Práticas de leitura e escritas em rede: modos de ser e estar no mundo Resumo Leitores do livro impresso realizaram "práticas de leitura intensiva e extensiva" (Chartier, 2002), escreveram memórias dessas leituras, criaram seus próprios textos e constituíram uma rede de interatividade traduzida por compartilhamentos na internet, no período de publicação de 2009 a 2014. Tomando por base essa constatação, o objetivo central deste estudo refere-se às práticas de leitura reveladas a partir da fonte principal: as escritas de textos em suportes eletrônicos de sete leitores das obras de Erico Verissimo oriundos de diferentes regiões do Brasil, e integrantes de "redes" específicas de comunicação e socialização. Os princípios teóricometodológicos adotados articulam as áreas de História da Educação e História do Livro e da Leitura, com ênfase nas análises de Michel de Certeau (1994) sobre as relações entre as "operações" envolvidas no ato de ler e os aspectos culturais nele imbricados. Os leitores em foco compartilharam experiências e narraram percursos singulares de conhecimento da literatura dentro e fora da escola ao relatarem como conheceram o escritor, identificaram as obras e as suas personagens favoritas. O sentimento de pertencimento a um grupo indica haver uma mútua cooperação a partir das ações dos leitores em sugerir propostas coletivas, dialogar, tomar decisões, comentar nos fóruns, e-mails e mensagens. Por essa razão, a partir do momento em que se identificam como um "grupo de admiradores" de Erico Verissimo, os participantes desta comunidade constroem modos de ser e estar no mundo, e assim, transmitem suas convicções e perspectivas por intermédio dos seus percursos educacionais.
RESUMO O presente artigo analisa o caderno de História da Civilização da aluna Maria Thetis Nunes (1923-2009), que apresenta anotações das aulas do professor Arthur Fortes (1881-1944), tendo sido utilizado no Atheneu Sergipense, em 1939. O registro manuscrito realizado pela aluna permite uma aproximação com as práticas de ensino de história que ela vivenciou no educandário, possibilitando, assim, compreender, em especial: o que era ensinado na disciplina de História da Civilização nesse período, e como era ensinado o conteúdo histórico, ao se considerar a abordagem e os recortes do conteúdo e os indícios da metodologia empregada pelo professor. A aluna Thetis Nunes, posteriormente, tornou-se professora de História do ensino secundário e superior por mais de cinco décadas, além de autora de um conjunto diversificado de obras nas áreas da História de Sergipe e da História da Educação. Assim, ao estudar o caderno escolar de uma aluna secundarista construímos caminhos da história do ensino de história no Brasil, da história do ensino secundário, e também conhecemos mais da própria história da profissão docente, suas escolhas e suas construções memorialísticas.
Em diálogo com as artes literária e cinematográfica, este artigo aposta na infância da leitura e da es- crita como “germe de vida” para a invenção de si e de mundo. A infância, não como uma etapa de um ciclo de vida, mas como “condição de experiência”, como (des)limite da/na linguagem que, com sua força, desestabiliza práticas sociais, inclusive práticas escolares de escrita e leitura. Assim, trata- mos da produção de um corpo leitor-escritor como experiência primordial que abrange uma cognição encarnada e um tempo de ressonâncias que não é o tempo cronológico dos relógios, do capital, e do desenvolvimento. Vivemos um tempo acelerado e, quando refletimos sobre as práticas de escrita e leitura escolares, tal aceleração, vinculada à necessidade de produtividade, dispersa a atenção sobre como se escreve e como se lê. Diante disto, nos perguntamos: o que pode a escola no que diz respeito à constituição desse corpo leitor-escritor? Apostamos que ela pode muito, pois esta mesma escola é um dos poucos lugares em que, mesmo atravessado pela disciplinarização dos corpos e aceleração da vida, seja possível uma certa suspensão do tempo e do espaço mercadológicos.
O presente estudo analisa atividades pedagógicas experimentais que priorizam práticas de leituras em instituições escolares, por meio de espaços de trocas de livros, leituras coletivas, experiências artísticas e compartilhamento de experiências leitoras com crianças e estudantes universitárias, em um projeto de pesquisa e extensão que tem como campo de atuação as escolas públicas. O foco de análise são as práticas de leituras a partir de aspectos relacionados aos respectivos usos que considerem a forma e os objetos, os suportes e objetivos imbricados no ato de ler. Para isso, são considerados os "protocolos de leitura" (Chartier, 1996) e as “significations plurielles et mobiles” (Chartier, 2002a). A abordagem teórica e metodológica admite que as práticas de leituras produzem sentidos, mobilizam o corpo que interage com o livro, consigo e com o(s) outro(s), ou seja, posições corporais que, por sua vez, ocupam um lugar, e práticas circunscritas, em consonância com os hábitos culturais de um tempo.
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