ResumoTendo como base os estudos recentes sobre as sexualidades e os gêneros e, em especial, os relativos à diversidade sexual, este artigo promove uma discussão ética sobre as vicissitudes da clínica psicológica com a população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais). Para tanto, problematizamos a construção sócio-histórica-cultural da homossexualidade e da heterossexualidade, as hierarquias das sexualidades e algumas ações terapêuticas na clínica direcionada ao público não-heterossexual, tendo em vista a Resolução do Conselho Federal de Psicologia nº 1/99 que estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação à questão da orientação sexual. Desse modo, matizamos o discurso da clínica usualmente orientada para o trabalho com pessoas heterossexuais, pensando de modo crítico o trabalho desenvolvido com sujeitos que transitam entre a vulnerabilidade e a invisibilidade devido a sua dissidência dos preceitos heteronormativos.Palavras-chave: clínica psicológica; diversidade sexual; homossexualidade; ética. AbstractThe psychological clinic and the LGBT public
Resum oNeste trabalho buscamos apresentar uma refl exão epistemológica em termos de circunstâncias históri-cas, psicológicas e sociológicas sobre a normalização da sexualidade a partir de um modelo antitético -normal versus abjeto. Igualmente, nos interessa explorar as contribuições do pensamento queer sobre os modos de pensar a sexualidade. Neste sentido nosso foco recai, por um lado, sobre como um modelo epistemológico erigido sob um sujeito dado de antemão nas ciências humanas veio a se constituir em uma das formas de legitimação da discriminação sexo/gênero e, por outro, sobre a busca de formulações teóricas que coloquem em tela a naturalidade com que marcamos certas existências como abjetas para, assim, incitar um pensamento de combate à homofobia prevalecente em nossa sociedade. Em última instância, o que está em voga é um debate em torno à quais pressupostos teóricos utilizar para melhor compreender a capacidade performativa dos sujeitos que vivem fora das fronteiras da heterossexualidade. Pois, agora, como antes, a psicologia não pode ser refratária aos acontecimentos sociais, devendo considerar os sujeitos não apenas em face de sua interioridade como também perante as relações sociais, históricas e culturais do ambiente que os circunda.Palavras-chave: Epistemologia, sexualidade, queer. From the Esencialist Paradigm to Post-Structuralism: An Epistemological Analysis Regarding Sexuality AbstractIn this paper, we seek to develop an epistemological analysis of the normalization of sexuality based on an antithetical model-normal vs. abject, in terms of historical, psychological and sociological circumstances. Furthermore, we are interested in exploring the contributions of queer theory in relation to the thinking of sexuality. Keeping this in mind, our focus lies on two main areas. First, on an epistemological model based upon the universal subjects in human sciences that defi ned certain kind of sex/gender discrimination. Secondly, we search for theoretical formulations that expose the natural form in which we label certain existences as abject, and through this, try to construct a way of fi ghting existing homophobia in our society. Finally, the key aspect of the current discussion relies in the theoretical knowledges that can be used to better comprehend the performative capacity of subjects that live beyond the boundaries of heterosexuality. Taking this into account, now as in the past, psychology cannot ignore social events, having to consider not only the interiority of subjects, but also the social, historical and cultural environments that surround their lives.
Resum o Neste trabalho buscamos apresentar uma refl exão epistemológica em termos de circunstâncias históricas, psicológicas e sociológicas sobre a normalização da sexualidade a partir de um modelo antitético-normal versus abjeto. Igualmente, nos interessa explorar as contribuições do pensamento queer sobre os modos de pensar a sexualidade. Neste sentido nosso foco recai, por um lado, sobre como um modelo epistemológico erigido sob um sujeito dado de antemão nas ciências humanas veio a se constituir em uma das formas de legitimação da discriminação sexo/gênero e, por outro, sobre a busca de formulações teóricas que coloquem em tela a naturalidade com que marcamos certas existências como abjetas para, assim, incitar um pensamento de combate à homofobia prevalecente em nossa sociedade. Em última instância, o que está em voga é um debate em torno à quais pressupostos teóricos utilizar para melhor compreender a capacidade performativa dos sujeitos que vivem fora das fronteiras da heterossexualidade. Pois, agora, como antes, a psicologia não pode ser refratária aos acontecimentos sociais, devendo considerar os sujeitos não apenas em face de sua interioridade como também perante as relações sociais, históricas e culturais do ambiente que os circunda.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.