Resumo Este artigo se debruça sobre recentes movimentos, constituídos nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, que constroem uma narrativa em que performances e instalações vêm ganhando espaço dentro e fora das instituições como formas de atuação política, num crescente processo de “artificação” da esfera pública e politização da arte. Argumentamos que o fracasso da fusão arte e vida tão debatido por Peter Bürger parece ter novos desdobramentos. Mais do que a crítica política à instituição, o que parece estar em jogo é a incorporação da política como terceiro termo capaz de efetivamente conferir novo lugar à arte na esfera pública. Ações artísticas estão sendo incorporadas pelos militantes nas ruas e ações políticas estão sendo apropriadas pelas instituições museais. Dessa forma, nossa hipótese é de que em junho de 2013 inaugura-se no Brasil um movimento de transformação da experiência artística em elemento político.
Esta contribuição busca apresentar o breve resumo de uma longa pesquisa baseada nos acontecimentos das últimas décadas na cidade do Rio de Janeiro. Este artigo percorre um trajeto que busca prioritariamente compreender o uso de aparelhos culturais e artísticos como ferramentas para um complexo processo de mudanças e perspectivas na cidade. Mudanças estas impulsionas pelo fato da cidade do Rio ter sediado dois megaeventos, a Copa do Mundo FIFA (2014) e as Olimpíadas (2016), com forte impacto nas áreas centrais e/ou turísticas da cidade. A zona portuária figura como o principal campo desta pesquisa, desde a ideia de área abandonada a centro de um polo cultural, com drásticas mudanças visuais, estruturais e simbólicas, tendo como principais exemplos a construção do Museu de Arte do Rio e do Museu do Amanhã. Uma retrospectiva da vida política da cidade assim como suas gestões municipais constroem a ideia de que a instrumentalização da arte e seu uso como ferramenta para “revitalizar” áreas da cidade parte de um projeto antigo que encontrou na vinda dos grandes eventos o momento exato para ser posto em prática. Em contrapartida, pequenos coletivos culturais autônomos surgiram na região durante esse processo, inserindo na discussão novos conceitos e significados para o uso da arte, tornando a discussão em torno da zona portuária e seus agentes ainda mais complexa. Por fim, ao analisarmos o cenário político recente da cidade, foi possível perceber a ofensiva a instituições culturais decorrente de perspectivas políticas conservadoras, o que novamente redefine o uso da arte e da cultura na cidade.
2022 marca o ano de dupla efeméride: a rememoração do bicentenário da Independência do Brasil e o aniversário de 100 anos do marco modernista da Semana de 1922. Em meio às intensas publicações acadêmicas sobre o tema, o lançamento de O modernismo como movimento cultural: Mário de Andrade, um aprendizado, de André Botelho e Maurício Hoelz, coloca em nova chave leituras sobre a
Os coletivos de artistas surgem na arte contemporânea brasileira na década de 1990, e assim passam a realizar suas intervenções artísticas, ou performances, no espaço público e também em espaços expositivos fechados, dentro dos chamados “cubos brancos”. Percebendo que a relação entre os coletivos de artistas e a poética performática se tornou solidificada ao longo da institucionalização destes grupos , foi possível, estudando suas ações, desenvolver questões que mostram como esta relação permeia aspectos e questões sobre arte , corpo e política. Palavras chave: Coletivos de artistas. Performance. Corpo. InstituiçãoIn collective performance: some relationships between art, politics and bodyAbstractThe collective of artists emerge in brazilian contemporary art in the 1990s, and thus begin to carry out their artistic interventions and performances in public space and also in closed exhibition spaces named also as "white cubes". Realizing that the relationship between collective of artists and the performative poetics became solidified along the institutionalization of these groups, it was possible by studying their actions, develop questions that show how this relationship permeates aspects and issues about art, body and politics.Key words: Collective of artists. performance. body. instituton
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.