Este artigo dá seqüência às respostas à conferência "O vício da virtude: autoconstrução e acumulação capitalista no Brasil", de Chico de Oliveira, publicada no número 74 desta revista. Argumenta-se que a disponibilidade crescente de um exército de reserva de força de trabalho e a baixa substancial do salário justifica a realização dos mutirões.
This article provides an answer to the main arguments of the conference "The vice of the virtue", by Francisco de Oliveira, published in issue 74 of this journal. It states that the growing availability of a reserve army of labor and the substantial weakening of wages justify the making of collaborative buildings
de poimentos • p. 010-024 A FAU sempre foi um "lugar". Primeiro Maranhão, depois Cidade Universitária, sem deixar de ser Maranhão. Esses depoimentos o atestam, a maioria deles fala de seu espaço e acolhida. Qual a relação entre o lugar e a faculdade? Fruto de uma decidida afirmação de autonomia, a arquitetura na USP assume o velho solar do café e transforma-no em sua casa. O casarão, de vida tão intensa nos 20 anos que abrigou a graduação, transferiu esta atividade para o Campus Butantã, abrigado pelo desenho único e repleto de reminiscências do Artigas. Graduação na Cidade Universitária, pós-graduação na Maranhão, assim continuou a FAU. Muitos passaram por essas duas casas, as idéias elaboradas são quase infinitas, as lembranças e saudades continuam vivas para aqueles que nelas estiveram. Pensou-se muita arquitetura em seus vários campus inaugurados pela FAU. Muitas foram as conseqüências desse criar, refletir e operar. Espalhamse pelo Brasil, pelo continente e pelo mundo. Essas experiências e idéias acabaram por se cristalizar em uma maneira de ser da FAU. E fácil distinguir quem foi aluno daqui ou por aqui passou como professor. Funcionários insignes tiveram, nesse lugar, suas carreiras. Há um patrimônio vivo transmitido de geração a geração que se mantém e repropõe-se. Há uma grande afetividade desenvolvida por tantos, que acrescenta às racionalizações e explicações na maneira de ser que as envolve e perpassa. Há um ser FAU que se promove continuamente e que nos desafia. O desafio proposto parece ser o de continuar ultrapassando o adquirido para ir além, não se satisfazendo só com o consolidado ou permanecendo no mesmo. Um presente a atualizar e um futuro a indicar e conquistar. Há uma certeza que a FAU continuará criativamente a repropor-se e superar-se. Dar continuidade e ir além, compromisso de todos nós, deverá acontecer sem se perder essa afetividade profunda que temos pela FAU e que sempre permitiu superar disputas e contradições, na medida em que o sentimento de sermos um corpo, orgânico e vivo, trouxe-nos um entendimento maior com aderência e coesão, e, assim, essa querida escola pôde vir andando, evoluindo e crescendo, fazendo-se presente afirmativamente em nossa terra, no continente, no hemisfério e no mundo.
Sérgio Ferro: Vou começar situando o meu trabalho em teoria e crítica da arquitetura. Eu fui, como vocês todos aqui, aluno da FAU 1 , quando esta ainda era na rua Maranhão. Logo me tornei professor, fui assistente do Flávio Motta. Naquele tempo o arquiteto ia bastante ao canteiro de obras; o papel do arquiteto era muito mais vasto do que é hoje em dia. Em 1958, 59, 60, 61 eu ia freqüentemente a Brasília e assisti um pouco ao nascimento da capital. Não tanto o plano, o desenho do Lúcio, mas o levantar, o sair do chão. E saía daqui com a Escola, com arquitetos cheios de discursos bons para a sociedade brasileira. Era o período do desenvolvimentismo: havíamos de modificar o Brasil, construir um Brasil novo, industrializar esse troço aqui. E tudo com uma perspectiva social anunciada também muito bonita. Só que, ao chegar em Brasília, via aqueles desenhos lindos do Niemeyer, perfeitos, brancos, puríssimos, mas com uma massa de gente ultramiserável, ultra-explorada, construindo aquilo. Um horror as condições de trabalho. Vinham trabalhadores do Brasil inteiro, que se agrupavam debaixo daquelas igrejinhas bonitinhas do Niemeyer parecidas com um triângulo, e ficavam esperando passar ali os caminhões que os contratavam. Depois os operários iam para o canteiro de obras, freqüentemente cercado, como na Idade Média. As greves eram reprimidas da maneira mais violenta possível, com mortes, assassinatos. Mais tarde, quando estive preso, alguns operários que participaram da construção de Brasília me contaram os problemas da vida cotidiana de fome, de miséria, de comida podre, naquele lugar totalmente afastado. Então, para mim, desde o 2º, 3º ano de escola foi um grande, enorme contraste ver como era produzida a arquitetura: o nosso desenho, teoricamente quase sempre
RESUMOO trabalho estuda a agência do Conselho Tutelar em casos que abordam o tema da diversidade sexual/de gênero na cidade de Juazeiro, situada no Vale do São Francisco, sertão da Bahia. Em que medida a instituição regula a produção do gênero e da sexualidade de crianças e adolescentes sujeitos(as) a sua proteção integral? De base qualitativa, o estudo faz uso dos métodos de análise de documentos e revisão bibliográfica. O acervo documental é composto por quatro relatórios de atendimento do Conselho Tutelar e do Centro Especializado de Assistência Social no qual figuram crianças e adolescentes identificadas como sexo-gênero dissidentes.Palavras-chave: conselho tutelar; pessoas sexo-gênero dissidentes; afrocentricidade; colonialismo; direito das crianças e adolescentes. RACE, GENDER AND SEXUALITY IN THE TUTELAR COUNCIL FROMJUAZEIRO / BA ABSTRACT The paper studies the agency of the Guardianship Council in cases that deal with the theme of sexual / gender diversity in the city of Juazeiro, located in the Valley of the São Francisco, Bahia. To what extent does the institution regulate the production of gender and sexuality of children and adolescents subject to their full protection? On a qualitative basis, the study makes use of the methods of document analysis and bibliographic review. The documentary collection consists of four reports of assistance from the Guardianship Council and the Specialized Center for Social Assistance in which children and adolescents identified as sexgender dissidents are included.Key-words: tutelar council; gender-dissident people; afrocentricity; colonialism; rights of children and adolescents. IntroduçãoEssa escrita é uma reescrita do direito, da teoria dos direitos humanos, dos direitos da criança e do adolescente elaborados historicamente pelos brancos heterossexuais ricos. Ela
Este trabalho conta a história de vida de Nina Kelly, sessenta anos, travesti, transformista, costureira, destaque de escola de samba. Nascida no interior da Paraíba, migrou para a capital ainda adolescente, onde se estabeleceu. A narrativa foi construída com base numa metodologia interdisciplinar, elegendo o gênero textual da entrevista comentada como método de produção discursiva. Posicionamos os estudos sobre direitos humanos entre a teoria literária, história, geografia, psicologia e direito. Como fontes primárias de informação, manejamos, além da entrevista semiestruturada, fotografias decorrentesdo acervo pessoal da sujeita. A perspectiva de Maurice Halbwachs nos oferece o conceito de memória enquanto construção social, de modo que o individual e o coletivo se cruzam em nossas lembranças. Assim, através das reminiscências de Nina, pretendemos mergulhar na memória social da comunidade sexo-gênero dissidente em João Pessoa.
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