RESUMO -O aumento da expectativa de vida faz com que os idosos sejam a faixa etária com maior crescimento. A colecistectomia é a cirurgia abdominal mais comum neste grupo. A associação de doenças crônicas e formas complicadas implica em preconizar o tratamento operatório eletivo nos idosos sintomáticos. Os bons resultados obtidos com a colecistectomia laparoscópica determinaram o surgimento de estudos comparando a cirurgia convencional com a videocirurgia, entretanto, nos idosos há poucas casuísticas analisadas, principalmente no nosso meio.OBJETIVOS. Analisar os resultados imediatos da morbidade da colecistectomia eletiva em doentes idosos, por duas vias de acesso.MÉTODOS. Estudamos, retrospectivamente, doentes com idade > 65 anos operados por incisão subcostal (grupo I) e videolaparoscópica (grupo II). Os grupos foram comparados em relação à presença de complicação até 30 dias e nas suas formas de apresentação: cirúrgica, cirúrgicas (intra e pós-operatórias) e sistêmicas e, posteriormente, com as variáveis sexo, faixa etária, doença associada, cardiovascular, metabólica, pulmonar e ASA. Na análise estatística, empregou-se o teste t de Student e a correlação de Spearman, considerando p < 0,05 como significância estatística.
RESULTADOS. Foram 246 doentes distribuídos em dois grupos, INTRODUÇÃOA população de idosos é a que apresenta a maior projeção de crescimento mundial. No Brasil, estima-se o aumento dos idosos de 7,5 para 30 milhões em 2020, ocasião na qual o país terá a sexta população de idosos do planeta 1 . Em decorrência das características especí-ficas dos países de clima tropical, considera-se idoso o indivíduo acima de 60 anos de idade 2 . Entretanto, na literatura internacional, a idade de 65 anos é mais aceita [3][4][5][6][7][8][9][10][11][12][13][14] .A diminuição das reservas funcionais e a presença de doenças associadas em cerca da metade dessa população estabelecem um grupo de doentes com maior complexidade clínica. Concomitante às doenças crônicas, algumas enfermidades de tratamento cirúrgico apresentam aumento de incidência com a progressão da idade 15 . A colelitíase é a doença cirúrgica abdominal mais comum no doente idoso, sendo sua incidência relacionada à progressão da idade, com prevalência global de 9,3%; passando para 21,4% nos idosos de 60 a 69 e, na faixa etária acima de 70 anos, acomete 27,5% dos indivíduos 16 . As colecistectomias atualmente realizadas nessa população variam de 8,3% a 24% 6,7,12,13,18 . E, com publicações enfatizando o aumento de cirurgias em octagenários [19][20][21] .