A partir do intenso questionamento sofrido por Giulio Carlo Argan no início da década de 1960, o artigo discute a crise da noção de projeto em seu pensamento e a relaciona historicamente com a emergência do projeto como subgênero da arte conceitual. Por um lado, a relação é articulada através do exame de duas tendências defendidas por Argan, a arte programada e a pintura analítica. Por outro, é pensada contra o pano de fundo da consolidação do mercado de arte no período em questão. Por fim, o exame da parte da obra de Antonio Dias nesse contexto histórico visa descrever com mais clareza o laço dialético entre as duas categorias em questão, arte como projeto e projeto como arte.
Um tal movimento, operado sob o abrigo do Estado, será reencontrado várias vezes: a esquerda fornece a ideologia e as idéias que a direita recupera (facilmente). [...] Ela deixa a esquerda se aventurar no árduo terreno das inovações, das reformas, das modernizações que não atingem nem o modo de produção, nem o Estado. (LEFEBVRE, 1976). Ainda hoje a investigação da verdade possui o charme de contrastar fortemente com o erro, agora cinzento e tedioso; mas esse charme está se perdendo. Sem dúvida ainda vivemos a juventude da ciência, e costumamos ir atrás da verdade como de uma bela jovem; e quando ela tiver se tornado uma velha carrancuda? (NIETZSCHE, 2007). Não foram poucos os estudiosos da questão urbana que saudaram a regulação dos artigos 182 e 183 da Constituição de 1988 pela lei 10.257, promulgada em 2001 (e intitulada Estatuto da Cidade) 1 , como uma conquista dos chamados movimentos sociais urbanos. Entre os geógrafos, uma intelectual organicamente ligada a tais movimentos assim se exprimiu: "Trata-se de uma lei construída com participação ativa dos movimentos da sociedade civil que lutam pela reforma urbana. Em 1988 apresentaram ao Congresso Constituinte a Emenda Popular pela Reforma Urbana que já continha os germes dos Instrumentos do Estatuto" (RODRIGUES, 2004, p.90). Na medida em que o curso da modernização das metrópoles brasileiras prossegue triunfalmente, é possível tomar distância em relação ao que foi dito para compreender melhor o sentido geral do que foi Resumo Os autores examinam o chamado Estatuto da Cidade destacando sua importância como quadro institucional para os capitais que atuam na urbanização defi nida enquanto espacialidade aprestável para a valorização, na medida em que fortalece as estratégias implicadas na capitalização das rendas fundiárias. Palavras-chave: Urbanização; (re)valorização do espaço; verdade-poder.
da Associação dos Geógrafos Brasileiros (Seção Belo Horizonte) RESUMO:A Universidade, e em particular a pós-graduação nela sediada, tem sido submetida a abordagens não raro limitadas a tratar de aspectos e questões concernentes ao seu crescimento, o que se coaduna com a avaliação instituída, precipuamente devotada à medição do que é produzido, portanto pouco ou nada preocupada em interrogar os sentidos e finalidades dessa produção. Os diagnósticos sobre o ensino e a pesquisa pós-graduada em Geografia também têm permanecido nesse plano, ficando, assim, distantes de uma análise acurada sobre as (im)possibilidades que se colocam ao conhecimento do mundo propiciado pela Geografia. Neste texto, o autor examina o processo de modernização das universidades brasileiras articulado ao processo de modernização da própria sociedade brasileira, o que lhe permite esclarecer as contradições existentes entre a burocratização (que invade, coloniza e corrói as universidades), a configuração da educação, e particularmente do ensino superior, como setor de atuação empresarial e seus (des)encontros com a formação profissional requerida pelos mercados de trabalho, além dos obstáculos que se colocam, nesse contexto, ao desenvolvimento de ciência e tecnologia. A rigor, trata-se de contradições que afastam crescentemente a Universidade de sua substância: pensar o não-pensado. Reorientar as pesquisas nesse sentido, tendo como finalidade assinalar o caminho para a concretização das possibilidades históricas inscritas no movimento da sociedade, conclui o autor, é inescapável para que as universidades se coloquem à altura das exigências do agir democrático, da instituição democrática do social. PALAVRAS-CHAVE:Universidade; Pós-graduação; Modernização; Geografia; Democracia.ABSTRACT:
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