Este trabalho discute, a partir de uma perspectiva etnográfica, tendências e tensões características da sociabilidade de estudantes africanos - vindos de países de língua oficial portuguesa - na Universidade de Brasília (UnB) e na Universidade de São Paulo (USP). Abordamos os modos pelos quais eles experimentam as práticas linguísticas e pedagógicas das universidades, vivenciam as tensões raciais existentes no Brasil, atribuem sentido aos espaços urbanos nos quais são acolhidos; e analisamos seus padrões mais comuns de interação e agregação. Sugerimos que o tempo de participação no fluxo migratório, a nacionalidade de origem dos estudantes e a cidade de acolhida no Brasil são variáveis que condicionam de forma importante a sociabilidade dos estudantes. Residualmente, e de forma ainda incipiente, exploramos algumas dinâmicas de identificação entre os alunos. Alguns se apresentam como sujeitos em diáspora. Outros, contudo, chamam atenção para a necessidade de continuarem a ser reconhecidos como estrangeiros. A maioria demonstra surpresa em se ver percebido como negro ou africano, simplesmente. Os estudantes vêm para o Brasil mediante o Programa Estudante Convênio de Graduação (PEC-G), um acordo diplomático que facilita o deslocamento do aluno ao nosso país a fim de realizar seu curso de nível superior.
<p>A entrevista realizada com Antonio Arantes aborda questões relevantes para a compreensão do Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC), o principal instrumento utilizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para a produção de conhecimento e gestão do patrimônio cultural imaterial. Coordenador de uma equipe multidisciplinar contratada pelo Iphan em 1999 para a formulação dessa metodologia, Arantes discorre sobre o percurso inicial desse processo e alguns desdobramentos posteriores. O resultado é um retrato adensado das questões logísticas, das decisões teórico-metodológicas e dos debates que permearam a criação e implantação desse instrumento de investigação e, indiretamente, as políticas de patrimônio imaterial implantadas no Brasil. O entrevistado reflete também sobre a necessidade de se proceder a possíveis revisões dessa metodologia frente aos resultados acumulados ao longo de 15 anos de sua aplicação.</p>
onde é atualmente pesquisadora colaboradora plena. Desde 2013 é técnica em antropologia do IPHAN/Departamento de Patrimônio Imaterial. Suas pesquisas atuais têm como foco de análise o processo de patrimonialização das timbila em Moçambique.
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