O debate acerca da mobilidade dos trabalhadores que moram e/ou transitam no campo do Oeste da Bahia, parte da essência relacional com o território enquanto um campo de conflitos de classe, impulsionados por ações (des)territorializantes de diferentes sujeitos que disputam essa parcela do espaço. Principalmente por considerar o trabalho enquanto elemento precursor dessa dinâmica, por meio da extração da mais-valia, em um ordenamento de mundo transescalar. Diante desse arcabouço territorial de produção massiva de commodities essa escrita pretende analisar questões basilares da mobilidade dos trabalhadores no Oeste da Bahia há luz de discursos dos sujeitos envolvidos; dados estatísticos, midiáticos e jurídicos, estes referendados pelo trabalho de campo realizado e a teoria exposta.
RESUMODesde os primeiros estudos realizados pelo Grupo de Estudos e Pesquisa em Água e Território -GEPAT/UFPB observou-se que os conflitos em torno da água na Paraíba eram inúmeros e de natureza variada. Foram identificados conflitos institucionais entre prefeituras e o governo estadual pelo direito de prestar o serviço de abastecimento de água e saneamento. Porém o mais comum são os conflitos com irrigantes, que buscam o direito de utilizar as águas de açudes para irrigação, em oposição ao Estado, através da Companhia de Águas e Esgoto da Paraíba -CAGEPA, que em situações de estiagem proíbe esse uso, para evitar o racionamento dos sistemas de abastecimento público, quando a capacidade dos reservatórios está comprometida. O objetivo desse artigo é analisar alguns desses conflitos e enumerar tantos outros já identificados no Estado.Palavras chave: Recursos Hídricos. Gestão e Conflitos. ABSTRACTSince the first studies of the Group of and Research in Water and Land -GEPAT/UFPB were noted that conflicts over water in Paraíba were numerous an the of varied nature. Were identified institutional conflicts between municipal and state government by the right to provide the service of water supply and sanitation. However, the most common are conflicts with irrigators, who seek the right to use the waters of dams for irrigation, as opposed to the state, through the Water and Sewage Company of Paraíba -CAGEPA that in situations of drought prohibits such use, to avoid the
Introdução: A introdução da política neoliberal junto a um novo padrão tecnológico dominante a partir da década de 1970, proporcionou ao Oeste baiano um novo conjunto de estruturas voltadas a atender as demandas da agricultura de exportação, entendida nessa proposta de pesquisa por agrohidronegócio. A monopolização da terra e da água são elementos indissociáveis para o capital. A água historicamente vinculada ao acionamento dos pivôs-centrais e à irrigação das grandes plantações voltadas para a agricultura de exportação, num ritmo de destruição sem limites, inscrevendo-se mais recentemente na produção de energia elétrica. É dessa complexa e articulada malha de relações que estamos entendendo esse processo no âmbito do agrohidronegócio, por onde nos propomos estudar os impactos ocasionados pela sua expansão/consolidação sobre os recursos hídricos e o trabalho no Oeste da Bahia, considerando as dinâmicas territoriais agrárias no âmbito da degradação ambiental, da expropriação e das novas formas de controle do trabalho, nesse artifício formulado por meio da reprodução do capital no século XXI. Em face a esses questionamentos, a presente proposta de pesquisa está baseada na análise por meio dos seguintes eixos de investigação: 1) O entendimento da relação de domínio e posse da água e da terra em sua multiescalaridade, com o fim precípuo de produção de commodities agrícolas; 2) A análise dos impactos provocados aos recursos hídricos, levando em consideração a atual performance do modelo agrícola implantado; 3) A analogia da estrutura agrária, com a produção agrícola, os processos de trabalho e a precarização do trabalho. Metodologia/Desenvolvimento: O método de interpretação e análise do processo que propomos estudar no decorrer da pesquisa é o que tem como suporte a concepção materialista histórica e dialética do processo social, como expressão do desenvolvimento desigual e combinado do espaço geográfico, o qual nos permite considerar o movimento da história de qualquer processo social a partir do seu concreto vivido e as contradições que deram lugar e sustentam esse concreto: a luta de classes no campo e submissão deste à cidade. Buscando entender esse processo a partir da análise dos atores envolvidos, sobretudo aqueles ligados a agricultura camponesa, o agrohidronegócio e o Estado. Considerações finais: Essa proposta de tese de doutorado se encontra em fase inicial, possuindo prazo de defesa até dezembro de 2017.
Parte-se da premissa que a mercantilização da tríade Terra-Água-Trabalho no Oeste da Bahia são pilares imprescindíveis para a expansão do capital no campo, em que o controle do trabalhador junto à monopolização da propriedade privada da terra pelo capital, com a legitimação do Estado, apresenta-se como uma essencial estrutura para garantir a posse mercantil da água seja ela subterrânea, superficial ou da chuva. Um arcabouço que faz o capital no campo se consolidar e se expandir em diferentes composições humanas e materiais. Este é entendido como um caminho teórico-metodológico cabível para compreender o mundo do trabalho no campo, por meio de uma relação integrada na qual o domínio de um depende diretamente dos outros para dar movimento a essa dinâmica territorial.
Resumo: O controle do trabalho, da propriedade e da água, historicamente foram cruciais para o capital manter seus processos acumulativos e expansionistas. A escolha do Oeste da Bahia enquanto recorte do campo nacional promotor dessa lógica, expressa essa ideia. Alicerçada diante das características naturais e políticas econômicas fundadas historicamente nesse território. O trabalho precário, os grandes latifúndios em terras planas, com pluviometria regular e uma grande rede hídrica superficial e subterrânea, são condicionantes basilares para tal desenvolvimento. Fomentado diretamente pelo Estado seguidor dos ditames burgueses, com o Sistema Nacional de Crédito Rural – SNCR e a abertura do capital externo. Responsáveis diretamente por controlar a maior parcela da cadeia produtiva, agentes construtores da fronteira agrícola e os recordes de safras, seguidos por uma constância de degradação da natureza e do trabalho.
ResumoA dependência de commodities primárias é enraizada na história econômica brasileira, o que ao longo dos séculos provocou (re)configurações desse movimento de modo mais intenso e em curtas temporalidades, de acordo com os ditames do capital em conluio com o Estado. A tentativa de expressar parcela de um dinamismo que vem ocorrendo no Oeste da Bahia na década de 2000, intensificada a partir de 2007 com a última crise mundial, é o nosso foco protagonista, sobretudo, pautado na vinculação/subordinação da cadeia produtiva ao capital externo e a aliança de classes ao capital nacional e proprietários de terra. Palavras-Chave:Oeste da Bahia, Estrangeirização, Cadeia Produtiva, Terra e Capital. AbstractThe dependence on primary commodities is rooted in Brazilian economic history, which over the centuries (re) configurations of this movement is occurring more intensely and in short time frames, according to the dictates of capital in collusion with the State. The attempt to express portion of a dynamism that has occurred in the Oeste da Bahia in the 2000s, intensified from 2007 with the last global crisis, is our focus protagonist. Above all, based on linking / subordination of the production chain to foreign capital and the classes alliance to national capital and landowners.
A escravidão enquanto uma prática degradante do trabalho persistiu no Oeste da Bahia nas últimas décadas enquanto um dos elementos que representa a continuidade de mecanismos da acumulação primitiva, exercida principalmente por grandes grupos empresariais detentores e/ou vinculados a modernas empresas agrícolas. Este foco ocorreu essencialmente na busca do aumento da taxa de lucro, em que a intensificação da mais-valia, da renda e dos juros, alicerçados também por essa prática, fizeram muitos empresários atuantes no setor agropecuário no Oeste da Bahia “lucrarem como capitalistas e pagarem como detentores de escravos”. Em uma condição que a produção capitalista de relações não capitalistas se expressa além de formas da reprodução ampliada do capital, mas também a reprodução ampliada das contradições do capitalismo. Um movimento contraditório não só de subordinação das relações pré-capitalistas, mas também de criações antagônicas e subordinadas não capitalistas.
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