RESUMOO presente estudo tem como objetivo investigar os conceitos fundamentais da obra de Sartre, como a consciência, a liberdade e a intencionalidade, em articulação com as questões da educação, pondo em evidência a passagem do plano da espontaneidade ao plano do refletido na formação do sujeito. O problema da pesquisa se desenvolve em meio às possibilidades da educação como racionalidade histórica e crítica, capaz de promover, em alguma medida, a abertura ao ser, seja esta abertura de ordem ética, social ou epistemológica. O artigo suscita uma reflexão breve, com base no pensamento de Sartre, das condições racionais nas quais a educação possa se dilatar, estendendo-se ao projeto de humanidade, em cujas condições históricas os sujeitos possam reconhecer que sua existência e seu saber não estão prontos, não estão dados a priori, porquanto precisam ser permanentemente conquistados. As análises do estudo levam a compreender que a formação de sujeitos livres e responsáveis não se constitui, senão, por meio das ações éticas. Especialmente neste campo, a educação pode compartilhar das conquistas que o pensamento de Sartre apresenta na ultrapassagem ao instituído.
Resumo Refletir acerca da imaginação significa pensar o próprio problema da vida criadora. Sob a perspectiva contemporânea significa ainda discutir a permanente elaboração de um novo psiquismo no qual o espírito se dispõe à abertura, ao conhecimento, que ao final é sempre um autoconhecimento. Resultante de pesquisa na área da Educação – tendo como referencial teórico-metodológico a Filosofia – este artigo propõe-se a estudar as bases conceituais da imaginação na modernidade e sua importância para a educação. Diferente do pensamento da ciência clássica, que compreende a imaginação como representação de um objeto percebido, o filósofo francês Bachelard a compreende no sentido oposto à formalização lógico-empírica da imagem, haja vista que para ele a imaginação se apresenta como instância das imagens que ultrapassam a realidade. A imaginação tem grande relevância na formação humana e na educação escolar, sendo um fator ativo de transformações que participa tanto da esfera da liberdade e da criação quanto do plano epistemológico do conhecimento e da ciência, planos esses que, embora de modos diferentes, se relacionam em seu ponto de partida com a imaginação e a fertilidade das imagens primordiais. Pode-se dizer que na educação, como em toda atividade humana, a realidade imaginária é evocada antes de ser descrita, pondo em questão o vigor da criação, o reencontro com a juventude da imaginação ativa. A natureza livre e dinâmica da imaginação é indispensável para a formação comprometida com o alargamento do espírito, cujo princípio é a livre invenção do espírito humano.
RESUMO − A Experiência Ético-Formativa da Psicanálise e a Interlocução com Kant. Compreende-se com Lacan que a ética não se dispõe ao simples fato de ter obrigações, porquanto ela está intrinsecamente ligada à própria estrutura do desejo. A experiência ética funda a possibilidade de um possí-vel rompimento sublimatório com o instituído, e está na origem motivadora de toda ação do sujeito, afirmando-se assim como uma experiência ético-formativa. A ética da psicanálise entrevê o que pode ser um bem para o sujeito, com todas as contradições, lacunas e problemas que disso provém. Tal reflexão tem por base O Seminário, livro 7 − A Ética da Psicanálise, de Jacques Lacan, obra em que o autor se põe no horizonte da ética, discutindo questões ligadas aos conceitos de das Ding, de lei moral kantiana, e de sublimação. Palavras-chave: Psicanálise. Ética. Sublimação. Kant. Formação. ABSTRACT − The Ethical-Formative Experience of Psychoanalysis andDialogue with Kant. It is understood from Lacan that ethics cannot be reduced to the simple existence of obligations, as it is intrinsically linked to the very structure of desire itself. Ethical experience creates the possibility of a potential sublimatory rupture with what has been established and is the motivating source of the subject's entire action, thereby affirming itself as an ethical-formative experience. The ethics of Psychoanalysis foresees what could be of benefit to the subject, with all the contradictions, gaps and problems which that can bring. This reflection is based on Lacan's: The Seminar The Ethics of Psychoanalysis (Book VII), in which the author places himself at the horizon of ethics, discussing the concepts of das Ding, Kantian moral law and sublimation.
Resumo O ensino na universidade tem enfatizado cada vez mais em seus currículos as necessidades do mercado de trabalho e do desenvolvimento econômico e tecnológico. Contudo, é preciso empenhar-se no diálogo acerca da formação do cidadão e, em especial, do educador valorizando os nexos que constituem essa formação como processo mais amplo, não restrito à formação profissional. Ao situar a questão da formação na atualidade, cabe lembrar o sentido humano, cultural e histórico que a instituição universitária logra na sociedade. Decorrente desse sentido, o ensino de graduação deve voltar-se não somente ao desenvolvimento de habilidades que possibilitem às pessoas participarem da dimensão econômica da sociedade, mas, sobretudo, à formação comprometida com a busca do saber, a criação e a crítica. Esses princípios são indispensáveis à formação dos sujeitos em sua totalidade humana.
work. In this sense, the logical capacity of thought maintains an indispensable correspondence with the historical category, which is people's objective reality and their material conditions of existence. The possibilities of the logical category occur in the fi eld where thought meets historical development, stretching beyond common sense, and escaping abstract speculations. In capitalist society, especially from the Taylor and Ford rationality onwards, formation has distanced itself from critical, political and autonomous thought, thereby weakening the logical or theoretical conditions of formation. This study is a prelude to the drafting conditions of historical reality and thought, despite the rationalization to which it is submitted by capitalism.
Este artigo se dedica a investigar a atividade educativa com base em alguns dos fundamentos racionais que lhes dão identidade no contexto da Grécia antiga. A formação humana que se constitui na Grécia desde a era clássica até os tempos helenísticos confere grande valor à cultura geral, funda-se no modo abrangente de conceber a educação para além das habilidades cognitivas. Diferente dos princípios da educação contemporânea, a atividade educativa da paidéia está intrinsecamente ligada ao éthos, o modo de ser e agir do homem grego. Aristóteles é o referencial básico do estudo, o filósofo não expõe motivos claramente educacionais em sua obra, contudo, apresenta de forma implícita os princípios que constituem a atividade educativa e a sua relação com os diferentes saberes, bem como sua ligação peculiar com a dimensão ética. O modo de vida e formação nesse universo tem a finalidade de educar o homem no sentido de eleva-lo, seja na inteligência, na capacidade técnica, ou, sobretudo, na sua disposição ético-política ligada ao bem comum. O diálogo com a racionalidade grega põe em discussão os valores educacionais hodiernos, evidenciando as problemáticas do caráter pragmático e reducionista que muitas vezes acompanham a formação, ao contrário do que se poderia pensar, as questões educativas hauridas no contexto grego não são menos atuais. O pensamento classicista constitui um corpus de conceitos e princípios teórico-práticos fundamentais ao desenvolvimento da cultura ocidental. Trata-se, portanto, de uma racionalidade indispensável para se ampliar a compreensão acerca da educação e suas possibilidades neste início de século.
Este artigo propõe uma breve reflexão acerca da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), com base na compreensão de formação presente nos relatórios oficiais dessa instituição. O referencial teórico adotado para a reflexão proposta está ligado, em especial, aos conceitos da paideia aristotélica e o seu cuidado com a formação do cidadão da pólis. Por cultivar a ética, a afirmação do humano e a import ância da vida coletiva, a educação da Grécia clássica se tornou, no presente estudo, indispensável para ampliar o olhar acerca do sentido da formação neste início de século.
Como desdobramento de pesquisa na área da educação este artigo tem o objetivo de apresentar questões, conceitos e aspectos de base da razão moderna indispensáveis para a compreensão dos fundamentos racionais da educação. Tomando como base o pensamento de Kant, a razão é atividade única de conhecimento, embora exercendo-se sob dois planos epistemológicos distintos: o teórico e o prático. Na dimensão teórica a razão funda as possibilidades do sujeito do conhecimento, na dimensão prática a razão se abre ao universo dos fins humanos estabelecendo a condição do homem como um ser ético, moral. Ambos interesses da razão são indispensáveis ao sentido da natureza racional, e consequentemente ao sentido da educação. O ser humano nasce com a disposição para o entendimento e a moralidade, todavia, ambas disposições não se concretizam senão à medida que o sujeito entra em contato com a cultura, sendo, então, formado, educado. A obra kantiana marca a educação moderna pela necessidade de tornar o homem mais esclarecido possível como ser de conhecimento e ação. Afirmar que é da convergência dos dois interesses da razão – o prático e o teórico – que se pode conceber o sujeito autônomo no sentido vigoroso do termo, significa, ao mesmo tempo, afirmar que o esclarecimento passa pela questão do conhecimento mediante conceitos, passa pela formação da capacidade de pensar, e pela valorização da formação ético-política. Estes fatores juntos se constituem nos maiores esforços da educação que se possa afirmar crítica e ratificadora da liberdade.
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