artigos e ensaios
I
ResumoO artigo toma como ponto de partida o ápice do processo de institucionalização do planejamento urbano no Brasil (constituição SERFHAU e BNH), acompanhando a dicotomização da política urbana federal nesse contexto, a emergência de empresas mistas como agentes operadores de tal política, até sua completa fragmentação, resultando em uma municipalização compulsória dos processos de planejamento e das políticas urbanas e habitacionais. Visando a apreender tais processos na escala do município, procede a um estudo de caso, analisando historicamente a constituição da empresa mista PROHAB, em São Carlos/SP, e perscrutando suas conexões com o contexto mais amplo das políticas urbanas e habitacionais no país.
Resumo: O texto apresenta reflexões de pesquisa que tomou trajetórias urbanas e suas narrativas como entradas privilegiadas para o estudo de processos de produção e apropriação de periferias urbanas. Explora a dimensão dos deslocamentos habitacionais, em seus atravessamentos de gênero, enunciando tanto os imbricamentos entre as trajetórias e as políticas urbanas, habitacionais e sociais empreendidas no Brasil nas últimas décadas, quanto algumas dinâmicas socioespaciais situadas e instituintes de outros "regimes de urbanidade" que tencionam permanentemente tais políticas e os territórios por elas produzidos, e têm na vizinhança e nas redes de relações suas principais ancoragens.
Este artigo propõe discutir alguns aspectos teórico-metodológicos do trabalho com trajetórias urbanas e suas potenciais contribuições aos estudos urbanos, tomando como base reflexões de uma pesquisa de doutorado em Arquitetura e Urbanismo. Para tanto, delineia brevemente a noção de trajetórias urbanas, bem como suas potencialidades como estratégia de conhecimento das realidades urbanas contemporâneas, em sua complexidade e dinâmica. Em diálogo com a ideia de uma “cidade transumante”, como proposta por Michel de Certeau, discutem-se as imbricações entre trajetórias urbanas “periféricas”, as narrativas que as delineiam e são por elas delineadas e uma cartografia espaço-temporal das cidades outras que elas revelam. Nesse sentido, são apontadas questões importantes para a reflexão sobre processos de produção, apropriação e apreensão do espaço urbano: sob o enfoque apresentado, trajetórias urbanas “periféricas” e suas narrativas permitem mais do que pontuar inflexões, conflitos e diferenças, colocando no centro da análise a alteridade que elas encerram e que são produtoras, também, de alteridades socioespaciais a serem levadas a sério. O trabalho destaca a importância dos estudos urbanos se atentarem às dobras que configuram simultaneamente territórios, subjetividades e sensibilidades; percursos, narrativas e espaços; produção de conhecimento e produção do espaço.PALAVRAS-CHAVE: Cartografias. Estudos urbanos. Produção do espaço urbano. Trajetórias urbanas.
ResumoO questionamento sobre as possibilidades de configuração de uma efetiva experiência urbana para indivíduos em situação de pobreza é o mote deste trabalho, fruto de uma pesquisa de doutorado em andamento. Nesse sentido, procura acercar-se da polissêmica noção de "experiência" a partir de duas perspectivas distintas: a de Walter Benjamin, configurada em pleno auge da modernidade, e a de Michel Foucault, cujas últimas elaborações se fizeram em meio às discussões sobre a chamada "pós-modernidade". Tendo em vista as tentativas, contemporâneas, de reconstrução e ressemantização da experiência, o trabalho procura algumas linhas de fuga que auxiliem na reflexão sobre as possíveis relações entre experiência, espaço urbano e pobreza.
Palavras-chave
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