OBJETIVO: Analisar a percepção do risco de infecção em mulheres infectadas pelo HIV, antes de elas receberem o resultado positivo para essa patologia. MÉTODOS: Estudo exploratório com entrevistas em profundidade em amostra de conveniência constituída de 26 mulheres que freqüentavam o ambulatório de um centro regional de saúde em Maringá, PR. A entrevista foi semidirigida com um roteiro de perguntas fechadas e abertas sobre características sociodemográficos, conhecimento sobre prevenção primária e secundária, percepção de risco antes do teste positivo para HIV, impacto do resultado em suas vidas -- inclusive a sexual -- depois de saberem ser portadoras do vírus. Os resultados foram analisados pela metodologia de análise de conteúdo. RESULTADOS: Apesar de ter consciência de que essa doença pode atingir qualquer um, nenhuma das 26 mulheres estudadas acreditava estar infectada pelo HIV/Aids. Os mecanismos psicológicos, "negação", "evitação", "onipotência do pensamento" e "projeção" foram os que puderam ser identificados como aqueles que as mulheres mais utilizaram para lidar com as dificuldades e as ansiedades decorrentes da percepção de risco e das normas e relações de gêneros hegemônicas presentes na cultura brasileira. Verificou-se que, se o uso desses mecanismos alivia a angústia, por outro lado aumenta a vulnerabilidade das mulheres. Elas se sentem incapazes de atuar, e muitas mantêm relações sexuais desprotegidas com os parceiros, expondo-se à gravidez indesejada e à reinfecção. CONCLUSÕES: Os programas de prevenção do HIV devem considerar também aspectos psicológicos, socioeconômicos e culturais que interferem na vulnerabilidade das mulheres, antes e depois da infecção. Para haver maior alcance de suas ações, os programas devem ir além da distribuição massiva de informações e usar abordagens psicoeducativas em pequenos grupos que estimulem a conscientização das mulheres para além das informações biomédicas.
A disciplina de Atenção em Saúde é inovadora e objetiva preparar o discente para prática colaborativa por meio da aprendizagem ativa, com educação interprofissional, inserido no serviço de saúde público. O primeiro ano da disciplina na graduação em Odontologia da Universidade Estadual de Maringá foi em 2015. Este estudo objetivou avaliar esta disciplina, sob a percepção do graduando em Odontologia. Estudo transversal, descritivo, realizado com todos os alunos da primeira turma da disciplina. O questionário foi autoaplicado, pré-testado em estudo piloto, contendo questões sociodemográficas e sobre a disciplina. Os formulários foram digitados no Excel e processados no programa EpiInfo. A maioria dos estudantes (88,5%) aprovou a educação interprofissional, sendo que 31% indicaram sua importância, principalmente para troca de conhecimentos. A maioria dos discentes (88,5%) afirma ter agido de forma colaborativa na disciplina. Poucos alunos (11,5%) tiveram conhecimento prévio sobre o Sistema Único de Saúde, sendo que 94% relataram que compreenderam seu funcionamento na prática. A metodologia ativa foi aprovada por 74% dos alunos, sendo que todos não haviam vivenciado anteriormente. Os estudantes obtiveram experiências positivas e negativas, ressaltaram: ótima interação interprofissional (23%), contato com paciente (20%), visitas domiciliares que marcaram sua vida pessoal e profissional (20%) e visão da estrutura da Unidade Básica de Saúde (20%). A maioria (80%) aprovou o tutor, porém 17% reclamaram que não foram incentivados ou não mostraram interesse perante as práticas. Os resultados mostraram que os objetivos da disciplina em relação aos benefícios da metodologia ativa de ensino-aprendizagem, educação interprofissional e práticas colaborativas foram alcançados.
Resumo Na educação interprofissional (EIP), duas ou mais profissões de saúde aprendem uma sobre a outra, aprimorando atitudes, conhecimento, habilidades e comportamentos para a prática colaborativa. Na Universidade Estadual de Maringá (UEM), os cursos de saúde apresentam currículos com disciplinas, hierarquizados e centrados no professor. Justificam-se mudanças em busca de uma formação integral. Este trabalho descreve a criação de disciplinas que atuam na Atenção Primária. Os componentes curriculares denominados Atenção em Saúde I e II foram introduzidos na matriz curricular. Nas atividades, foi utilizado o Arco de Maguerez, como metodologia ativa e um sistema de avaliação composto de eixos cognitivos, psicomotor e afetivo, articulados, contínuos e sistemáticos. Conclui-se que a EIP pode ser a integração entre universidade e os serviços de saúde trabalhando pela formação dos estudantes, na qual o conhecimento contribua de forma fundamental para o bem-estar da comunidade.
Introdução: Na Educação Interprofissional duas ou mais profissões de saúde aprendem uma sobre a outra, aprimorando atitudes, conhecimento, habilidades e comportamentos para a prática colaborativa. Na Universidade Estadual de Maringá (UEM) os cursos de saúde apresentam currículos com disciplinas, hierarquizados e centrados no professor. Justificam- se mudanças em busca de uma formação integral. Objetivo: Este trabalho descreve a criação e implementação de disciplinas interprofissionais que atuam na Atenção Primária em Saúde (APS). Método: Os componentes curriculares denominados Atenção em Saúde I e II foram introduzidos, de forma obrigatória, na matriz curricular nos cursos de Medicina, Enfermagem, Odontologia, Farmácia, Educação Física, Biomedicina e Psicologia. O total de estudantes matriculados é de aproximadamente 440 por ano, com 42 professores/tutores vinculados às disciplinas. Nas atividades é utilizada problematização, conforme tutorial previamente construído pelos docente e profissionais dos serviços. Resultados: Os estudantes em grupos, pelo menos um de cada curso, tem como cenários de ensino a rede APS. O total de alunos que cumpriram a disciplina está em torno de 1500 com 140 projetos de intervenção executados. A avaliação formativa é composta de eixos cognitivos, psicomotor e afetivo, articulados, contínuos e sistemáticos. Conclusão: a inovação da interprofissionalidade na graduação na primeira série dos cursos tem proporcionado maior integração entre os estudantes e realização de práticas colaborativas, além da aproximação da universidade com os serviços de saúde.
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