Durante algum tempo acreditou-se que as grandes transformações no meio técnico-científico informacional levariam, necessariamente, à renovação das sociabilidades. Mas, o que dizer quando nenhum acontecimento, nenhum evento é capaz de romper a estabilidade dos padrões éticos normativos dos sistemas de ações hegemônicos de nossas sociedades capitalistas? Este artigo visa compreender tal fenômeno, retomando de maneira sistemática a idéia de psicoesfera e tecnoesfera. Para tanto, procura analisar a indissociabilidade dos sistemas técnicos e dos sistemas de ações; indissociabilidade fundada numa racionalidade técnico-científica capaz de constituir valores e critérios normativos de justificação e estabilização nas sociedades capitalistas, mesmo em um meio geográfico em que é aparente a desagregação e decomposição das sociabilidades, precedida pelo aprofundamento das desigualdades territoriais.
O texto discute a inserção da agricultura moderna de exportação no estado de Rondônia, especialmente o caso da produção de soja na região de Vilhena (sul do estado). São avaliadas as ações de grandes empresas que organizam a produção na região, as conseqüências de uma lógica corporativa de uso do território e a emergência, no território rondoniense, de uma moderna "cidade do campo".
Diante da histórica situação geográfica de desigualdade regional brasileira, procuramos destacar a questão da desigual distribuição do dinheiro, analisando tanto a instalação dos fixos bem como a dinâmica dos fluxos do sistema financeiro em território nacional. Demonstramos a territorialização do sistema financeiro, por meio de suas agências bancárias, que controlam hoje a dinâmica dos fluxos monetários no território brasileiro. Contudo, apenas o conhecimento dessas formas geográficas, sua quantificação e topologia de nada nos adiantariam se não investigássemos os fluxos de crédito e de depósitos, revelando as desigualdades resultantes do uso corporativo do território brasileiro. Por último, levantamos dados e realizamos revisão bibliográfica que demonstra a consolidação da cidade de São Paulo como centro financeiro do território nacional.
O trabalho tem por objetivo elucidar como o território brasileiro, a cada dia que passa, vai sendo cada vez mais disponibilizado à economia global, graças à difusão de verticalidades elaboradas pelos grandes agentes hegemônicos da economia e impostas de diferentes maneiras em diversos lugares do país. Através do exemplo das ações que a Cooxupé (Cooperativa Regional dos Cafeicultores em Guaxupé Ltda) desenvolve no Circuito Espacial de Produção do Café mostrar-se a como são impostas verticalidades na área de atuação da Cooperativa, criando no lugar uma solidariedade do tipo organizacional baseada em racionalidades de origem distantes.
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