A Síndrome do Desconforto Respiratório (SDR) é um distúrbio que acomete principalmente os recém-nascidos prematuros pela imaturidade pulmonar, resultante da deficiência ou inativação do surfactante. O surfactante é uma substância lipoprotéica produzida pelas células pneumócitos tipo II e armazenado nos corpos lamelares para, posteriormente, ser liberado no espaço alveolar, sintetizado a partir da 20º semana de gestação, com pico de produção por volta da 35º semana. A função do surfactante é diminuir a tensão superficial dos alvéolos, evitando o colabamento na expiração. Quanto menor a idade gestacional de nascimento, maior o risco de desenvolver a SDR. A prematuridade e a imaturidade do sistema respiratório levam à maior necessidade de suporte ventilatório invasivo, oxigenioterapia, assistência fisioterapêutica e internação na unidade de terapia intensiva neonatal. A fisioterapia respiratória tem papel importante na manutenção da permeabilidade das vias aéreas, prevenção de complicações respiratórias, promoção da higiene brônquica, otimização da reexpansão pulmonar, posicionamento adequado e vigilância nos ajustes dos parâmetros da ventilação mecânica invasiva e não invasiva. Este estudo tem o objetivo de realizar uma revisão bibliográfica para identificar as estratégias terapêuticas respiratórias utilizadas pelo fisioterapeuta na assistência ao recém-nascido prematuro com Síndrome do Desconforto Respiratório. Para este fim, fizemos um levantamento de artigos científicos em bases de dados eletrônicos como SciELO, LILACS, Google Acadêmico e PubMed, através dos cognatos ‘Síndrome do Desconforto Respiratório’, ‘prematuros’, ‘unidade de terapia intensiva neonatal’, ‘fisioterapia’ e ‘ventilação mecânica’, e seus correlatos em inglês ‘Respiratory Distress Syndrome’, ‘premature infants’, ‘neonatal intensive care unit’, e ‘physical therapy and mechanical ventilation’. A assistência fisioterapêutica a neonatos prematuros com SDR na UTIN é imprescindível para o sucesso da terapêutica e melhora progressiva da função pulmonar até a alta. O fisioterapeuta deve exercer um plano de tratamento integral e humanizado indo desde o ajuste ventilatório invasivo e não invasivo a execução de manobras terapêuticas, posicionamento e cuidados com a ocorrência de sequelas como hemorragia intraperiventricular e displasia broncopulmonar que podem comprometer o desenvolvimento neuropsicomotor e qualidade de vida após alta hospitalar.
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