Em 2004, um livro incomum foi lançado nos Estados Unidos: And it don't stop: the best american hip-hop journalism of the last 25 years. Organizado pela jornalista Raquel Cepeda, especializada em música e com experiência de trabalho na MTV News, The Village Voice e revista Vibe, a iniciativa de reunir em uma única edição o que de melhor se produziu na cobertura jornalística sobre o hip-hop aponta não apenas para aspectos deste movimento cultural mas, sobretudo, para questões relativas ao próprio fazer jornalístico.Em finais dos anos 70, o hip-hop começa a ganhar as páginas dos jornais. Pouco se sabia sobre sua força e continuidade, mas a partir desse momento os conceitos de identidade, gênero, raça, classe e cultura seriam transformados. Tratando o tema das culturas urbanas contemporâneas, especialmente a cultura juvenil, por meio do hip-hop em suas várias manifestações, o livro apresenta uma seleção de artigos escritos por pessoas que testemunharam a chegada do tema aos veículos da mídia, não apenas aqueles especializados em música, mas também a grande imprensa americana.Ainda sem tradução no Brasil, And it don't stop aborda, de maneira inovadora, os primórdios dessas reportagens e entrevistas, desde o primeiro artigo escrito sobre a dança break, até os mais recentes eventos e personalidades musicais relacionados ao movimento -histórias contadas não apenas por jornalistas especializados mas, sobretudo, por escritores e testemunhas oculares que relataram e vivenciaram a geração hip-hop.O livro está organizado em três partes, com prefácio escrito por Nelson George e uma introdução escrita pela organizadora, em que retoma vários momentos significativos em termos de cobertura musical no período retratado pelo livro. A primeira parte é chamada "1980s: Looking for the perfect beat" e é composta por sete artigos, do break ao rap, escritos por jornalistas diversos, entre eles Sally Banes, Bill Adler e John Leland.A segunda parte, denominada "1990s: Pop goes the weasel", apresenta relatos e entrevistas com personalidades da cena hip-hop, escritos por Carol Cooper, Kevin Powell, David Kamp e Touré, entre outros jornalistas, compondo um mosaico distribuído em 17 artigos. A terceira e última parte, chamada ornalismo e culturas urbanas juvenis J Rosana de Lima Soares Doutora em Ciencias da Comunicacao pela ECA-USP e professora nos cursos de graduação e pós-graduação desta mesma Escola.
Começamos este artigo com as palavras do poeta para arriscar dizer que o professor é um fingidor. A filosofia, em sua definição de amor à sabedoria, faz dele amigo da sabedoria. Amigo, todos sabemos, não é apenas aquele que reconhece nossas qualidades mas também nossos defeitos e que, apesar deles e por causa deles, ainda assim nos admira e respeita. É do ofício de professor especialmente aquele voltado para a reflexão filosófica e suas áreas correlatas que trataremos neste artigo.A essência do trabalho acadêmico é comumente definida como ser especialista em determinada área do conhecimento. Mas como trabalhar este conhecimento de forma a não apenas depositá-lo e cobrá-lo, mas realmente elaborá-lo? E mais: como transformar esse conhecimento em saber, sonho e desejo da filosofia? Para ensaiar uma resposta a essas questões, Palavras-chave: ensino/aprendizagem; saber; filosofia; comunicação Abstract: This article aims to discuss the teaching/learning process, considering the concepts of some contemporary philosophers in order to reflect on this role and its implications. A philosophical approach will also be used to reflect on the challenges and responsibilities of preparing the students to act as critical citizens and active professionals in the different fields of knowledge.
A frágil reflexão acadêmica sobre teorias e procedimentos de crítica de mídias no Brasil demonstra um primeiro sinal de vitalidade quando observamos que, apesar de esporádicas, as publicações sobre essa problemática vêm compondo um quadro cumulativo. No universo midiático tem sido a televisão que mais provoca diferentes tipos de crítica (acadêmica, jornalística e popular-social), em especial em relação aos seus programas de ficção, com destaque para as telenovelas -raras as críticas e os estudos sobre como fazer a crítica de telejornais, programas de humor, de esporte, de auditório ou reality shows. Este estudo tem caráter introdutório, como parte de um projeto de pesquisa maior sobre critérios ou modos de crítica de mídias, inspirado na história de como tradicionalmente o fizeram a crítica de cinema e de literatura.Palavras-chave: Mídias; Crítica; Cultura. ABSTRACTThe weak reflection on academic theories and procedures of media criticism in Brazil demonstrates a first sign of life when we observe that, although sporadic, scientific publications about this issue compose a cumulative framework. In the media universe, television is the subject that causes the most different types of criticism (academic, journalistic and popular-social), especially in relation to its fictional programs, especially soap operas -there are only few studies on how to critique newscasts, sitcoms, sports, tv shows or reality shows. This study is preliminary as part of a larger research project on criteria or modalities of media criticism, inspired by the history of how film and literature criticism have been traditionally done.
LIMA SOARES, R. Aids and the press: a narrative approach. Interface -Comunicação, Saúde, Educação, v. 2, n.2, 1998.The present work aims to present narrative constructions about Aids published in 31 articles in the Brazilian newspaper Folha de S. Paulo in 1994 and 1995. The articles were selected out of random sample. Analysis of the texts was carried out based on the Sciences of Language, pointing out how the narratives about Aids are built. The following language theories were used during the analysis: F. Saussure's linguistics theory, A. J. Greimas's narration semiotics, C.-L. Strauss's ethnology and J. Lacan's Freudian psychoanalysis. These articles about Aids can be divided into three major groups: State, Science and Homosexuality. Each group involves a wide range of articles with different approaches which converge to two basic points: evil versus good. The disease and the sick are presented as having images of "sin" and "damage". Science is presented as the redeemer which freeds people from evil and is capable of "curing" and "saving". The basic structure of the narrative about AIDS is, therefore, impregnated with religious and mystic images, that is, sin and salvation, the sinner and the saved.KEY WORDS: Aids; public health; narration theory Este artigo busca apresentar as construções narrativas e discursivas sobre a Aids em 31 matérias publicadas no jornal Folha de S. Paulo durante os anos de 1994 e 1995, selecionadas a partir de uma amostra aleatória. A partir das teorias constituintes das Ciências da Linguagem (a teoria lingüística, a semiótica narrativa e discursiva a partir de A. J. Greimas, a etnologia e a psicanálise freudiana, na releitura de J. Lacan), a leitura dos textos jornalísticos desloca-se da área das Ciências Sociais para a área de confluência das correntes teóricas voltadas para a linguagem, indicando como estão construídas as narrativas sobre a Aids nos textos analisados. As análises indicam a configuração de três grandes grupos temáticos nas matérias estudadas: Estado, ciência e homossexualidade. Cada um dos grupos engloba matérias com abordagens diversas, mas sua confluência se faz, finalmente, em dois grandes eixos: a oposição mal x bem, compondo a doença e o doente como recobertos por imagens de "pecado" e "dano", e a ciência como a redentora destes males, capaz de "curar" e "salvar". A estrutura básica do discurso da Aids reveste-se, assim, de configurações imaginárias relacionadas ao domínio do religioso e do místico: o pecado e a salvação, o pecador e o salvo.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.