O artigo apresenta os resultados de uma pesquisa sobre a política federal de saúde para a Amazônia Legal de 2003 a 2005, visando fornecer subsídios para o desenvolvimento de políticas regionais na saúde. Tal região é marcada por uma dinâmica peculiar, extensa área de fronteira e indicadores sociais desfavoráveis. A metodologia envolveu: análise documental e financeira, observação participante, entrevistas com dirigentes federais de vários ministérios, secretários estaduais e municipais de saúde da Amazônia; caracterização de situações geográficas na Amazônia e estudos de campo em 15 municípios. Observou-se uma baixa institucionalidade da política de saúde para a Amazônia, no período, por dificuldades estruturais, institucionais e políticas. A identificação de seis situações geográficas foi útil para a sistematização de diferenças nos usos do território que repercutem na saúde e devem ser considerados na condução de políticas públicas. Há certo distanciamento entre as ações federais e a dinâmica territorial, expressa no descolamento entre a política em curso e seu reconhecimento pelos gestores locais. Além da construção de uma política regional para a Amazônia, fica evidente a necessidade de políticas diferenciadas dentro da região.
O propósito deste artigo é demonstrar a importância e a operacionalidade dos conceitos de circuito espacial produtivo e círculos de cooperação no espaço, num momento histórico em que as esferas da produção e da troca tornam-se geograficamente mais dispersas, fazendo da circulação uma prioridade e um campo de atuação estratégica de Estados e empresas. Procura-se alcançar esse objetivo em três passos: 1) elaboração de uma discussão teórica com base nos autores que propuseram e procuraram desenvolver os conceitos; 2) proposição de uma distinção entre circuito espacial produtivo e cadeia produtiva; 3) uma breve análise da produção agrícola moderna em áreas de fronteira agrícola no território brasileiro à luz dessa teoria.
RESUMOAs discussões teóricas que envolvem as noções de região e de rede têm sido das mais profícuas na história da produção do conhecimento sobre o espaço geográfi co e a economia espacial, bem como para o avanço metodológico da Geografi a. Esse campo semântico tem trazido grandes contribuições para o desvendamento da organização e do uso dos territórios. A partir da análise da modernização e expansão agrícola no território brasileiro, consideramos que os conceitos de região competitiva e logística, compreendidos como as expressões geográfi cas respectivamente da produção hegemônica e da circulação corporativa, podem dar conta da explicação da organização e do uso do território brasileiro no presente. Com essa proposta, esperamos dar uma pequena contribuição para o avanço teórico metodológico da Geografi a e das ciências regionais.
Palavras-chave:Território brasileiro, produção agrícola moderna, região competitiva, logística
ABSTRACTThis paper discusses the concepts of region and networks, as an important issue in Geography, Spatial Economy and Regional Sciences. It seems that the current space division of labour, known as globalization, commands new hegemonic ways of producing and circulating. We call this new geographic expressions competitive region and logistics. We search to demonstrate how operational these concepts are, through a study of the modernization and expansion of the agricultural fronts in the Brazilian territory.
RESUMO:O propósito deste artigo é demonstrar a expansão e a consolidação da produção de café Arábica nas Montanhas Capixabas (ES), estabelecendo uma distinção entre as suas duas principais regiões produtoras: Serrana e Caparaó. Trata-se de uma cafeicultura secular produzida quase que exclusivamente por pequenos produtores, com o uso da mão de obra familiar e da parceria, conjugada com uma policultura de subsistência e voltada também para o abastecimento dos mercados locais. Apesar dessas características comuns e de sua proximidade geométrica, diferentes formas de uso e organização dos territórios das duas regiões legaram distintos recursos territoriais, que se expressam atualmente em diferentes formas de apropriação de valores materiais, simbólicos e de prestação de serviços personalizados para a produção cafeeira. Palavras-chave:Cafeicultura; território usado; regiões produtivas; Montanhas Capixabas
ABSTRACT:The aim of this article is to demonstrate the expansion and consolidation of the Arábica coffee growing on the Montanhas Capixabas (ES), distinguishing its two producing regions: Serrana and Caparaó. These regions have many common features like a secular coffee production and smallholdings with a single family with a mixture of cash crops (principally coffee) and subsistence farming. However each region throughout its history had different ways of use and organization of their territories that enable distinct ways of appropriation of material, symbolic and in-person service attributes to coffee growing.
Durante a segunda metade do século XX e início do século XXI, ocorreu a transição de uma política de financiamento agrícola, realizada exclusivamente pelo Estado, para uma regulação feita primordialmente pelo mercado. A partir da década de 1990, o Estado brasileiro criou mecanismos de política agrícola que transferiram, sobretudo para as grandes empresas, o poder de financiamento da produção. Uma década depois, foram criados novos instrumentos, que permitiram também a entrada de investidores e fundos de pensão. Entretanto, para que as políticas de abastecimento-feitas pelo Estado-e de financiamento-realizadas pelas empresas e especuladores-se concretizem é necessário o controle de um sistema de armazenamento que permita a fluidez territorial dos grãos. Este artigo se propõe a analisar as mudanças ocorridas nas políticas de financiamento do agronegócio brasileiro e a importância do sistema de armazenamento para que as políticas tanto do Estado quanto das empresas se efetivem. PALAVRAS-CHAVE: financiamento agrícola; políticas de abastecimento; sistema de armazenamento; política das empresas; especulação financeira.
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