O artigo apresenta uma vertente da pesquisa sobre avaliação na/da Educação Infantil realizada em uma Universidade Federal. Por meio de estudos sobre materiais, propostas educacionais e ações em 3 municípios do estado do Rio de Janeiro, dentre 17 municípios que abarca a investigação, analisa a implementação de políticas públicas intersetoriais no âmbito da Educação Infantil elaboradas durante o período de emergência sanitária causado pelo novo Coronavírus (Sars-CoV2), especialmente as ações ligadas à distribuição de material (físico ou on-line) e alimentação, bem como a judicialização do tema. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica sobre políticas públicas, em especial, sobre a fase de implementação, e a pesquisa eletrônica nos sites e redes de compartilhamento dos municípios selecionados, a partir de documentos e informações oficiais, para observar quais foram as políticas públicas de enfrentamento à Pandemia que tiveram relação direta (ou indireta) com a Educação Infantil pública. O reconhecimento da Pandemia pela Organização Mundial da Saúde em março de 2020 teve como consequência o “fechamento” físico das escolas para o acesso dos estudantes a partir do dia 16/3/2020, com um prazo de retorno difícil de determinar. As desigualdades entre os municípios da pesquisa ficaram muito evidentes, mesmo em regiões geográficas próximas com contextos semelhantes. Tal cenário inédito escancarou fragilidades e merece ser problematizado a fim de que as políticas implementadas nesse período não reforcem desigualdades educacionais ao invés de mitigá-las.
O reconhecimento, pela Organização Mundial da Saúde, da pandemia causada pela Covid-19, em março de 2020, impediu o acesso dos estudantes às escolas brasileiras. Com o fechamento físico dos estabelecimentos de ensino, muitos gestores municipais enviaram materiais de apoio pedagógico para as crianças e suas famílias. De acordo com a análise dialógica realizada neste estudo, os discursos institucionais levados a cabo por esses gestores e os discursos pronunciados por meio dos próprios materiais de apoio pedagógico, reproduzem um embate de muitas vozes sociais e podem ter efeitos de sentido bem diferentes. Este artigo trata das relações entre políticas de Estado e políticas de governo a partir de ações referentes à Educação Infantil implementadas por gestores municipais no decurso da pandemia. O corpus dos materiais de apoio pedagógico foi constituído a partir de websites e redes oficiais de compartilhamento de secretarias de educação de uma amostra de 17 municípios do Rio de Janeiro e organizado num banco de imagens. A análise dos materiais, que se restringiu a sete municípios, permitiu compreender melhor o que foi produzido para as crianças pela política municipal e ainda que, em geral, as políticas implementadas são as políticas do governo, que os documentos nacionais são pouco indutores da elaboração dos materiais pedagógicos e que as responsabilidades de gestão são ambíguas.
A pesquisa articula a experiência vivida no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à docência, no Centro de Referência em Educação Infantil Realengo, com os estudos que reforçam a essencialidade de uma educação antirracista, desde a infância. A abordagem metodológica utilizada foi a pesquisa-formação e a conversa, a fim de compartilhar caminhos possíveis para a construção de práticas pedagógicas que valorizem a diversidade. Compreende-se que o Brasil é marcado por uma história de colonização e violência contra as populações negras. A educação, que não é apartada da sociedade, possui um papel essencial na desconstrução de estereótipos e preconceitos. Dessa forma, acreditamos que os processos educativos e de formação que dialoguem com a luta antirracista possibilitam o fortalecimento de uma sociedade mais justa.
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