dos casos de leptospirose. os meses, a maior ocorrência da doença foi observada nos períodos chuvosos, de outubro a março. Nos meses de transição entre a estação chuvosa e a seca (abril) e da estação seca para a chuvosa (setembro) ainda foi observado um número maior de casos que poderiam estar associados às chuvas do mês anterior ou ainda às chuvas de final e início de estação, respectivamente. Nos demais meses, os casos que ocorreram não apresentam relação evidente com a precipitação, pois são meses com baixa pluviosidade. Analisando a série histórica verificou-se que picos da taxa de incidência de leptospirose ocorreram após picos de precipitação. O presente estudo demonstrou que no Estado de Minas Gerais a leptospirose é endêmica e que a sazonalidade dos casos está fortemente associada ao aumento da precipitação pluviométrica.
A bacia hidrográfica do Córrego Rico é responsável pela água que abastece 70% do município de Jaboticabal, região que engloba parcela da população que faz uso de fontes de abastecimento alternativo (poços), os quais apresentam indícios de contaminação microbiológica, devido impacto ambiental pela ocupação desordenada do entorno do afluente. O presente estudo avaliou a condição microbiológica deste tipo de abastecimento, tendo como indicador a presença de Clostrídios Sulfito Redutores, em duas amostragens, período de seca e chuva, em 30 poços da área rural pertencentes ao município, pelo método da membrana filtrante (SARTORY et al., 1998). A frequência foi analisada pelo teste do Qui quadrado a 5% de significância (STEEL & TORRIE, 1960). Clostridios Sulfito Redutores são importantes indicadores de contaminação por presença de matéria orgânica, traduzindo uma contaminação fecal remota, e das 30 propriedades estudadas, no período de seca, 14 (46,7%)propriedades estavam fora dos padrões de potabilidade (devido à presença da bactéria), enquanto que 27 (90%) se encontravam nesta condição no período de chuvas. Pelo teste do Qui quadrado notou-se dependência (p<0,05) do padrão de potabilidade, portaria 2914/11 (BRASIL, 2011) em relação ao período de amostragem. Esta constatação esta relacionada com o escoamento de águas superficiais, que entram em contato com ambiente contaminado em direção as fontes, mostrando a susceptibilidade à contaminação destas no período de chuvas, devido a rápida percolação dos microrganismos em direção a água subterrânea, aliado ao fato de que o nível da água durante este período, aproxima-se da superfície do solo, diminuindo sua capacidade filtrante (COGGER, 1988; VILLEGAS, 1988). As alterações observadas evidenciaram risco de ocorrência de doenças de veiculação hídrica, preconizando a necessidade de investimento em saúde e meio ambiente, com ações corretivas e preventivas, aliados ao Programa de Recuperação das Nascentes, visando diminuir o risco de ocorrência de doenças de veiculação hídrica.
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