Em 1928, o escritor Mario de Andrade apresentava à conservadora sociedade brasileira as páginas de Macunaíma, um herói sem nenhum caráter. Quatro décadas depois, Joaquim Pedro de Andrade levava às telas o filme Macunaíma, inspirado no livro. Duas aparições criativas sobre o mesmo personagem em diferentes linguagens, que se tornaram símbolos de movimentos artísticos: o Modernismo e o Cinema Novo. Este trabalho propõe analisar as tensões intersemióticas criadas a partir de signos escritos que identificam o herói Macunaíma, e sua transposição para a mídia audiovisual, levando em conta os limites de cada suporte e as influências sócio-políticas de cada época.
Nesse artigo nos aproximamos da reflexão de que uma obra colocada ao público, se vista pelos seus bastidores, por aquilo que a contém e que a gerou, pode fornecer dados inestimáveis para a História da Arte e para os estudos dos processos criativos. Assim, este artigo busca desenvolver um estudo reflexivo sobre o tempo como disparador e como matéria no processo criativo de Cláudia França, na exposição “Trabalho do Chão”, de 2019, quando recria um ambiente doméstico de forma simbólica, buscando gerar reflexões sobre as noções de paisagem e arquitetura e as relações humanas. Partimos da hipótese de que a artista corta o espaço e o reconstrói em uma espécie de tempo como instante, fragmento de uma duração interrompida. Estudamos os cadernos da artista e seus demais documentos de processo, para compreender algumas das escolhas que levaram ao formato final da obra apresentada ao público. Buscamos revelar como procedimentos tradicionais do desenho são incorporados em uma poética tridimensional que compartilha a intimidade da artista. Tratamos seu procedimento a partir de conceitos de criatividade e inovação que toma processos clássicos e os reelabora na construção de uma obra que questiona os limites do desenho e da escultura contemporâneos.
Este texto trata de aspectos compartilhados do processo criador de Attilio Colnago, em especial para a mostra “O Encantado” (2014). O foco central está nas mediações entre a mente criadora e a cultura que a envolve e que se materializa como imagem geradora. A partir dos pressupostos dos estudos atuais do processo criativo, buscamos evidenciar alguns aspectos da estrutura rizomática que envolve o gesto criador. O texto procura inferir uma análise de um processo criativo que se constitui como uma linguagem de natureza dialógica que revela a dimensão transcultural e transtemporal do discurso artístico de Colnago.Inferimos que a interlocução estética desse artista, nesta mostra, reopera o vivido a partir de matrizes culturais e conceituais impressas na sua memória e na do público, o que pode ser evidenciado contextos amplos, extra mostra, compartilhados por meio de recursos tecnológicos contemporâneos como o QR Codes. Com isto, busca-se acionar a rede de relações semióticas que nos aproxima das artimanhas dessa mente criadora e dos modos de recepção do público.
Neste artigo apresentamos a importância da ambiente expositivo no processo de criação da obra Forty Part Motet, 2001, de Janet Cardiff, localizada no Instituto Inhotim. Esses elementos são identificados por meio de declarações explícitas e implícitas da artista, em entrevistas, declarações públicas, vídeos e nas observações de seus trabalhos. Informações que são compreendidas como documentos que indicam seu processo criativo ao longo de suas produções.
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