Este estudo teve como objetivo realizar uma revisão sistemática das pesquisas publicadas no Brasil sobre bullying escolar entre os anos de 2015 e 2019. Buscando analisar o que tem sido produzido sobre o tema e contribuir para a expansão dos estudos na área, diante dos altos índices dessa violência no contexto escolar brasileiro. Bullying refere-se a comportamentos intencionais e repetitivos de caráter agressivo na relação entre pares. Para a busca eletrônica, foram pesquisados artigos publicados nas bases de dados SciELO, PEPSIC e LILACS, utilizando como descritores as palavras-chave bullying e escola. Considerando os critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados 39 artigos para análise. As publicações foram analisadas em relação à autoria, data de publicação, objetivos, número de participantes, estado onde foi realizado a pesquisa, idade dos participantes, resultados, discussão e foco de análise. Os resultados reforçam a predominância de estudos descritivos e correlacionais, vinte e nove eram de cunho nomotético e buscaram a generalização de dados para a caracterização da incidência e perfil dos envolvidos. Apenas cinco estudos relataram programas de intervenção nas escolas, e dois realizaram estudo de casos. Somente três pesquisas acessaram crianças a partir dos 8 anos. Concluímos que há poucos estudos com foco na dinâmica relacional do bullying, especialmente do ponto de vista das testemunhas, e com foco investigativo no período da infância. Reconhecer os mecanismos que sustentam uma situação de bullying facilitam a produção de estratégias de enfrentamento e prevenção na escola. É necessário produzir novas metodologias para acessar as nuances do bullying escolar.
Ações intencionais e repetidas, em forma de agressão, exclusão ou zombaria entre os pares, cometidas ao longo de um período de tempo, são chamadas de bullying. Um fenômeno relacional e complexo, que costuma estar dissolvido nas relações entre os escolares. Esta pesquisa teve por objetivo investigar se no cotidiano das crianças do primeiro ano do ensino fundamental aparecem expressões do bullying escolar. O estudo foi realizado com 10 crianças (6 a 7 anos) de escolas particulares do estado de Pernambuco-Brasil. Através de videochamadas e de um roteiro semi-estruturado, as crianças foram inicialmente convidadas a realizar desenhos e narrativas sobre seu cotidiano escolar. Na mesma videochamada, elas ouviram uma história sobre bullying escolar, contada pela pesquisadora, e depois disso, criaram mais um desenho sobre uma situação de bullying que tenham vivenciado ou testemunhado. Para o tratamento de dados, a partir das transcrições das narrativas das crianças sobre os desenhos, foi feita uma análise temática dos conteúdos. Os resultados apontaram para a ocorrência de experiências de bullying no cotidiano escolar das crianças. Situações de bullying relacional e direto foram descritas pelos participantes. As crianças mostraram compreensão sobre as situações de bullying, e se reconheceram nessas situações. Os dados demonstram que as narrativas das crianças situam a ocorrência bullying no seu cotidiano escolar infantil e indicam que elas se sentem afetadas por esses eventos, o que sugere a importância de mais publicações sobre o tema e de ações interventivas, especialmente de caráter preventivo para a violência escolar, e o bullying infantil.
As sondas culturais são uma estratégia de criação de dados nascida na área do design, aqui apresentadas como uma estratégia metodológica inovadora e lúdica para a produção de dados de pesquisa qualitativa em psicologia com crianças. Com este estudo sobre processos de produção de sentidos na vida cotidiana de crianças, baseado em reflexões da psicologia cultural e em análises imagético-discursivas, fica demonstrado o quanto as sondas culturais se configuram como um método inovador e capaz de gerar dados consistentes e relevantes, tanto em pesquisas, como em práticas profissionais de psicólogos e educadores.
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