RESUMO As novas biotecnologias da reprodução têm se configurado como agentes capazes de instabilizar aquilo que entendemos por vida humana. Neste ambiente, pesquisas envolvendo células-tronco têm pautado artigos acadêmicos e matérias nos principais jornais e revistas do mundo. Os argumentos variam entre a ufania acerca do poder emancipatório da tecnologia e um temor quanto à ausência de limites para conter avanços indesejáveis. Em meio a tais controvérsias, propomos, com base na Teoria Ator-Rede, traçar uma cartografia das redes que fazem circular e acabam por produzir aquilo que entendemos por vida humana, na medida em que esta parece se abrir em turbulência diante das novas biotecnologias da reprodução. Buscamos seguir mediadores em seus desvios e produzir um relato a partir da análise das controvérsias bioéticas a envolver as pesquisas com células-tronco embrionárias. As controvérsias rastreadas nos conduziram a uma forte articulação entre mídia, novas biotecnologias da reprodução e uma lógica mercadológica. Palavras-chave: redes, controvérsias, células-tronco, vida humana, mídia.
RESUMO: A Teoria Ator-Rede (TAR) foi gerada nos estudos de sociologia da ciência e da tecnologia e tem sido usada em outros campos, como a arquitetura. Porém, ainda existem dificuldades de compreensão e transposição dos conceitos propostos, principalmente pelo seu caráter inovador. Assim, este artigo discute o projeto de arquitetura, especialmente o processo de concepção, propondo uma abordagem a partir das noções da teoria. Considerando características do processo de concepção extraídas da literatura arquitetônica, propomos considerar o projeto como uma construção coletiva, em que humanos e não humanos se articulam ativamente, sustentando problema e solução. Neste caso, tratamos arquiteto como um "autor-rede", pois a autoria do projeto está mais ligada à capacidade de tradução -as associações realizadas -do arquiteto do que à concepção do objeto em si, reconhecendo a agência de outros atores. Sobre o processo, a proposta é estar atento às ações que ocorrem na prática, observando as estratégias utilizadas para incorporação de requisitos ao projeto, as traduções realizadas pelo arquiteto. Não é tanto olhar para o produto, mas para sua construção. Isso diz respeito também a considerar a edificação como um projeto em movimento, um fluxo contínuo de transformações. PALAVRAS-CHAVE:Teoria Ator-Rede (TAR); Concepção; Projeto Arquitetônico. ABSTRACT:The Actor-Network Theory (ANT) was developed by sociology studies of science and technology and has been applied to other fields, such as architecture. However, there are still difficulties in understanding and implementing of the concepts proposed, mainly because of its innovative character. Thus, this article reflects on the architectural project, especially concerning design, proposing an approach from the notions of the theory. Considering the design process features extracted from architectural research literature, we propose to consider the project as a collective construction, where human and non-human actively articulate, being both problem and solution. In this case, the architect is an "network-author", because the project authorship is more linked to the translation capacity of the architect than to the object design itself, recognizing the agency of other actors. About the process, the proposal is to be aware of the actions that occur in practice, watching the strategies used to incorporate requirements, translations carried out by the architect. It is about looking less for the product and more for its construction. What considers also the building as a moving project, a continuous stream of changes.
Resumo Este artigo, alinhado com a perspectiva sociotécnica, discute o entendimento de lugares em ação como laboratórios ou interfaces que aprendem e performam conhecimentos e que, além de modelados por diferentes “políticas ontológicas”, são, a um só tempo, situados ou localizados e globais. Se qualquer lugar também é global, é conveniente explorar como ele inclui Outros. Para tanto, recorremos às quatro espacialidades propostas por John Law e Annemarie Mol (a euclidiana, cuja prevalência tende a ser naturalizada, a de redes, a fluida e a do fogo). Para explicar como as espacialidades se produzem e se misturam nos lugares em ação e recrutam Outros aliados, exploramos os processos de fabricação da Arena do Morro em Natal, no Rio Grande do Norte, e do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, dois projetos-lugares em ação que, além de locais, regionais e globais, são dispositivos “móveis imutáveis”, “móveis mutáveis” e “imóveis mutáveis”, territórios contestados que não podem ser reduzidos àquilo que “são” ou “significam”.
Turismo de base comunitária à luz da teoria ator-rede: novos caminhos investigativos no contexto brasileiro Este artigo enfoca a necessidade de uma nova problematização teórica e conceitual do turismo de base comunitária ou turismo comunitário (TBC) no Brasil, explorando a teoria ator-rede como uma via possível nesse sentido. Para tanto, propõe-se contribuir para essa reflexão por meio de um breve relato da pesquisa empírica desenvolvida na Rede Cearense de Turismo Comunitário (TUCUM-Brasil), com o objetivo de descrever as suas dinâmicas de articulação e composição do TBC. Por essa perspectiva, foi possível identificar elementos não-humanos que operam nessa rede de atores. O estudo sinalizou, ainda, a importância do conceito de associação para o rastreamento de múltiplas conexões possíveis entre os atores envolvidos no TBC, na Rede TUCUM. Assim, a teoria ator-rede permitiu analisar as dinâmicas do TBC, sublinhando os movimentos de reinvenção dessa prática no contexto brasileiro. Palavras-chave: Brasil; teoria ator-rede; turismo de base comunitária.
Videomonitoramento e seus efeitos na cidade: cartografia de redes sociotécnicas em diferentes espaços urbanosA partir do campo da Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) e dos fundamentos da Teoria Ator-Rede (TAR), o presente artigo busca abordar a associação entre videomonitoramento, produção de segurança e políticas públicas, mediante a descrição de práticas contemporâneas de vigilância articuladas aos processos de construção de redes sociotécnicas. Parte-se das publicações de estudos sobre videovigilância realizados no Rio de Janeiro, Chapecó e Bruxelas, com o objetivo de apresentar e discutir algumas experiências da instalação de câmeras de videomonitoramento, com foco em temas controversos. A cartografia das controvérsias realizada permite identificar as singularidades bem como os aspectos comuns entre as experiências nos diferentes espaços urbanos abrangidos, as quais possibilitam levantar questões que contribuem para a discussão sobre o videomonitoramento e políticas públicas contemporâneas de segurança, assim como seus efeitos de subjetividade e sociabilidade. RESUMO PALAVRAS-CHAVE:Videomonitoramento; vigilância; violência; segurança pública; cartografia de controvérsias.Theory, this paper discusses the association between video-monitoring, security production and public policies, through the description of contemporary surveillance practices, articulated to the processes of construction of sociotechnical networks. We take as a starting point published studies on video-surveillance developed in Brazil -Rio de Janeiro and Chapecó (SC) -and in Belgium (Brussels), in order to present and discuss some experiences that followed the installation of surveillance cameras, focusing on controversial themes, such as the motivation for the installation of video-monitoring, the effectiveness of its use, the current conceptions of safety. We developed a cartography of controversies which allowed us to identify singularities as well as common issues between the experiences in different public spaces. It also allowed to raise questions that might contribute to the discussion of video-monitoring and contemporary public policies aiming to provide safety, as well as the effects produced on subjectivity and sociability processes. ABSTRACT
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