Resumo: Este artigo apresenta uma análise de embalagens, materiais que fazem parte do dia-a-dia do sujeito urbano. Parti de um questionamento sobre como a embalagem significa o produto de consumo e o sujeito consumidor no Brasil, tendo em vista a discursividade da "responsabilidade socioambiental", como parte de um conjunto maior de discursos que configurariam as práticas de "educação ambiental" presentes hoje para a formação do cidadão enquanto cidadão mundializado. Produz-se, nesse sentido, uma "comunicação com o cidadão", no decurso do processo discursivo em que o mercado vai se instituindo no país, ao instituir o consumidor no cidadão. A análise das embalagens e dessa educação ambiental presente nesse material se faz a partir da concepção de consumo enquanto gesto de interpretação (Orlandi, 2001). Considerei, nesse sentido, o produto, em suas embalagens e publicidade, enquanto um ícone da produção social do consumo, que cresce e se renova constantemente. Palavras-chave: Sujeito urbano. Discurso ambiental. Mídia.
Filiados ao campo teórico da Análise de Discurso, procuramos discutir nesse trabalho como o sujeito travesti é significado e individuado pelo Estado no Brasil. Portanto, analisamos dois cartazes confeccionados e distribuídos pelo Ministério da Saúde, que compõem a campanha de combate à AIDS. Nosso objetivo foi compreender como o sujeito travesti é discursivamente inscrito em tais cartazes, de circulação nacional e pública, marcados por um gesto administrativo. Os logotipos de esferas de governo que compõem os cartazes demarcam um território, ou seja, um espaço histórico, simbólico e geograficamente institucionalizado. Além disso, nessa posição do Estado, o sujeito travesti é significado de uma certa maneira, uma vez que é convocado por esta campanha também de uma certa maneira. A fim de prosseguirmos com essa análise, foi considerado o corpo do sujeito travesti enquanto forma material (Orlandi, 2012), reconhecendo a sua inscrição no simbólico e que esta inscrição é sustentada pelos discursos específicos. De acordo com nosso ponto de vista, não poderíamos lidar com os cartazes como se eles meramente representaram imagens impressas em formato cartaz. Ao contrário, a nossa análise permitiu apontar efeitos de sentido produzidos para o corpo travesti por um gesto interpretativo, e que esses efeitos significam processos de identificação do sujeito travesti. Há, além disso, os resultados dessa análise que apontam para a necessidade de romper o “já-dito” em relação ao sujeito travesti.
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