Uma das maneiras de definir a sexualidade é a busca por satisfação plena, em desenvolvimento contínuo, que envolve as questões biológicas, psicológicas e sociais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) 1 define sexualidade como "uma energia que nos motiva para encontrar amor, contato, ternura e intimidade; ela integra-se no modo como sentimos, movemos, tocamos e somos tocados, é ser-se sensual e ao mesmo tempo ser-se sexual. A sexualidade influencia pensamentos, sentimentos, ações e interações e, por isso, influencia também a nossa saúde física e mental".Portanto, limitar a definição de que a sexualidade se associa a apenas a sexo biológico e reprodução, como já previa Foucault, 2 não exprime o que são os conceitos atuais, mais abrangentes e inclusivos. Robert Stoller, no livro Sex and Gender, 3 introduziu a palavra gênero para criar um critério diferente do termo sexo, que estava tão somente ligado às condições biológicas.Gênero foi incluído no conceito amplo de sexualidade com mais intensidade a partir da década de 1980, estimulado pelos movimentos sociais feministas. 4 A palavra gênero expandiu a possibilidade dos papéis sociais 5 e a aplicabilidade na relação entre a expressão de gênero feminino e gênero masculino, reforçando a subjetividade de cada ser humano na maneira de expressar sua sexualidade.Joan Scott 6 foi uma influente teórica sobre a aplicabilidade do termo gênero. Ela afirmou que existem vários aspectos ligados aos indivíduos e que são constituídos por diferenças percebidas pelas relações sociais entre os sexos, sendo uma maneira inicial de identificar-se. A autora conceituou que o gênero é constituído por quatro elementos que se correlacionam. São eles: os símbolos (nossas expressões sociais e caracterização); os conceitos normativos (que definem como devemos interpretar esses símbolos impostos por influências e doutrinas, sejam elas religiosas, educativas, científicas, políticas ou jurídicas); a representação binária dos gêneros (que reconhece o sexo como influente na sexualidade humana, mas não como o único determinante no gênero escolhido pelo indivíduo); e a identidade subjetiva (que está diretamente ligada às discussões sobre os termos gênero e sexo, evidenciando as diferenças aplicadas).Ampliando esses conceitos, Judith Butler 7 inicia uma discussão crítica sobre as relações afetivas binárias, gênero e sexo, homem e mulher e principalmente o sujeito e o outro, trazendo os aspectos subjetivos e de identidade da afetividade. Em suma, gênero é a estilização repetida do corpo, um composto de ações que sofrem mudanças no decorrer da vida do indivíduo, que pode ter diversas identidades, não estando somente relacionadas às prevalências sexuais, o que vem aumentar ainda mais as influências recebidas, com enfoque nas questões emocionais de um ser humano.A identidade de gênero é uma categoria da identidade social e refere-se à identificação do indivíduo como homem ou mulher, ou com alguma categoria diferente de homem ou de mulher. Essa identidade deve ser construída pelo próprio ser humano. Mesmo com...
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