RESUMO: Os atuais retratos encontrados no âmbito da saúde mental infanto-juvenil e da Educação convocam a Psicanálise a se (re)inventar a fim de estar em diferentes sítios. Nesse sentido, este artigo busca sustentar a noção do oficineiro/pesquisador-catador-de-restos, problematizando se é possível forjarmos um modo, nas bordas da Psicanálise, Educação e Cinema, que nos auxilie na reinvenção de dispositivos de escuta e intervenção com sujeitos que vivem as nuances da passagem adolescente.
The Bond between Psychoanalys is, Education, Cinema and Adolescent Experience. In this article, we reflect on some methodological effects for the intervention research with adolescents that come from the encounter between Psychoanalysis, Education and Cinema. In order to do that, we start from the experience Cine na Escola. It is a device through which we offer cinema sessions with the opening of a space for the circulation of words to the adolescents of a public school, located in a region with high rates of violence and vulnerability in our city. Articulating the discussion with Giorgio Agamben's concept of profanation, we propose to profane the utilitarian use of the cinema, evoking the dimension of the new in the adolescent passage.
Neste escrito, partimos de uma experiência de pesquisa-extensão com adolescen-tes internados no sistema socioeducativo. Nele, sublinhamos algumas das particu-laridades metodológicas de uma pesquisa em psicanálise no âmbito da socioeduca-ção. Essa prática na instituição, a um só tempo, amplia as bordas da intervenção clínica tradicional e nos coloca frente a narrativas pautadas por um excesso de real, sobretudo tributário de vivências dos jovens que vivem em situação de violência e vulnerabilidade. Com este estudo, pretendemos dar seguimento às produções que temos desenvolvido sustentadas na ideia de a ética psicanalítica configurar-se como método.
Desde a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), assistimos a avanços significativos no campo das políticas voltadas para a população infantojuvenil. Dentre esses, destacamos as medidas socioeducativas, intervenção que veio romper com práticas higienistas e repressoras legitimadas por legislações anteriores. De todo modo, apesar do vanguardismo de suas propostas, a socioeducação, mesmo através das medidas socioeducativas, segue apresentando altos índices de reincidência infracional. Tal retrato nos faz questionar: o que leva tantos desses jovens a retornarem ao chamado “mundo do crime” mesmo após o cumprimento de uma medida? A fim de compreender melhor a responsabilização juvenil, problematizamos, a partir da psicanálise, três de suas dimensões: a jurídica, a subjetiva e a social.
Este artigo parte da análise de algumas falas de adolescentes em situação de privação de liberdade, bem como de enunciados que recolhemos da cultura; na sequência, refletimos sobre a violência juvenil como uma maneira de recusar reduzir suas manifestações às lógicas criminalizantes, individualizantes e patologizantes. Compartilhamos também algumas problematizações que foram surgindo frente aos desafios e impasses que vivenciamos enquanto pesquisadores em psicanálise no campo socioeducativo: de que modo não sucumbir aos discursos que buscam fixar os jovens da socioeducação unicamente na posição de menores infratores? Como sustentar uma escuta baseada em uma política subversiva quando nos deparamos com uma sociedade fortemente atravessada por lógicas normatizantes? Essas e outras questões foram trabalhadas a partir do enlace entre a dimensão ético-política da psicanálise, a política das sobrevivências proposta por Didi-Huberman e o conceito de ralé proposto por Hannah Arendt.
Resumo Este estudo é parte de uma pesquisa de âmbito nacional realizada pelo Grupo de Trabalho (GT) “Psicanálise e Educação” da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia (ANPEPP). Em 2015 o GT produziu e divulgou um grande levantamento de dados de diferentes regiões do Brasil com o intuito de construir um retrato nacional do campo da psicanálise e educação. Tal esforço, que é fruto de outros movimentos semelhantes na área, propiciou uma fotografia das investigações, assim como das metodologias utilizadas pelos diferentes Núcleos e Laboratórios de pesquisas envolvidos com a temática nas diversas regiões do país. Buscando dar continuidade aos estudos mais expressivos acerca do tema supracitado, nossos objetivos são: traçar um panorama da produção acadêmica de psicanálise e educação no Rio Grande do Sul tomando como recorte o período de janeiro de 2000 a agosto de 2016; identificar e problematizar os principais eixos teóricos pesquisados no campo; organizar e potencializar articulações entre os diferentes pesquisadores da área. Para isso, utilizamo-nos do survey bibliográfico como estratégia metodológica no processo de elaboração do levantamento da produção acadêmica. Entendemos que seja relevante aprofundar a perfilação do campo da psicanálise e educação no Rio Grande do Sul, pois essa região esteve implicada em diferentes ondas de produção ao longo do tempo. Com os esforços realizados, almejamos propiciar uma maior sinergia de trabalho entre os pesquisadores do campo, compreender os rumos futuros da área, facilitar trocas entre as temáticas, pensar a ampliação do campo com mais densidade, retratar os caminhos metodológicos e alcançar uma melhoria da qualidade das pesquisas.
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