Resumo: Para além da triangulação Nietzsche-Kuno Fischer-Spinoza, a proposta do texto é perscrutar as peculiaridades da relação entre Nietzsche e Spinoza, partindo não de uma conexão biunívoca e restrita a Nietzsche e Spinoza, mas de menções compartilhadas, em que outros filósofos e pensadores são mencionados. A partir daí se pretende evidenciar traços de uma relação que é de admiração pelo “profundo ocultador”, mas também de crítica pelas instâncias que tal ocultador mascarou e que acabaram por consumi-lo.
Resumo: O presente artigo pretende trazer à luz a convergência entre dois modos divergentes de superação do paradigma por excelência da filosofia moderna, qual seja, o da interioridade do sujeito, como pedra de toque epistemológica. Mais precisamente, pretende-se evidenciar o rito de passagem de um filosofar moderno para o contemporâneo, segundo a vertente que se convencionou chamar de “filosofia continental”, a aqui ser visitada com Nietzsche - equacionada a uma hermenêutica -, e a “filosofia analítica” ou “anglo-saxônica”, a aqui ser visitada com o Wittgenstein dos §§ 143-178 das Investigações filosóficas -, equacionada a uma filosofia da linguagem. Em um e outro caso, cada qual à sua maneira, vai se pôr em questão o que até então se tinha como consciência pensante, transparente a si mesma e com acesso a seus próprios fundamentos e conteúdos (Nietzsche), ou, então, uma interioridade, a qual, por um viés o mais das vezes mentalista, associa significado a entidades ou processos mentais (Wittgenstein). Desse modo, sujeito e pensamento, em vez de tomados por núcleos duros, passam a ser desvelados como funções das condições que os suscitam - de sobrevivência, no caso de Nietzsche, de condições práticas, ou seja, do uso, no caso de Wittgenstein.
O artigo pretende fazer ver até que ponto um certo Esclarecimento não é necessariamente um movimento de combate à religião estabelecida. Pode se revestir mesmo de um impulso para salvá-la, por mais que seu projeto não seja religioso, e sim humanista. Mais precisamente, o texto se propõe a mostrar de que modo salvar a religião de si mesma para emancipar a humanidade pela racionalidade e pela educação seria bem o projeto de Lessing, notadamente em Natã, o sábio. Para tanto, contextualiza-se o cenário intelectual alemão cotidiano à época do autor, cenário este pautado por escritos teológicos, não iluministas, passa-se pelas várias teologias existentes à época na Alemanha e também pelo modo como o próprio Esclarecimento assumia ali dimensão teológica, com Christian Wolff. A maioridade iluminista de Lessing é visitada mediante sua vocação plural, seu gosto pelas querelas e sua argumentação sem posições fixas ou demarcadas, assim como pelas noções de educação e de humanidade.
RESUMO:O objetivo do presente artigo é reabilitar e aprofundar um traço da relação entre Nietzsche e Rousseau que a pesquisa Nietzsche tem relegado, possivelmente por considerálo óbvio e crer que nada há a se dizer a respeito: Nietzsche crítico de Rousseau. Com isso, propomonos trazer à luz esse traço, mas evidenciando a esfera mesma que o filósofo alemão está a levar em conta em suas observações críticas: a esfera inconsciente, que segundo Nietzsche teria ditado os rumos da filosofia de Rousseau e do rousseauísmo. Nesse sentido, abordaremos o atentado à noção de alma por Descartes no século XVII, a crescente vulnerabilização dessa noção em razão da Revolução Científica dos séculos XVII e XVIII, e a reação de alguns luminares do XVIII ao que podemos referir por um desencantamento do mundo, a reação de Rousseau.Para Nietzsche, a reação de Rousseau, mais do que uma contribuição filosófica autônoma, seria uma reincidência do filósofo e de seus seguidores em dispositivos ancestrais de relação do homem com a natureza, como o de imaginar um passado áureo de deuses e heróis e o de imputar ao meio externo ameaças que visualiza dentro de si.
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