Tese do Doutorado apresentada ao Departamento de Sociologia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas sob a orientação do Prof. Dr. Josué Pereira da Silva. Este exemplar corresponde à redação final da Tese defendida e aprovada pela Comissão Julgadora em 1º/7/2009.
Para os pesquisadores em ciências sociais se tornou comum o entendimento de que a expressão "Escola de Frankfurt" é uma imprecisão conceitual 1 . Por outro lado, a sua utilização pode servir como forma de exposição acerca da chamada teoria crítica da sociedade, em geral associada ao seu momento inaugural com Max Horkheimer e a fundação do Instituto de Investigação Social de Frankfurt, cujas contribuições para o pensamento contemporâneo são hoje inegáveis.A teoria crítica se constituiu no século XX como um "modelo" de compreensão da realidade que ultrapassou suas iniciais tonalidades frankfurtianas, e mesmo quanto a estas, formou diferentes gerações, afinal, concordando ou não com suas ideias, poucos questionam a importância de pensadores como Jürgen Habermas e Axel Honneth para a teoria social contemporânea.Pretendemos neste ensaio indicar alguns aspectos que caracterizam o processo de recepção da teoria crítica da 1 Para maior entendimento do que pensa este autor sobre o tema, ver Camargo (2006aCamargo ( , 2006b).
o presente artigo tem como objetivo apresentar algumas reflexões em torno do conceito de experiên-cia social a partir de alguns textos de André gorz e Axel Honneth. Pretendemos mostrar que o conceito de experiência cumpre um papel significativo para a teoria crítica da sociedade, desde o seu momento originário na Escola de Frankfurt. A experiência pode se constituir, no contexto de uma nova etapa do capitalismo tardio, como um conceito-chave para que a teoria social mantenha presente seu horizonte emancipatório e normativo, bem como para que possamos, em face de um estágio hoje avançado e diferenciado de dominação capitalista, pensar ainda sobre a emancipação humana e a ideia de utopia. o conceito de experiência social revela um latente conteúdo normativo e utópico que demarca, embora nem sempre explicitamente, diferentes momentos da teoria Crítica. importante para a primeira geração de pensadores da Escola de Frankfurt, o conceito de experiência tem assumido novas conotações na obra de pensadores que, de maneiras distintas, empreendem uma teoria crítica da sociedade. Entendemos que as obras recentes de André gorz e de Axel Honneth fornecem elementos teó-ricos pelos quais podemos reelaborar o conceito de experiência tomando como referência, de um lado, os problemas originários suscitados pela teoria Crí-tica e, de outro, um contexto histórico marcado por severas transformações no capitalismo mundial, principalmente ao longo das três últimas décadas.no âmbito da teoria Crítica o conceito de experiência adquire sentido próprio em relação ao modo com que é postulado, pois visa precisamente afastar-se da ênfase positivista, que situa tal concei-
Resumo A postulação do trabalho imaterial como algo central no atual momento histórico é, ao mesmo tempo, algo que se refere às transformações da cultura contemporânea, na forma de produção cultural. Procuramos conceber o entrelaçamento entre trabalho imaterial e produção cultural como aspecto chave de um novo momento histórico do capitalismo, ou, do capitalismo tardio. Neste sentido procuramos investigar alguns problemas que também derivam da tradição da Escola de Frankfurt, principalmente o conceito de indústria cultural. Nossa hipótese é de que o conceito de indústria cultural e sua superação pela pós-indústria é central para compreendermos como este novo estágio nos exige um novo olhar quanto aos problemas da dominação e da emancipação. Palavras chave Trabalho imaterial; indústria cultural; pós-modernidade; dominaçãoAbstract The idea of immaterial labor as central to the current historical context also regards contemporary cultural transformations. The objective here is to conceive of the intertwining of immaterial labour and the production of culture as a key aspect of a new moment in the history of capitalism, or late capitalism. In this sense, this article examines issues deriving from the Frankfurt School tradition, mainly the concept of Cultural Industry. The hypothesis is that the concept of Cultural Industry and its demise by post-industrial approaches is central to the understanding of how this new stage demands from us a new way of looking at domination and emancipation. Keywords immaterial labor; cultural industry; post-modernity; domination
Resumo:Nosso propósito nesse artigo é refletir sobre o que consideramos ser a primeira fase do processo de recepção da Teoria Crítica da Escola de Frankfurt no Brasil com ênfase na produção de alguns intelectuais brasileiros que foram pioneiros nesse processo, não apenas como tradutores e divulgadores do pensamento frankfurtiano, mas também como intérpretes da realidade nacional. Em um período histórico conturbado, marcado pela repressão do regime militar, intelectuais como José G. Merquior, Roberto Schwarz, Gabriel Cohn e Flávio Kothe, em diferenciadas nuanças teóricas, principiaram a recepção da teoria crítica no Brasil, sua imersão nas Ciências Sociais do país e com repercussões quanto à própria forma de compreensão da sociedade brasileira.Palavras-chave: Teoria social. Teoria crítica. Recepção. Intelectuais Brasileiros. Cultura Abstract:Our purpose in this article is to reflect on what we consider to be the first phase of the receipt of the Critical Theory of the Frankfurt School in Brazil with emphasis on production of some Brazilian intellectuals who were pioneers this process, not only as translators and publishers of the Frankfurter thought, but also as interpreters of the national reality. In a troubled period of history, marked by repression of the military regime, intellectuals such as José G. Merquior, Roberto Schwarz, Gabriel Cohn and Flávio Kothe, in different theoretical nuances began to receive critical theory in Brazil, his immersion in the social sciences in the country and with repercussions as to the manner of understanding of the Brazilian society.
Busca-se neste ensaio fazer uma análise e reflexão sociológica sobre o tema da loucura no cinema brasileiro. Adota-se como referência o período que inicia em 1995 e vai até 2015, entendendo que em tal período há no Brasil mudanças na produção cinematográfica e ao mesmo tempo na maneira pela qual a sociedade tem lidado com o conceito de loucura. A análise se concentra na tentativa de traçar um paralelo entre o contexto histórico da Reforma Psiquiátrica e as formas de representação da loucura em alguns filmes brasileiros produzidos no período. Partindo das contribuições teóricas de Michel Foucault e da tradição da antipsiquiatria aponta-se para a hipótese de que o cinema, enquanto expressão da indústria cultural, reproduz em suas narrativas os olhares predominantes na sociedade capitalista acerca do fenômeno da loucura.
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