O autor é arquiteto, desenvolve seu trabalho como urbanista, teórico da Dromologia, (do grego dromos = velocidade). Esteve sempre preocupado com o crescimento das cidades. Iniciou seus escritos na década de 70, enfocando as questões ligadas à tecnologia. Depois de ter publicado numerosos trabalhos voltados para a divulgação do conceito de velocidade o autor, nessa obra, analisa a velocidade e o espaço a partir da experiência das guerras. A velocidade é vista por Virilio como a alavanca do mundo moderno. Por outro lado, o controle do tempo é remetido a uma análise sobre o poder. Associa as distâncias-espaço às distâncias-tempo e, assim, abre um importante campo de refl exões, denominado Dromologia.Para a compreensão do mundo faz-se necessário ver a sociedade não mais vivida de dentro, mas, de modo a sobrevoá-la, como se fosse um espetáculo. Na atual velocidade, o mundo, que não é fi nito, está chegando a um ponto de instantaneidade nos nossos deslocamentos. Passamos do tempo extensivo da história ao tempo intensivo de uma instantaneidade sem história. Para o autor, se o tempo é história, a velocidade é apenas sua alucinação, uma alucinação perspectiva que destrói toda a extensão da cronologia. Nesse sentido os acontecimentos desvanecem-se, perdem-se pois já não há idéias em luta com os fatos. Aparece então a negação do fato real. Os acontecimentos não são aprendidos uma vez que as imagens não se fi xam, escapam pela fl uidez da velocidade.A popularização da velocidade retira das forças militares, dos políticos, o poder, assim como a velocidade-riqueza não é mais obtida apenas pelos banqueiros ou por alguns poucos que tomam decisões. Há, nesse sentido, uma desconstrução como fruto do recente primado do tempo sobre o espaço. Criou-se um novo espaço-tempo. Depois da desintegração nuclear do espaço, da matéria, ocorre a desintegração do tempo da luz. O fato provocará uma