Analisam-se os glossários de obras originalmente escritas na variante brasileira e na variante lusitana do português e respectivamente comercializadas em Portugal e no Brasil acompanhadas de um glossário. Os livros selecionados para análise foram O avesso da pele, de Jeferson Tenório (português brasileiro), e Pão de Açúcar, de Afonso Reis Cabral (português europeu). Investigam-se os critérios adotados pelas editoras para inserir esse instrumento linguístico no livro, quem é o profissional responsável por elaborá-lo, se há necessidade de diálogo com o autor durante a sua elaboração, quais os conhecimentos mobilizados e quais os materiais de apoio e/ou consulta a que o profissional recorre ao elaborá-lo. Para a coleta de dados sobre a concepção, edição e veiculação dos glossários, realizaram-se entrevistas com as editoras responsáveis pelas publicações e com a profissional que elaborou o glossário da obra editada em Portugal. Constata-se que a presença de glossários objetiva contextualizar a leitura nos casos em que há forte presença de oralidade e de variantes regionais, além de explicar termos específicos que, fora da comunidade linguística que os emprega, dificilmente seriam compreendidos pelo leitor comum.
Neste estudo, refletimos a respeito de três livros cuja constituição física se harmoniza com o texto literário: Zazie no metrô, Museu do Romance da Eterna e Avenida Niévski. A partir da descrição dos aspectos gráficos de cada obra, é estabelecida a relação entre esses aspectos e o que sugerem ou agregam em termos de sentido ao texto literário, de forma a entender como a experiência sensorial de leitura interfere na apreensão e interpretação do conteúdo verbal.
Em março de 2020, uma polêmica se instaurou no meio editorial brasileiro, quando a Câmara Brasileira do Livro anunciou algumas mudanças nas categorias do Prêmio Jabuti, o mais tradicional e prestigiado prêmio literário do país. Dentre elas, destacou-se a divisão da categoria Romance em dois novos segmentos: Romance Literário e Romance de Entretenimento. De imediato, vieram à tona elogios e críticas à iniciativa por parte de editores, escritores, curadores, leitores e a grande mídia. Neste ensaio, objetivamos apresentar os desdobramentos dessa mudança, discutindo os seus aspectos mais significativos, a aferição das virtudes estéticas de ambas as categorias, os posicionamentos favoráveis e contrários à decisão e o estado atual da ficção brasileira e do seu mercado editorial.
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