Apresentação durante o ano de 2007, a Canadian BroadcastingCorporation -CBC -, como parte do programa IDEAS, realizou uma série de 24 entrevistas, apresentadas por Paul Kennedy, com o intuito de refletir sobre uma questão intrigante: "How to think about Science?" (como pensar a ciência), nome dado ao programa 1 . No prefácio que introduz as entrevistas, david Cayley, entrevistador e idealizador do programa, esclarece que "How to think about Science" começou com uma intuição que dizia que tanto a prática científica quanto sua recepção pública estão vivenciando mudanças dramáticas. Para Cayley, passamos a viver em um mundo que se assemelha cada vez mais a um experimento científico não controlável, em um momento no qual questionamos o papel da ciên-cia como fonte de certeza, predição e controle.Por outro lado, como afirma Cayley, a ciência, como espaço de produção de conhecimento, tem sido cada vez mais desmistificada. As sociedades modernas acreditavam que a ciência era a forma mais verdadeira e legitima de conhecer, ordenar e controlar o mundo. todas as coisas tornaram-se objeto da ciência, mas a ciência em si mesma escapou ao estudo científico. No entanto, nos últimos anos, esse panorama tem passado por grandes transformações. Uma nova área acadêmica denominada Science Studies que, desde a década de 70, reúne antropólogos, historiadores, sociólogos, filósofos e cientistas, tem se dedicado ao estudo das formas através das quais o conhecimento científico é produzido e institucionalizado.as entrevistas realizadas por Cayley oferecem uma introdução fascinante sobre como a ciência tem sido repensada em nossos tempos, no âmbito dos Science Studies, pelos pesquisadores mais renomados dessa área de estudos. dentre eles estão autores que, também no Brasil, têm sido importantes para repensar a psicologia e áreas afins como a medicina e a psiquiatria.das 24 entrevistas realizadas, quatro foram traduzidas e serão publicadas na Revista Psicologia & Sociedade. Os autores Ian Hacking, Margareth lock, allan Young e Richard lewontin foram escolhidos devido a sua importância internacional no campo dos Science Studies; pelas temáticas das entrevistas que são de interesse particular para a área da psicologia, da psiquiatria e das biomedicinas; e pela repercussão que os estudos de tais pensadores possuem no Brasil, influenciando o trabalho de muitos pesquisadores.temos o prazer de iniciar esta série com a entrevista de Ian Hacking, filósofo da ciência canadense e professor emérito da Universidade de toronto e do College de France. Hacking é autor de inúmeros livros e artigos e considerado um dos filósofos da ciência mais importantes de nossos tempos. Seu trabalho inicial sobre a emergência do pensamento probabilístico e estatístico no ocidente tornou-se referência para todos os estudiosos da sociedade do risco.
Durante o ano de 2007, a Canadian BroadcastingCorporation -CBC -, como parte do programa IDE-AS, realizou uma série de 24 entrevistas, apresentadas por Paul Kennedy, com o intuito de refletir sobre uma questão intrigante: "How to Think About Science?" (como pensar a ciência), nome dado ao programa 1 . No prefácio que introduz as entrevistas, David Cayley, entrevistador e idealizador do programa, esclarece que "How to Think About Science" começou com uma intuição que dizia que tanto a prática científica quanto sua recepção pública estão vivenciando mudanças dramáticas. Para Cayley, passamos a viver em um mundo que se assemelha cada vez mais a um experimento científico não-controlável, em um momento no qual questionamos o papel da ciência como fonte de certeza, predição e controle.Por outro lado, como afirma Cayley, a ciência, como espaço de produção de conhecimento, tem sido cada vez mais desmistificada. As sociedades modernas acreditavam que a ciência era a forma mais verdadeira e legítima de conhecer, ordenar e controlar o mundo. Todas as coisas tornaram-se objeto da ciência, mas a ciência em si mesma escapou ao estudo científico. No entanto, nos últimos anos, esse panorama tem passado por grandes transformações. Uma nova área acadêmica denominada Science Studies que, desde a década de 70, reúne antropólogos, historiadores, sociólogos, filósofos e cientistas, tem se dedicado ao estudo das formas através das quais o conhecimento científico é produzido e institucionalizado.As entrevistas realizadas por Cayley oferecem uma introdução fascinante sobre como a ciência tem sido repensada em nossos tempos, no âmbito dos Science Studies, pelos pesquisadores mais renomados dessa área de estudos. Dentre eles estão autores que, também no Brasil, têm sido importantes para repensar a psicologia e áreas afins, como a medicina e a psiquiatria.Das 24 entrevistas realizadas, quatro foram traduzidas e serão publicadas na Revista Psicologia & Sociedade. Os autores Ian Hacking, Margaret Lock, Allan Young e Richard Lewontin foram escolhidos devido a sua importância internacional no campo dos Science Studies; pelas temáticas das entrevistas que são de interesse particular para a área da psicologia, da psiquiatria e das biomedicinas; e pela repercussão que os estudos de tais pensadores possuem no Brasil, influenciando o trabalho de muitos pesquisadores.A entrevista a seguir, com Margaret Lock, é a terceira da série. Lock é antropóloga da medicina, professora do
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