ste livro vem somar-se ao conjunto de publicações em que Michael Apple, nestes últimos dez anos, analisa os movimentos conservadores que têm reconstruído a educação de formas perniciosas. Por meio dele podemos compreender que a influência que essas posições têm hoje sobre a sociedade em geral e sobre a política e a prática educacional em particular não diminuiu, ao contrário: intensificou-se e arraigou-se mais ainda no senso comum da sociedade estadunidense (e de muitas outras).Apple fundamenta seus argumentos não somente no debate do mundo acadêmico, mas a partir da utilização de um número considerá-vel de evidências nacionais e internacionais sobre os efeitos das políticas correntes da educação; de sua participação em movimentos contra a reestruturação radicalmente conservadora da educação em muitas nações; de experiências que são uma evidência da natureza absolutamente fantás-tica das vidas e esperanças que serão perdidas se não continuarmos a batalha contra essas políticas; e, por fim, de sua própria indignação contra a arrogância daqueles que acreditam tanto na lógica do mercado que não conseguem enxergar os danos que essa arrogância cria no mundo real.Seguindo essa lógica mercadológica, grande parte dos eruditos, políticos, dirigentes de grandes empresas e outros consideram a edu-
O artigo analisa a política de formação de professores no contexto da expansão da educação superior do campo, focando as tensões entre a matriz demandada pelos movimentos sociais camponeses e a política hegemônica assentada nas orientações dos organismos internacionais, para ajustar a formação profissional às mudanças atuais no sistema produtivo. Ele resulta de pesquisa bibliográfica e documental que analisou legislações e programas relacionados à política oficial de formação de professores e o Procampo − Programa de Apoio às Licenciaturas em Educação do Campo, concebido enquanto política que contribui para uma formação crítica de educadores formuladores e disseminadores da contra hegemonia.
Movimentos sociais do campo e a afirmação do direito à educação: pautando o debate sobre as escolas multisseriadas na Amazônia paraense Resumo Analisa a realidade das escolas multisseriadas localizadas na Amazônia paraense, inserindo as particularidades dessas escolas nos desafios mais abrangentes que enfrentam os movimentos sociais populares do campo para afirmar o direito à educação e à vida com dignidade das populações. Socializa os resultados de uma pesquisa que envolveu estudo bibliográfico e documental e entrevistas com estudantes, professores, gestores, pais e lideranças comunitárias, com o objetivo de motivar uma discussão conseqüente com o poder público e a sociedade civil que resulte num compromisso efetivo, por parte desses órgãos e instituições, de incluir em sua agenda política o enfrentamento do abandono e da precarização que caracteriza o processo de escolarização no ensino fundamental ofertado nas escolas multisseriadas.Palavras-chave: educação do campo; movimentos sociais; escolas multisseriadas; políticas educacionais.
Abstract
Social movements in the countryside and the right to education: regulating the debate on multi-grade schools in the Pará AmazonThis article analyzes the reality of multi-grade schools in the Pará Amazon. It inserts the particularities of these schools within the broader challenges that popular social movements in the countryside face in asserting the right to education and a dignified life for rural people. It shares the results of a research project that employed secondary sources and documents, as well as interviews with students, teachers, administrators, parents and community leaders. The objective is to motivate an important discussion with the State and the civil society, which results in an effective commitment on the part of these organizations and institutions to include in their political agenda an offensive against the abandonment and precarious conditions that characterize the educational process at the elementary level in multi-grade schools.
Federal do Pará, coordenador do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação do Campo na Amazônia (GEPERUAZ) e integra a Coordenação do Fórum Paraense de Educação do Campo.
O trabalho dos docentes nas turmas e escolas rurais (multi)seriadas caracteriza-se pela precarização e pelo protagonismo. Eles resistem às situações adversas que configuram os processos educativos produzidos, em grande medida, pelo descaso e abandono do poder público e pela hegemonia da aplicação do modelo seriado como forma de organização do ensino. Os estudos e ações de formação realizados pelo Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação do Campo na Amazônia (Geperuaz) motivam a discussão sobre o controle dos tempos/espaços/conhecimentos imposto pelo modelo seriado de ensino, como base da hegemonia desse modelo nas experiências das turmas e escolas rurais (multi)seriadas. Há sinais que convergem para o enfrentamento e a desconstrução dessa hegemonia e para a transgressão da matriz social, cultural, territorial e educacional que constitui a (multi)série.
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