RESUMO Buscou-se investigar o impacto da creche na interação mãe-criança e no desenvolvimento infantil nos dois primeiros anos de vida da criança. Participaram 44 crianças (M= 6,4 meses; DP= 1,6) e suas mães (M= 34,1 anos; DP= 5,2), divididas em dois grupos: Grupo Creche (21 crianças que frequentavam a creche) e Grupo Não Creche (23 que não frequentavam). Avaliou-se o desenvolvimento aos 6, 12 e 18 meses da criança e a interação mãe-criança aos 12 e 18 meses. Os resultados revelaram que a frequência à creche não interferiu na qualidade da interação mãe-criança e não diferenciou os grupos quanto ao desenvolvimento infantil (cognitivo, linguagem, socioemocional), indicando que famílias de classes média e alta e creches com qualidade suficiente podem se igualar em seus eventuais benefícios.
RESUMO. A Educação Infantil no Brasil é marcada pela dualidade cuidar e educar. Esta dualidade é ainda mais evidente no cotidiano do berçário, pois bebês têm necessidades e demandam das educadoras práticas além do que é considerado educacional. Este estudo teve como objetivo, investigar as práticas de cuidado de educadoras de berçário e suas crenças sobre as necessidades desenvolvimentais de bebês. Participaram catorze educadoras de duas creches públicas, cujas respostas à entrevista foram analisadas qualitativamente, com base em três categorias derivadas das dimensões de cuidado propostas por Winnicott: holding (segurar/sustentar), handling (manipular) e object-presenting (apresentar objetos). Os resultados mostraram que as educadoras identificaram o holding como a principal necessidade dos bebês e o handling (manipular) e a apresentação de objetos como as principais práticas. Destaca-se a necessidade de valorizar os cuidados básicos como um fazer legítimo do profissional da Educação Infantil, tendo em vista sua importância para o desenvolvimento emocional saudável do bebê.
RESUMO -Buscou-se identificar fatores associados à não adaptação do bebê na creche, tais como, temperamento do bebê, relações pais-bebê e crenças e práticas ligadas aos cuidados alternativos. Participaram quatro famílias, cujos bebês entraram na creche entre 10 e 12 meses de idade e foram retirados por não adaptação segundo avaliação dos pais. Realizou-se entrevistas na gestação, 3, 8 e 12 meses do bebê. Análise de conteúdo qualitativa revelou que os fatores mais relevantes na compreensão da não adaptação relacionaram-se à dinâmica da interação pais-bebê, a saber: sentimentos ligados à separação e forma com que os pais vivenciaram o ingresso na creche. Os resultados sugerem a importância de ações que promovam acolhimento à situação de separação pais-bebê na transição para a creche. ABSTRACT -We aimed to identify factors associated with the not adjusting of babies to daycare, such as, baby's temperament, parents-baby relationship and beliefs and practices about alternative care. Participants were four families whose babies entered into daycare between 10 and 12 months of age and were removed by not adjusting as evaluated by their parents. Interviews were applied during pregnancy, and when the baby was three, eight and twelve months old. Qualitative content analysis indicated that the most relevant factors to understand the not adjustment were related to dynamics of parents-baby interaction, like: feelings related to separation and the way that parents experienced daycare center entrance. The results highlight the importance of promoting the acceptance of parents-baby separation in transition to daycare. PalavrasKeywords: adjustment of babies to daycare, parents-baby separation, case study De maneira geral, parece haver um consenso entre profissionais e pais sobre a importância de que os primeiros dias de um bebê na creche precisam ser tratados de maneira especial para facilitar a sua adaptação. No Brasil, o Referencial Curricular para a Educação Infantil (Brasil, MEC/SEF, 1998) sugere a presença de familiares durante o período de adaptação, uma inserção gradual da criança na creche e o respeito à variabilidade do tempo de adaptação de cada criança. Embora diretrizes gerais para a atuação dos profissionais, já estejam bem consolidadas, a complexidade do momento de transição família-creche traduz-se em desafios sutis de como lidar com as especificidades de cada caso.Essa complexidade se expressa, por exemplo, na dificuldade de definição do próprio conceito de adaptação. Por exemplo, Aloa (2008) chamou atenção para duas dimensões do conceito: 1) adaptação como transição família-creche, que envolve o processo de mudança no contexto de desenvolvimento da criança e nas relações pais-bebê; e 2) adaptação como o resultado esperado na criança após o período de transição. O presente estudo focaliza em especial a primeira dimensão, a adaptação como transição família-creche. Para Strenzel (2002), a transição tem sido entendida como um processo que se inicia quando os pais efetivam a matrícula de sua criança. Já para Ferreira...
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