A dependência de energia, o desperdício de água, o mau uso e manejo de florestas, obras irresponsáveis ambientalmente, poluição de mananciais, mares, oceanos, terra, ar, e inúmeras outras ações que prejudicam o meio ambiente vêm causando dificuldades à própria sociedade que ainda as admitem, embora havendo crescentes restrições. Os impactos negativos tomaram tamanha dimensão que grupos organizados como o Greenpeace e o SOS Mata Atlântica vêm ganhando cada vez mais projeção e cumprindo um papel fundamental na conscientização da população, contribuindo, também, para que ações empresariais irresponsáveis ambientalmente sejam pressionadas pela sociedade. O objetivo deste artigo é apresentar a incorporação da responsabilidade ambiental às empresas como um diferencial capaz de, por um lado, contribuir para a efetiva melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e, por outro, constituir-se em vantagem competitiva. Para tanto, é apresentada uma breve discussão acerca da vantagem competitiva e do marketing ecológico, e os resultados de uma pesquisa qualitativa, realizada em 1999 pelo autor, que teve por objetivo conhecer a importância do “fator meio ambiente” nas decisões de compra de consumidoras de determinadas categorias de produtos, com o intuito de se averiguar a predisposição em relação a produtos ecologicamente corretos.
Gráfico 1-Lançamento de novos produtos "verdes" FONTE: OTTMAN, 1994, p. 13 Gráfico 2-Representatividade do lançamento de novos produtos "verdes" em relação ao lançamento de novos produtos FONTE: FRANKEL; CODDINGTON, 1994, p. 651 2 4 6 0 Quadro 1-Produtos ecologicamente corretos lançados no Brasil EMPRESA PRODUTOS Midas Elastômeros "Tinta látex acrílica Eco Acqua", com revestimento solúvel em água. Sealcolor Resina atóxica "Ecopiso", à base de óleos vegetais. Cola de alta adesão à base de poluiretano vegetal "Eco-adesivo" Renner Látex fabricado sem solventes nem compostos orgânicos voláteis. Sherwin Williams Linha "Metalatex Eco", fabricada sem solventes, com base em água. Deca Torneiras e vasos sanitários que economizam água. Usina São Francisco Açúcar orgânico e ecológico "Native". Alimentos Nardelli Arroz orgânico "Nardelli Bio", sem insumos químicos, venenos e agrotóxicos. Multibras Geladeiras que consomem menos energia elétrica. Electrolux Geladeiras que consomem menos energia elétrica. Bosch Geladeiras que utilizam o gás natural R600, não prejudicial à camada de ozônio. GE Lava-louças "Ecosensor", que detecta automaticamente o nível de sujeira e indica o tempo de funcionamento, a temperatura e a quantidade de água adequadas. Juruá Madeiras Madeira certificada com selo de manejo ambiental. Gethal Madeira certificada com selo de manejo ambiental. Dana Starter/ alternador da Dana que permite o desligamento do motor quando o veículo encontra-se parado, o que diminui a emissão de poluentes. Pirelli Linha de pneus "Xapuri", da Pirelli, confeccionado a partir de borracha extraída por comunidades da Amazônia que participam de treinamento da empresa. Olimpus Antenas e alarmes automotivos sem metais pesados. Santista "Ecol Denin", jeans ecológico obtido a partir de sobras e retalhos. Natura Linha "Ekos", da Natura, produzida com ativos da biodiversidade brasileira. Colgate-Palmolive "Sorriso Herbal", linha de cremes dentais que destina parte do faturamento à organização ambientalista S.O.S. Mata Atlântica. Éh Linha de xampus orgânica. Faber-Castell Lápis com madeira reflorestada, cuja plantação á auditada pelo Forest Stewardship Council. 3M e Suzano "Post-it" ecológico, feito com papel reciclado. TV Globo Programa "Globo Ecologia". TV Cultura Programa "Repórter Eco". Rádio Eldorado Programa "Terra, Fogo, Mar e Ar". Tramontina Ferramentas e utensílios para o lar confeccionados com madeira certificada. Suzano Papel para impressão "Reciclato", feito com papel reciclado. Cemil Leite orgânico "Naturallis". Carbonell Azeite orgânico "1866", elaborado sob os preceitos da agricultura ecológica. Bradesco Título de capitalização que remete parte da receita à S.O.S.Mata Atlântica. ABN AMRO Real Fundo de investimento composto por ações de empresas ambiental e socialmente corretas. Goóc Sandálias com solado feito a partir de pneus reciclados. Rainha Tênis "Autêntico Eco", feitos de materiais ecológicos como PET e borracha reciclados, couro vegetal, juta, fibra de bambu e um tipo de couro que não é produzido com cromo. FONTE: elabo...
RESUMO Este artigo pretende elucidar se o fator ecológico pode ser considerado uma ferramenta mercadológica na medida em que vai ao encontro das necessidades dos consumidores a serem satisfeitas. Apresenta um estudo exploratório que teve como intuito revelar se o meio ambiente é um dos fatores levados em consideração pelos consumidores quando decidem suas compras de bens de conveniência. Os resultados indicam que o meio ambiente não é uma variável presente nas decisões de compra, não constituindo, portanto, elemento de agregação de valor aos produtos no sentido de satisfazer necessidades de clientes, sobretudo pelo fato de os consumidores não terem informação suficiente para tal. Apesar disso, sugerem que o investimento empresarial em gestão ambiental e no lançamento de produtos ecologicamente corretos poderá constituir, no futuro, vantagem competitiva, pois tanto o conhecimento sobre as questões ambientais quanto atitudes positivas em relação à preservação ambiental já estão presentes nos consumidores.
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