Com o objetivo de possibilitar o convívio social mais amplo dos portadores de sofrimento psíquico, a Reforma Psiquiátrica preconiza a ruptura do modelo de internação hospitalar e a consequente reinserção social desses sujeitos. Considerando que a reforma encontra-se em processo de construção, são necessárias pesquisas sobre a reinserção social visando contribuir para uma maior eficácia da rede de saúde mental. O presente artigo objetiva analisar a visão dos usuários de um serviço de saúde mental acerca da reinserção social dos portadores de sofrimento psíquico. O estudo contou com a participação de 20 usuários de um CAPS, que responderam a uma entrevista semiestruturada; os dados obtidos foram submetidos a uma análise discursiva. A análise aponta que o serviço é percebido como um local de acolhimento, seguro para os usuários; no entanto, os portadores de sofrimento psíquico ainda são vistos com preconceito por frequentarem um local de assistência psicológica. Além disso, os usuários do serviço não estão inseridos no mercado de trabalho. A partir do exposto, considera-se que o serviço ainda não proporciona plenamente a reinserção social dos usuários. Fica clara a positiva mudança nos modos de tratamento da saúde mental, sendo o CAPS sinônimo de liberdade em seus diversos sentidos. Contudo, a reinserção ainda não atingiu outros espaços que não o próprio CAPS.
Este estudo tem como objetivos: analisar o conteúdo da produção de literatura sobre a prática de estágio supervisionado em psicologia clínica, com orientação psicanalítica, e refletir sobre a formação do psicólogo, suas dificuldades e desafios. Trata-se de uma revisão de literatura sistemática, através da qual se realizou o levantamento de artigos nacionais e estrangeiros para mapear a produção do conhecimento acerca da experiência de estágio supervisionado em psicologia clínica com orientação psicanalítica. A pesquisa foi feita no SCIELO.ORG, BVS-PSI e Portal de Periódicos-CAPES/MEC, através das palavras-chave: estágio, psicologia clínica e psicanálise. Os artigos mostram que há uma tensão própria à relação da psicanálise com a universidade. Para que haja trabalho clínico, essa tensão não poderá ser tomada pelo estagiário no registro da impotência, mas do impossível que precisamente convoca ao trabalho, destacando-se que é preciso se perguntar qual é a clínica possível, a partir da psicanálise, no contexto universitário. Os pesquisadores demonstram que o estágio supervisionado em clínica-escola pode se constituir como um espaço formador e transformador para o estudante de psicologia e seu posicionamento ético ante a diversidade. Verifica-se que essa experiência não é sem consequência para pacientes, estagiários e supervisores. Recorrendo a noções cruciais da psicanálise, os autores mostram como, na formação do psicólogo clínico de orientação psicanalítica, trata-se, sobretudo, de suportar e assentir com as posições éticas às quais o estágio convoca.
RESUMO.O presente trabalho versa sobre o processo histórico de consolidação do AT como prática no percurso da reforma psiquiátrica. Trata-se de uma revisão sistemática de literatura sobre o tema por meio da identificação e análise de artigos publicados nas bases de dados SciELO, PePSIC e Portal de Periódicos Capes, a partir das palavras-chave: acompanhamento terapêutico (AT) e acompanhante terapêutico (at). Como os artigos demonstram, o histórico do AT não se deu de forma linear, apresentando avanços e retrocessos em seu processo. Apesar das divergências apresentadas pelos autores em relação ao tempo de surgimento do AT, houve, nos trabalhos revisados concordância quanto aos movimentos que influenciaram o AT, sendo os principais a reforma psiquiátrica e luta antima nicomial. Após discussão dos argumentos apresentados nos diferentes artigos, conclui-se pela importância da visibilidade e promoção dessas práticas em saúde mental, de modo a afirmar o AT enquanto dispositivo clínico e político em saúde mental.Palavras-chave: Acompanhamento terapêutico; reforma psiquiátrica; saúde mental. THERAPEUTICAL ACCOMPANIMENT AND PSYCHIATRIC REFORM: HISTORY OF A PRACTICEABSTRACT. The present work deals with the historical process of consolidation of Therapeutic Accompaniment (TA) as a practice in the course of the Psychiatric Reform. It is a systematic review of literature on the subject through the identification and analysis of a rticles published in the SciELO, PePSIC and CAPES Periodicals Portal, from the following keywords: therapeutic accompaniment and therapeutic companion. As the articles demonstrate, the history of TA was not linear, presenting advances and setbacks in its process. Despite the divergences presented by the authors regarding the TA's time of onset, there was, in the reviewed papers, agreement about the movements that influenced the TA, the main ones being the Psychiatric Reform and the Antimanicomial Campaign. After discussion of the arguments presented in the different articles, we conclude about the importance of visibility and promotion of these practices in Mental Health, in order to affirm the TA as a clinical and political device in Mental Health.Keywords: Therapeutic accompaniment; psychiatric reform; mental health.ACOMPAÑAMIENTO TERAPÉUTICO (AT) Y REFORMA PSIQUIÁTRICA: HISTORIA DE UNA PRÁCTICA RESUMEN. En este estudio se discute el proceso histórico de consolidación del Acompañamiento Terapéutico (AT) como práctica en curso en la reforma psiquiátrica. Se trata de una revisión sistemática de la literatura sobre el tema, mediante la identificación y análisis de textos publicados en las bases de datos SciELO, PePSIC y Portal de Revistas CAPES, utilizándose las palabras clave: acompañamiento terapéutico y compañero terapéutico. Los textos demuestran que la historia del AT no sucedió de forma lineal, ocurriendo avances y retrocesos en el proceso. Aunque haya
RESUMO Este estudo tem como objetivo: analisar o conteúdo da produção de literatura sobre a prática de estágio supervisionado em psicologia clínica, com orientação psicanalítica e refletir acerca de suas dificuldades e desafios. Trata-se de uma revisão de literatura sistemática de artigos publicados sobre o tema, nas bases de dados Scielo, BVS-Psi e Portal de Periódicos CAPES, através dos descritores ‘estágio, psicologia clínica, psicanálise e clínica-escola’. Após aplicação dos critérios de exclusão, foram selecionados 26 artigos, o que possibilitou verificar que essa experiência não é sem consequência para pacientes, estagiários e supervisores. Conclui-se que na formação do psicólogo clínico de orientação psicanalítica, trata-se de suportar e assentir com a posição ética, teórica e técnica da psicanálise na condução do trabalho clínico.
Resumo O hospital constitui-se como um contexto em que a urgência subjetiva pode vir a se apresentar de forma frequente, instaurando, para cada sujeito, uma vivência de angústia. O objetivo desta pesquisa foi investigar as possibilidades para uma clínica das urgências subjetivas no contexto de um hospital universitário em Salvador, considerando as vivências em uma residência multiprofissional. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório, em que se realizou revisão teórica sobre o tema e se construiu um caso clínico, sob orientação psicanalítica. A escolha do caso baseou-se na escuta clínica ao longo dos atendimentos e da atuação em equipe multiprofissional, considerando os impasses ao longo do tratamento. Foram utilizados registros documentais produzidos pela psicóloga residente ao longo dos atendimentos, que ocorreram durante três meses. Os resultados apontam para as contribuições da escuta psicanalítica no tratamento das urgências e na atuação em equipe multiprofissional no contexto hospitalar. A subjetivação da urgência permitiu, no caso em questão, um tratamento pela palavra do que havia incidido diretamente no corpo como fenômeno. Conclui-se pela relevância em discutir o tema da urgência e suscitar novas pesquisas, reintroduzindo no contexto hospitalar a questão sobre a subjetividade.
RESUMO: O presente trabalho se estrutura na articulação entre literatura e psicanálise e toma como referência a afirmação de Lacan, em 1965, de que, na produção de Marguerite Duras, a prática da letra converge com o uso do inconsciente. Como ponto de análise, o artigo se baseia na leitura de Le Ravissement de Lol V. Stein, livro de M. Duras, a fim de discutir a noção de Real, formalizada por Lacan em seu ensino. Para tanto, o Real será abordado a partir de três eixos de análise: 1) o tempo, 2) o corpo e 3) a ausência. Ao final, a produção durassiana atesta-nos uma dupla perda que se opera entre escrita e leitura, como efeito do real.
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