RESUMOO objetivo deste trabalho foi demonstrar que o posicionamento radiográfico inadequado do membro pélvico de cães (imagens obliquadas) afeta a mensuração do ângulo do platô tibial (APT), levando à maior variação entre observadores. Foram realizadas duas projeções radiográficas nos membros pélvicos direito e esquerdo, uma em perfil verdadeiro e a outra com o membro obliquado em 21 cães provenientes do atendimento clínico cirúrgico do Hospital Veterinário da Universidade de Cuiabá, em Cuiabá-MT. Os critérios de inclusão foram cães livres de histórico ou afecção ortopédica nos membros pélvicos, pesando entre 15 e 40 quilos, sem predileção por raça ou sexo, entre dois e sete anos de idade. Foram obtidas 42 imagens radiográficas em perfil verdadeiro e 42 imagens radiográficas obliquadas. Três observadores com experiência em cálculo do APT fizeram as mensurações. Nos cálculos das imagens em perfil verdadeiro, o observador 1 obteve uma média de 23,35º ± 2,82; o observador 2, média de 23,88º ± 4,83; e o observador 3, média de 24,54º ± 4,01, não sendo encontrada diferença significativa entre o cálculo dos três avaliadores, P=0,944 (P > 0,05), nas imagens em perfil verdadeiro. Nos cálculos das imagens obliquadas, o observador 1 obteve uma média de 21,69º ± 4,22; o observador 2, média de 19,42º ± 5,92; e o observador 3, média de 22,64º ± 5,23, e foi encontrada diferença significativa entre o cálculo dos três observadores, P=0,016 (P < 0,05). Com esses dados, pôde-se demonstrar que a imagem radiográfica obliquada compromete o valor final do cálculo do ângulo do platô tibial em cães, levando à variação numérica estatisticamente significativa entre observadores. Conclui-se, assim, que um posicionamento correto do membro pélvico, em perfil verdadeiro, deve ser sempre utilizado para a obtenção de imagens, com o objetivo de mensurar o valor do APT.
RESUMO São poucos os dados publicados sobre a aplicabilidade ou a confiabilidade dos métodos digitais para mensuração do ângulo do platô tibial (APT) em comparação à mensuração manual. O objetivo deste estudo foi comparar o APT obtido pelo cálculo manual padrão, em filmes radiográficos, com os valores obtidos por cálculos em imagens digitais, por meio do software do computador. Foram analisadas radiografias digitais do membro pélvico, direito e esquerdo, em perfil verdadeiro, de 20 cães saudáveis, com idade superior a um ano. Três observadores com graus de experiência semelhantes em cálculo do APT realizaram as mensurações em cada radiografia. Primeiramente, foram calculados os ângulos dos platôs tibiais manualmente nas películas radiográficas e, posteriormente, os cálculos foram realizados na imagem digital, por meio do software para medicina veterinária do sistema de raios X digital. Os resultados do presente estudo demonstraram diferenças significativas entre os métodos, com valor das médias do cálculo digital 20,48±3.71 e do cálculo manual 23.90±4.02. Valor de P foi < 0,01 na comparação entre médias dos dois grupos. Na avaliação interobservadores, houve diferença significativa no cálculo manual no perfil direito, o que sugere maior variação no cálculo manual quando comparado ao digital. O cálculo realizado pelo software apresentou menor variação nos valores interobservadores. Acredita-se que a menor variação obtida nos resultados aqui apresentados se dê em razão das facilidades proporcionadas pelo software. Conclui-se que houve diferença entre os valores obtidos por meio dos métodos convencional e digital no cálculo do ângulo do platô tibial, sendo os valores digitais menores entre os observadores, e que o método digital no cálculo do ângulo do platô tibial levou à menor variação quando comparado ao método manual.
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