Em 1928, o escritor Mario de Andrade apresentava à conservadora sociedade brasileira as páginas de Macunaíma, um herói sem nenhum caráter. Quatro décadas depois, Joaquim Pedro de Andrade levava às telas o filme Macunaíma, inspirado no livro. Duas aparições criativas sobre o mesmo personagem em diferentes linguagens, que se tornaram símbolos de movimentos artísticos: o Modernismo e o Cinema Novo. Este trabalho propõe analisar as tensões intersemióticas criadas a partir de signos escritos que identificam o herói Macunaíma, e sua transposição para a mídia audiovisual, levando em conta os limites de cada suporte e as influências sócio-políticas de cada época.
Nesse artigo nos aproximamos da reflexão de que uma obra colocada ao público, se vista pelos seus bastidores, por aquilo que a contém e que a gerou, pode fornecer dados inestimáveis para a História da Arte e para os estudos dos processos criativos. Assim, este artigo busca desenvolver um estudo reflexivo sobre o tempo como disparador e como matéria no processo criativo de Cláudia França, na exposição “Trabalho do Chão”, de 2019, quando recria um ambiente doméstico de forma simbólica, buscando gerar reflexões sobre as noções de paisagem e arquitetura e as relações humanas. Partimos da hipótese de que a artista corta o espaço e o reconstrói em uma espécie de tempo como instante, fragmento de uma duração interrompida. Estudamos os cadernos da artista e seus demais documentos de processo, para compreender algumas das escolhas que levaram ao formato final da obra apresentada ao público. Buscamos revelar como procedimentos tradicionais do desenho são incorporados em uma poética tridimensional que compartilha a intimidade da artista. Tratamos seu procedimento a partir de conceitos de criatividade e inovação que toma processos clássicos e os reelabora na construção de uma obra que questiona os limites do desenho e da escultura contemporâneos.
Este trabalho evidencia o processo de criação em artes visuais e apresenta os caminhos criativos que estimulam atitude exploratória que permitem ao artista criar. O ponto de partida para a construção teórica incide diretamente sobre o sujeito criador iniciando um diálogo entre a Psicologia Analítica, a Criatividade e os Processos de Criação em Arte, por meio do método proposto pela Crítica Genética. A investigação objetivou especificamente explorar as dimensões interiores do processo criativo do artista contemporâneo José Spaniol.
Vivemos hoje num mundo tomado por incertezas: aprofundamento da desigualdade, iminência da morte, pandemia; desestabilização ambiental e dos habitats (a natureza suportará essa degradação?); presença digital versus a presencialidade (voltará a haver convivência em que os corpos possam se tocar?). E um cenário distópico de um mundo dominado por uma epistemologia dominante, apoiada em três pilares: capitalismo, colonialismo (racismo) e o patriarcado (sexismo). [...]
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