HIRANO, Sedi. Política e economia como formas de dominação: o trabalho intelectual em Marx. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 13(2): 1-20, novembro de 2001. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 13(2): 1-20, novembro de 2001. D O S S I Ê trabalho e modernidade Política e economia como formas de dominação o trabalho intelectual em Marx SEDI HIRANOProfessor do Departamento de Sociologia da FFLCH-USP RESUMO:Este ensaio procura sistematizar a análise teórica que Marx faz do pré-capitalismo e do capitalismo como estruturas sociais de poder, predominando naquele as relações políticas e neste as relações econômicas como formas de dominação. Procura-se demonstrar que no pré-capitalismo o poder político e o exercício monopolizado da violência física, social e psicológica são determinados pela forma como os agentes sociais se apropriam das condições objetivas, materiais e simbólicas da produção social. No capitalismo, a produção, quando já é comandada pelo capital, além de produzir a mais-valia, também produz um sistema de exploração geral das propriedades naturais e humanas tendo como suporte a ciência. Ou seja, ela realiza a apropriação através da ciência, e não da violência e do poder pessoal, colocando o saber científico ao seu serviço, na espécie de capital fixo. Essa extração da mais-valia assume, apesar de ser resultante da relação econômica, a forma de atividade científica. É dentro desse contexto que se analisa a questão do trabalho intelectual não só como produtor de valor mas, também, como produtor de concepções justificadoras da forma histórica de poder e de dominação capitalista.trabalho, na concepção de Marx, "é uma condição natural eterna da existência humana". Sem o trabalho, não haveria a produção e a reprodução (histórico-social) da vida humana. "O processo de trabalho não é outra coisa senão o próprio trabalho, visto no momento de sua atividade criadora". O homem, sendo o portador consciente da atividade criadora, que se realiza por meio do exercício propositado da força vital, das energias do cérebro e músculos, utilizados conscientemente no processo HIRANO, Sedi. Política e economia como formas de dominação: o trabalho intelectual em Marx. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 13(2): 1-20, novembro de 2001. 2de conformar e moldar a natureza segundo as necessidades humanas, é agente de transformação, colocando em prática o projeto de dominar as forças naturais e externas ao homem. Para Marx, "os momentos gerais do processo de trabalho, por conseguinte, são independentes de todo desenvolvimento social determinado". Em vista disso, "os meios e materiais de trabalho, dos quais uma parte é já produto de trabalhos precedentes, desempenham seu papel em todo processo de trabalho, em qualquer época e sob quaisquer circunstâncias" (Marx, 1978b, p. 29).Se a natureza e o homem são os pressupostos da produção material, e se esta é o momento determinado da produção, os fatores fundamentais, quaisquer que sejam as formas sociais de produção, são sempre dois: os meios de produção e os trabalhadores...
Resumo: Este artigo procura aprofundar a reflexão em torno dos padrões de desenvolvimento e de oportunidade social existentes no Leste Asiático e na América Latina. Sustentamos aqui que a estrutura de poder mundial funda-se em modos de desenvolvimento diferenciados nas diversas regiões do planeta, que se reportam a diversos padrões de acumulação e inserção internacional das economias nacionais, empiricamente verificáveis em cada região geo-econômica. Partimos do pressuposto de que o modo de desenvolvimento anglo-americano produz estruturalmente mais pobreza e desigualdade social do que o modo de desenvolvimento japonês-asiático. Este regime de acumulação diferenciado permitiu ao conjunto de países capitaneados pelo Estado desenvolvimentista da Ásia construir um sistema de oportunidades sociais e econômicas que torna estas nações estruturalmente mais igualitárias, pois apresentam menores níveis de desigualdade social e pobreza. Palavras-chave:Modos de Desenvolvimento, Sistema de Oportunidades Sociais, América Latina, Leste Asiático, Desigualdade Social. Abstract:This article intends to deepen our knowledge about the development and social opportunity patterns present in East Asia and Latin America. We argue that the world power structure is based in different modes of development that exist in the planet's regions, which report themselves to different capital accumulation patterns and several enrollment ways of the national economies in the international economy. These patterns can be empirically verified in each geo-economic region. We admit that the British American mode of development produces structurally more poverty and more social inequality than the Japanese-Asian mode of development. This Asian countries' particular regime of accumulation allows the nations under the Asia's development state to offer an economic and social opportunities system that makes they structurally more equalitarian, with less social inequality and less poverty.
edição n.28 dos Cadernos do PROLAM-Brazilian Journal of Latin American Studies traz seus tradicionais nove artigos, porém seis deles foram produzidos por um grupo de pesquisadores que integram o Programa Democracias en Revolución, Revoluciones en Democracia, iniciativa do governo do Equador para a promoção do debate sobre os governos de distintas correntes de esquerda ocorridos desde o início deste século na América Latina. Os outros três artigos que compõem esta edição são de autores independentes que não participam do aludido Programa (são os textos de ). Por isto, a resenha que normalmente apresentamos ao final de cada revista desta vez será substituída por um texto do Prof. Dr. Wagner Iglecias que nos apresenta o Programa Democracias en Revolución, Revoluciones en Democracia. Os sete primeiros artigos desta edição compõem um conjunto específico e foram produzidos por alguns dos pesquisadores que participam do Programa Democracias en Revolución, Revoluciones en Democracia. O primeiro deles (que substitui a resenha, como já foi dito) é do Professor Doutor Wagner Iglecias, da Universidade de São Paulo, Brasil, em que apresenta o Programa Democracias en Revolución, Revoluciones en Democracia e examina aspectos relevantes da experiência brasileira sob um governo de esquerda liderado pelo Partido dos Trabalhadores, explorando contradições do modelo brasileiro. A Professora Doutora Ximena Gonzalez Broquen, do Instituto Venezolano de Investigaciones Científicas -IVIC e Centro de Estudios de Transformaciones Sociales, Ciencia y Conocimientos (CETSCC)-IVIC-Venezuela, oferece-nos reflexão sobre o processo de reformas da Constituição venezuelana a partir de 1999, com o governo de Hugo Chavez, estudando as articulações entre o poder constituinte, o poder constituído e o poder popular constituinte permanente. O artigo do Professor Doutor (Prof. Dr.) Gerardo Caetano, da Universidad de la República, do Uruguay, que faz um balanço das conquistas e dos desafios do país após uma década de governos de esquerda (2005 a 2015) e analisa as causas e efeitos da desaceleração econômica do governo de Tabaré Vásquez em 2015. Na visão do autor, a tensão entre as conquistas e os desafios compõe uma conjuntura que exige um novo impulso para as políticas transformadoras propostas por governos de esquerda. Javier Martínez, Rony Parra e Marcos Reis, do Instituto de Altos Estudios Nacionales (IAEN), Equador desenvolveram uma análise multidimensional da exploração de petróleo no Equador e de como a governança petroleira daquele país impacta as relações políticoorganizacionais, econômicas e ambientais. Em seguida, temos o artigo das Professoras Doutoras Mila Ivanovic Correio e Anne-Lise Naizot, do Instituto de Altos Estudios do Equador, em que fazem análise da reforma democrática do Equador no período de 2008 a 2015. O trabalho põe foco na institucionalidade participativa relacionada ao Estado equatoriano e examina as dinâmicas cotidianas na gestão pública estatal e seus efeitos e limitações no processo de reforma democrática. Como se sabe, na A...
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