Relato de Caso | Case RepoRt INTRODUÇÃOA esclerite posterior é uma forma rara de esclerite que, apesar da sua grande morbidade, apresenta uma grande dificuldade no seu diagnóstico. Definida como um processo inflamatório da esclera posterior até a ora serrata com sintomas que, frequentemente, simulam outras condições, sendo uma doença pouco diagnosticada (1)(2)(3) .Como em outras formas de esclerites, a dor é um sintoma importante e a visão pode ser gravemente afetada. Além do quadro clínico, a ecografia B mostra-se de grande utilidade para confirmar o diagnóstico, achados ecográficos são muito comuns e fundamentais para o acompanhamento desses casos (1,2) , principalmente quando não há sinais fundoscópicos.Em geral acomete mais mulheres (60 a 70%) que homens, entre 40 e 59 anos, sendo bilateral em 5% dos casos e com recorrências frequentes. Podendo estar associada à esclerite anterior em 43,5%, principalmente na forma difusa (4)(5)(6) .A esclerite posterior pode ser idiopática ou estar associada a uma doença sistêmica em até 40% dos casos. Causas infecciosas podem estar presentes, como herpes zoster, herpes simples, tuberculose e sí filis. Porém, a artrite reumatóide é descrita como sendo a associação mais comum. Outras vasculites sistêmicas como granulomatose de Wegener também podem ser uma causa (7,8) .O tratamento depende do diagnóstico correto e, em casos mais graves e não responsivos ao tratamento convencional com drogas anti-inflamatórias, pode ser necessário o uso de drogas imunossupressoras para o controle do quadro ocular (9,10) .Uma abordagem multidisciplinar desses casos, muitas vezes, é necessária. Sendo uma avaliação clínica geral e uma investigação laboratorial precoce de extrema importância. O encaminhamento para o reumatologista é aconselhável para cooperação no diagnós-tico e tratamento.O processo inflamatório escleral pode ser potencialmente devastador. O não reconhecimento e não tratamento dessa condição pode comprometer a visão de maneira rápida e irreversível. RELATO DE CASOA.M.B., sexo feminino, 71 anos. Iniciou quadro de baixa acuidade visual (AV), hiperemia e dor no olho direito (OD) há dois meses, desde então, com diagnóstico e tratamento de conjuntivite. Referia ser "pré-diabética" controlada com dieta, sem uso de medicação hipoglicemiante. Negava hipertensão arterial sistêmica e trauma.A AV era de movimentos de mãos frente os olhos em OD e de 20/25 em OE. À biomicroscopia, o OD apresentava quadro de esclerite anterior difusa, com grande congestão dos vasos episclerais superficiais e profundos, ausência de reação de câmara anterior (RCA), pressão intraocular normal e pseudofacia sem complicações. O olho esquerdo (OE) mostrava-se sem alterações.A fundoscopia do OD (Figura 1) mostrava um descolamento se roso da retina com descolamento periférico da coroide e ausên-cia de roturas retinianas. O vítreo estava claro com raras células in flamatórias. Havia um edema do disco óptico importante com si nais compatíveis com oclusão da veia central da retina (OVCR) com he morragias retinianas superf...
Relato de Caso | Case RepoRts INTRODUÇÃOA síndrome de fibrose sub-retinina difusa é uma doença rara que se caracteriza por inflamação crônica do vítreo com lesões subre tinianas branco-amareladas no polo posterior e média periferia. Estas podem coalescer e formar largas placas de fibrose, podendo progredir e envolver todo polo posterior (1) . Sendo considerada como parte de um grupo de condições que recebem a denominação de síndrome dos pontos brancos.Excetuados raros casos em que conseguimos definir um agente ou uma causa específica, como a sarcoidose, a tuberculose ou mesmo a lues; na sua grande maioria, estas uveítes são rotuladas como idiopáticas ou autoimunes. Alguns relatos mostram associação com doença viral e história prévia de trauma ou cirurgia ocular, sendo que alguns autores a consideram como uma variante da oftalmia simpática (2,3) . CASO 1E.B.S, 45 anos, masculino, em tratamento de uveíte crônica com baixa da acuidade visual (AV).A AV era de movimentos de mãos diante do olho direito (OD) e de 20/25 no olho esquerdo (OE). À biomicroscopia do OD, havia 3+ de células e 2+ de "flare" na câmara anterior e a fundoscopia revelava um vítreo turvo (2+), com muita celularidade e placa sub-re tiniana peripapilar e em feixe papilomacular, com alguma exsudação sub-retiniana; múltiplos focos de coroidite profundos em média pe riferia e fibrose subjacente (Figura 1). O OE mostrava-se sem sinais de uveíte.Hemograma normal, toxoplasmose IgG reagente (IgM não reagente), VDRL (Venereal Disease Research Laboratory) e FTA-Abs (Fluorescent Treponema antigen absorvent) negativos, teste tuberculínico (PPD) não reator, velocidade de hemossedimentação de 2 mm, citomegalovírus IgG reagente, Epstein Baar IgG reagente, eletroforese de hemoglobina e fatores de coagulação normais, tomografia computadorizada de crânio, órbitas e tórax sem alterações, sorologia para toxocaríase não reagente, HIV 1 e 2 negativo Após exclusão das causas infecciosas, foi iniciada prednisona 80 mg/dia e realizada injeção intravítrea de acetato de triancinolona no OD.A prednisona foi mantida por cerca de 60 dias e a dose reduzida de forma lenta e gradual, com atenção ao risco de acometimento contralateral. Com esse tratamento, o quadro inflamatório respondeu de forma favorável; no entanto, apesar da lesão sub-retinina não ter progredido, houve pouca melhora da AV, mantida ao final com 20/400 no OD. CASO 2J.A.S, 25 anos, masculino, com quadro de uveíte bilateral crônica e recidivante. Apresentando um início unilateral (OE) com progressão contralateral (OD) após um ano de evolução.A AV do OD era 20/40 e do OE de conta dedos a dois metros. À biomicroscopia, havia precipitados ceráticos do tipo "mutton fat" em ambos os olhos, sendo que alguns já se apresentavam pigmentados. A fundoscopia do OD revelava numerosas placas pequenas, na maioria atróficas, neovascularização periférica e descolamento de retina tracional. Vítreo turvo, mas com ausência de células inflamatórias. O OE mostrava placas atróficas mais centrais e maiores e com alguma exsudação sub-retin...
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