Luehea divaricata, conhecida popularmente como açoita-cavalo, é uma espécie florestal nativa da Mata Atlântica muito utilizada para a recuperação de áreas degradadas. Sua madeira pode ser empregada para as mais diversas finalidades, o que contribuiu para a redução de suas populações naturais e ocasionou dificuldades na obtenção de sementes com qualidade genética, fisiológica e sanitária para uso na produção de mudas. Sendo assim, a micropropagação é uma alternativa para a produção de mudas da espécie para uso em projetos ambientais. Com isso, o presente trabalho teve como objetivo otimizar o processo de rizogênese in vitro e, para isso, foram avaliadas, inicialmente, diferentes concentrações de sais do meio nutritivo WPM. Em seguida, foram estudados os efeitos do ácido indolbutírico (AIB), adicionado ao meio em tratamento “pulse” por 15 dias, e do ácido naftalenoacético (ANA), na rizogênese, em ambos os casos em cultivo em meio WPM cuja concentração de sais foi reduzida à metade (WPM/2). Por fim, também foi analisado o efeito da combinação de volumes de vermiculita com WPM/2. Os resultados indicaram que o meio WPM/2 apresentou resultados promissores para o estabelecimento (98%) in vitro e, no que diz respeito à formação de raízes adventícias primárias, após 45 dias de cultivo in vitro observaram-se as maiores médias (40,52%), independentemente da concentração de sais do meio. O tratamento “pulse” após 30 dias de cultivo in vitro, independentemente da concentração de AIB, resultou em uma média de 25,18% de formação de raízes adventícias primárias. As combinações de 20 mL + 15 cm³, 20 mL + 30 cm³ e 30 mL + 30 cm³ de meio nutritivo e de vermiculita, respectivamente, foram as mais favoráveis para a formação de raízes adventícias laterais de segunda ordem, proporcionando médias entre 38 e 49,5% após 45 dias de cultivo in vitro. Para otimizar o processo de rizogênese de Luehea divaricata é indicado o cultivo in vitro por 45 dias em meio nutritivo WPM/2, combinado com vermiculita, prescindindo da adição de auxinas.
ResumoO objetivo do presente trabalho foi analisar a produtividade das minicepas e o enraizamento de miniestacas de Luehea divaricata nas estações do ano. O primeiro ensaio avaliou a produtividade do minijardim, em que os tratamentos consistiram de oito coletas de miniestacas. O segundo ensaio avaliou as coletas de miniestacas nas diferentes estações do ano, o período de cultivo em cada uma delas e sua interação. A produtividade foi maior principalmente em duas coletas realizadas no verão e uma na primavera, que resultaram em mais de cinco miniestacas por minicepa em cada coleta; a primeira coleta realizada no verão e as duas primeiras da primavera apresentaram médias inferiores, porém todas superiores às maiores médias do inverno e do outono. A média de formação de raízes, aos 30 dias, foi de 95%, e aos 60 dias, de 100%. O maior número de raízes foi observado no verão, com média de 11,47 raízes por miniestaca. Em relação ao comprimento de raízes, número de raízes secundárias e folhas, houve maior desenvolvimento no verão e na primavera, principalmente aos 60 dias. A produtividade das minicepas foi superior no verão e essa estação também produz mudas mais desenvolvidas de Luehea divaricata por miniestaquia. Contudo, o processo de miniestaquia, nas condições avaliadas, pode ter continuidade ao longo do ano, com coletas também no outono, no inverno e na primavera. A miniestaquia é uma alternativa eficiente para a propagação vegetativa da espécie, obtendo-se, aos 60 dias de cultivo, mudas com maior desenvolvimento.Palavras-chave: propagação vegetativa; miniestaquia; espécie florestal nativa; açoita-cavalo. AbstractThe objective of this work was analyze the productivity of the minicepas and the rooting of minicuttings from seminal origin of Luehea divaricata in seasons. The first test evaluated the productivity of the minijardim, in which the treatments consisted of eight minicuttings collections. In the second test were evaluated the collections in seasons, the period of cultivation in each season and its interaction. The productivity was higher in two collections in the summer and one in the spring, which resulted in more than five minicuttings by minicepa in each collection; the first collection in the summer and the first two in the spring presented lower averages, but all higher than the highest winter and autumn averages. For root formation, at 30 days, the mean was 95% and at 60 days at 100%. The highest number of roots was observed in the summer, with 11.47 roots by minicut. In relation to the length of roots, numer of secondary roots and leaves, there was more development in summer and spring, mainly at 60 days. The productivity of the minicepas is higher in the summer and this season also produces more developed seedlings of Luehea divaricata by minicutting technique. However, the minicutting technique, under the conditions evaluated, may continue throughout the year, with collections also in autumn, winter and spring. Minicutting technique is an efficient alternative for the propagation of the species, obt...
ABSTRACT:The golden trumpet tree Handroanthus chrysotrichus (Bignoniaceae) is an important species, owing to its economic, ecological, medicinal, and ornamental value. However, its production is hindered due to lack of seed availability and viability improved methods of vegetative propagation are needed. Therefore, we evaluated the effect of agar on in vitro rhizogenesis of H. chrysotrichus shoots and the subsequent ex vitro acclimatization of the plants obtained. In the in vitro rhizogenesis assay, we cultured the micropropagated shoots on half-strength nutritive Woody Plant Medium (½WPM) supplemented with 30 g . L -1 sucrose, 50 mg . L -1 myoinositol, 30 cm³ of vermiculite, and one of the three agar concentrations (0, 3.5, or 7 g . L -1 ), and after 30 d, we assessed the shoots for root production and leaf number. Thereafter, the plants were subjected to a 49-d ex vitro acclimatization period, which consisted of two stages in a growth room and one stage in a greenhouse; we assessed plant survival, leaf number and increases in stem height at the end of each stage. We found that the addition of agar to the growth medium was not necessary to induce adventitious rooting, especially with respect to secondary roots, and that plants grown on medium without agar had the highest number of leaves after acclimatization. Therefore, agar actually hindered both in vitro rhizogenesis and ex vitro acclimatization. The ex vitro acclimatization result in high survival and resumption of growth and development of H. chrysotrichus micropropagated plants, and this step is not affected by agar on in vitro rhizogenesis. AGAR NÃO AFETA A RIZOGÊNESE IN VITRO E A ACLIMATIZAÇÃO EX VITRO DE Handroanthus chrysotrichus RESUMO:Handroanthus chrysotrichus (Mart. ex DC.) J. Mattos (Bignoniaceae), conhecida como ipê-amarelo, é uma espécie dotada de importância econômica, ecológica e ornamental. No presente trabalho o objetivo foi avaliar o efeito do ágar na rizogênese in vitro e na subsequente aclimatização ex vitro, bem como a eficiência deste processo em relação à sobrevivência e à retomada do crescimento e desenvolvimento das plantas micropropagadas de H. chrysotrichus. Na rizogênese in vitro, brotações micropropagadas na ausência de reguladores de crescimento foram cultivadas in vitro por 30 dias, em meio nutritivo WPM cujas concentrações de sais foram reduzidas à metade (½WPM), acrescido de 30 g . L -1 de sacarose, 50 mg . L -1 de mio-inositol e 30 cm³ de vermiculita, na presença de diferentes concentrações de ágar (0; 3,5 ou 7 g . L -1 ) e ausência de fitorreguladores. Decorrido esse período, as plantas provenientes dos tratamentos do ensaio de rizogênese foram submetidas à aclimatização ex vitro, processo composto por três etapas e duração de 49 dias. O ágar foi dispensável na indução de raízes adventícias, principalmente no que diz respeito às secundárias. Igualmente, na aclimatização, plantas provenientes de cultivo na ausência de ágar apresentaram melhor desempenho, em especial no que diz respeito ao número de folhas. A ausência de ága...
Eugenia involucrata é uma espécie florestal nativa do Brasil com grande potencial para uso madeireiro, frutícola e medicinal. O presente estudo objetivou avaliar a influência de fitorreguladores e da luminosidade sobre a calogênese em discos foliares de Eugenia involucrata. Foi conduzido um experimento bifatorial (2x5), cujos tratamentos consistiram na combinação da ausência ou presença de luz durante o cultivo e de cinco diferentes empregos de fitorreguladores: ANA, 2,4-D, BAP e as combinações ANA + BAP e 2,4-D + BAP, todos a 5 μM, em meio nutritivo MS. Após 45 dias de cultivo in vitro foi observado que a ausência de luz durante o período de cultivo reduz a oxidação fenólica favorecendo, assim, a calogênese , especialmente na presença de ANA e das combinações ANA + BAP e 2,4-D + BAP. O uso de 2,4-D e de BAP, isoladamente, não é favorável à calogênese em discos foliares de Eugenia involucrata.
No presente estudo foram usados marcadores microssatélites para estimar a variabilidade genética em três fragmentos naturais de Luehea divaricata Mart. & Zucc. localizados em municípios do estado do Rio Grande do Sul no bioma Mata Atlântica, visando identificar seu potencial para coletas de germoplasma para uso em programas de reabilitação de áreas degradadas. Com auxílio do software GenAlEx v. 6.5, foram estimados parâmetros da variabilidade genética e sua partição entre e dentro dos fragmentos analisados. Foi observada uma maior variabilidade genética dentro dos fragmentos (77%), o que é esperado para espécies cuja reprodução é predominantemente por cruzamentos e estimado um fluxo gênico superior a 1 (Nm= 3,853), o que é suficiente para homogeneizar as frequências alélicas e tornar os fragmentos similares geneticamente. Em decorrência do elevado fluxo gênico entre os fragmentos, o índice de estruturação genética foi baixo (FST = 0,072), o que os torna menos suscetíveis aos efeitos adversos da fragmentação. Dessa forma, constatamos que há variabilidade genética nos fragmentos de L. divaricata estudados, informação relevante para o planejamento de programas de recuperação de áreas degradadas, em cujas coletas de germoplasma deverá ser priorizado o número de indivíduos por fragmento.
The objective of the present research was to evaluate the effect of different concentrations of indolebutyric acid (IBA) on the rooting of Luehea divaricata minicuttings under two different cultivation periods in a greenhouse environment. The minicuttings were immersed in a hydroethanolic solution containing IBA. All minicuttings survived after 30 and 60 days of cultivation. Root formation at 30 days of cultivation with 1000 mg L-1 of IBA was 91.7%, the same rate as that observed with 4000 mg L-1. At the 1000 mg L-1 concentration, the number of roots was the greatest among all treatments, with 8.42 roots per minicutting after 30 days of cultivation. After 30 days of cultivation, the formation and number of roots with the use of 1000 mg L-1 of IBA in the “pulse” treatment produced the best outcome results, allowing the plants to spend less time in a greenhouse at a reduced concentration of auxin when compared with other treatments. However, to obtain higher averages of secondary root formation, root length, and number of leaves, it is necessary to increase the cultivation period to 60 days.
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