Turismo de base comunitária à luz da teoria ator-rede: novos caminhos investigativos no contexto brasileiro

Abstract

Turismo de base comunitária à luz da teoria ator-rede: novos caminhos investigativos no contexto brasileiro Este artigo enfoca a necessidade de uma nova problematização teórica e conceitual do turismo de base comunitária ou turismo comunitário (TBC) no Brasil, explorando a teoria ator-rede como uma via possível nesse sentido. Para tanto, propõe-se contribuir para essa reflexão por meio de um breve relato da pesquisa empírica desenvolvida na Rede Cearense de Turismo Comunitário (TUCUM-Brasil), com o objetivo de descrever as suas dinâmicas de articulação e composição do TBC. Por essa perspectiva, foi possível identificar elementos não-humanos que operam nessa rede de atores. O estudo sinalizou, ainda, a importância do conceito de associação para o rastreamento de múltiplas conexões possíveis entre os atores envolvidos no TBC, na Rede TUCUM. Assim, a teoria ator-rede permitiu analisar as dinâmicas do TBC, sublinhando os movimentos de reinvenção dessa prática no contexto brasileiro. Palavras-chave: Brasil; teoria ator-rede; turismo de base comunitária.

Turismo de base comunitária na Amazônia: potencialidades e perspectivas da atividade na região Beira-Amazonas, Amapá – Brasil

“…No Brasil, as primeiras iniciativas do turismo com características culturais e elementos das comunidades locais, que passou a ser conhecido como Turismo de Base Comunitária -TBC, ocorreram na última década do século XX (BURSZTYN; BARTHOLO, 2012;GRACIANO;HOLANDA, 2020;MORAES et al, 2020). Com estas peculiaridades, de cada local, saberes e povos, bem como, suas dinâmicas, o TBC não pode ser moldado com base em um modelo idealizado e generalizado para todo e qualquer contexto socioeconômico (MORAES et al, 2020).…”

\'\'Nós vamos >i<hackear>/i< o turismo!\'\' Entre roteiros, \'\'quebradas\'\' e resistências na cidade de São Paulo

“…Existem os que abordam o "turismo comunitário" ou "turismo de base comunitária" como "estratégias" de "comunicação social de populações tradicionais" para viabilizar seus modos de vida, caso do estudo de Sampaio (2008, p.247), e Moraes et al (2017, p.619) que entendem também como estratégias "para a garantia de manutenção e de preservação de territórios" (MORAES et al, 2017). Uma das primeiras articulações de TBC no Brasil é descrita por Moraes et al (2020):…”

“…Muitos estudos realizados por universidades, de trabalhos de conclusão de cursos às teses, pesquisas coletivas em grupos de estudos vêm tratando do tema. Não diferente, as disputas conceituais iriam despontar, tal como explana Moraes et al (2020) que aponta controvérsias baseadas na polaridade entre o compromisso "social" e o reconhecimento da importância econômica dessa prática (MORAES et al 2020, p.151).…”

“…Para assim retomar e se aprofundar no debate sobre o agenciamento do turismo, captado por meio de falas verbalizadas, atos e práticas narradas pelos meus interlocutores.própria cidade de São Paulo, igualmente estrangeiros, alguns estudantes de universidades europeias, pessoas interessadas nas discussões de patrimônio cultural, memória e periferia, artistas, músicos, militantes, entre outros. sociais, ONGs, agências de cooperação internacional, governos fazem frente às forças que detém poder, recursos, riquezas conforme observaMoraes et al (2020).Outras possibilidades de se olhar tais atividades é pensar que tais ações estão a "escovar o turismo a contrapelo", conforme destacaramRodrigues et al (2020, p. Pretendo fazer um breve apontamento, referindo-me a seguir a minha pesquisa de mestrado, realizada na Vila de Barra do Una, Peruíbe, estado de São Paulo, entre os anos de 2013 e 2015. A vila, à época, lócus de minha pesquisa, está localizada em uma área natural protegida, regida pela lei Nº 9985, que versa sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação.…”

“…circuito também não é linear, não se propõe início e fim, dado que as escolhas são negociadas, pactuadas entre as pessoas que vão compondo o circuito.Como destacam as autorasMoraes et al (2020), lugares são "inventados, reinventados, esquecidos, declinados". No caso desta pesquisa, muitos são ressignificados, muitas vezes levantando embates, tensões, fricções.…”