uma lógica marcadamente mercantilista da educação, implementada por meio da hegemonia do Terceiro Setor, no qual os interesses do privado superam os interesses públicos. Conclui-se que a política em questão não promove o sucesso escolar, a autonomia e liberdade criativa dos docentes e, por conseguinte, dos discentes. Tal política, a qual visava resolver as complexas questões sociais que historicamente tem produzido esse insucesso, não contribuiu para a superação do fracasso escolar.
A presente pesquisa é fruto da dissertação de mestrado que identificou a presença de lutas por posições dos pesquisadores participantes do Observatório das Violências nas escolas, reconhecendo nessa organização, uma forma estratégica de negociar o conhecimento. Dentro dessa perspectiva, o artigo propôs refletir sobre o discurso científico institucionalizado pelos pesquisadores do Ensino Superior no âmbito do Observatório da Violência nas Escolas. Por meio da análise das árvores científicas extraídas do levantamento da plataforma do curriculum lattes dos 10 pesquisadores professores de Ensino Superior foi possível identificar o uso de movimentos intelectuais e inclinações teóricas voltadas para a pesquisa maior, o da Violência Escolar. Esses deslocamentos evidenciados se configuraram numa lógica própria do campo, com estratégia inconsciente ou parcialmente controlada, que externou um “interesse desinteressado” dentro da Academia, uma forma de “jogar o jogo” que a própria ciência sugestiona. Essa constituição revelou forças internas no campo científico que se materializaram em esforços dos pesquisadores no trabalho em parceria, consubstanciados pelos discursos caracterizadores de legitimidade no campo. Sendo perceptível perante a análise do percurso científico dos pesquisadores, o uso da representação social interessada, que estabeleceu um discurso científico socializado, imprimindo novas identidades científicas aos pesquisadores.
A pesquisa considera o uso de dossiês um estratagema das revistas para ascenderem e se conservarem no campo científico. Por essa direção, o trabalho buscou demonstrar os movimentos que as revistas em Educação da região Centro-Oeste realizaram, sob o enfoque da linha investigatória da História da Educação, ancorada no estudo cientométrico. Neste prisma, a pesquisa mapeou 13 revistas vinculadas aos Programas de Pós-graduação em Educação disponíveis no sistema aberto, onde havia 09 periódicos cujos dossiês se enquadravam na perspectiva aqui proposta. Destes foram encontradas 20 temáticas para análise, recuperando 155 artigos com 222 autores diferentes, entre os quais somente 02 tiveram 03 contribuições frequentes. Quanto às palavras-chaves, foram coletadas 459 menções, cujo termo mais recorrente fora História da Educação, em um total de 21 incidências. Todavia, o estudo revelou que o campo de pesquisa da História da Educação ainda requer maturação devido à alta quantidade de pesquisadores que publicaram somente uma vez nos periódicos avaliados. A pesquisa ainda sinalizou vasta transitoriedade de termos que podem confirmar a perda da totalidade do objeto, mas também pode apontar novos rearranjos os quais o próprio campo de pesquisa propõe.
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