Resumo Este artigo analisa as formas jurídicas de controle de trabalhadores livres no Brasil durante a década de 1830. Esta pesquisa explora o modo de contratação de imigrantes internacionais destinados para construir uma estrada em Minas Gerais em direção à capital do Império. Os arranjos de trabalho foram estabelecidos com intermediação direta de empresa privada de colonização, especializada no recrutamento e imigração de trabalhadores estrangeiros. Com apoio financeiro e político do governo, oito colonos artífices foram engajados no serviço de obras públicas, tendo como base os instrumentos coercitivos previstos na Lei de Locação de Serviços de 1837. O artigo enfatiza os interesses e conflitos envoltos na experiência de imigrantes livres na conjuntura de incerteza de continuidade do tráfico negreiro nos anos de 1830.
Este artigo apresenta os resultados preliminares da exploração das listas nominais de trabalhadores empregados na construção de pontes e estradas na província de Minas Gerais. Enfatizam-se a ocupação e a condição social, bem como o sistema de aluguel de escravos. No século XIX, Minas Gerais ocupou posição proeminente no cenário nacional, notadamente por seu dinamismo demográfico e econômico, com taxa de crescimento populacional superior à média do Brasil e o maior sistema escravista do país. Nessa comunicação são arrolados resultados concernentes a 3.300 registros nominais.
Resumo Analisa o pensamento científico do engenheiro politécnico Heinrich August Anton Gerber, contratado pelo governo da província de Minas Gerais de 1858 a 1867. O artigo explora o significado cultural e intelectual das atividades do engenheiro, especialmente a ideia de criação de empresa privada no setor da infraestrutura viária, bem como a mediação para importação de instrumentos científicos e livros. Os resultados também indicam que Gerber participa do envio de brasileiros para estudar engenharia em Paris. Este texto investiga as trocas culturais entre Brasil e Europa, a aplicação do conhecimento científico e o encontro com problemas práticos de ordem econômica e social pelo engenheiro no interior do Império do Brasil.
Durante as décadas de 1830 e 1840, o Governo Provincial de Minas Gerais investiu diretamente na construção da Estrada do Paraibuna. A intervenção viária exigiu a contratação de trabalhadores braçais e qualificados. Pretende-se neste estudo explorar o ajustamento de trabalhadores livres e libertos e o sistema de aluguel de escravos. Enfatiza-se a participação de artífices forros no sistema de aluguel e a negociação para o ajustamento contratual de trabalho de um mestre carpinteiro livre. Valendo-se do cruzamento de fontes primárias, analisa-se a mobilidade social ascendente de um mestre pedreiro livre. A pesquisa identifica três resultados: (I) organização social laboral caracterizada pelo trabalho intermitente; (II) elevada taxa bruta de retorno obtida pelos donos de escravos alugados; (III) acumulação de capital-dinheiro e a inversão na importação de escravos do tráfico negreiro transatlântico.
Este artigo tem por objetivo analisar a especificidade do processo de difusão e aprendizagem subjacente à tecnologia construtiva lattice presente na infraestrutura viária do Brasil oitocentista. O método construtivo de ponte denominado lattice foi desenvolvido e registrado por Ithiel Town no escritório de patente dos Estados Unidos em 1820 e 1835. Pretende-se neste artigo enfatizar o processo de adoção de uma nova tecnologia e a importância de atores distintos no âmbito da Engenharia no Brasil, assim como identificar as formas de contato e transmissão de conhecimento científico e tecnológico durante o processo de uso do método lattice. Para tanto, utilizam-se dados inéditos para a História da Engenharia: os processos de pontes e estradas recolhidos e codificados em um banco de dados que alcança o significativo volume de 22.000 documentos para o período de 1840-1889.
Resumo: O livro coletivo tem por objetivo analisar o papel da escravidão na configuração do capitalismo no Brasil no século XIX. Para tanto, os autores utilizam o aparato fornecido pelo conceito de segunda escravidão. A resenha aponta que essa incorporação conceitual retoma tensões entre a história e as interpretações econômicas.
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