Relato de Caso | Case RepoRts INTRODUÇÃOA síndrome de fibrose sub-retinina difusa é uma doença rara que se caracteriza por inflamação crônica do vítreo com lesões subre tinianas branco-amareladas no polo posterior e média periferia. Estas podem coalescer e formar largas placas de fibrose, podendo progredir e envolver todo polo posterior (1) . Sendo considerada como parte de um grupo de condições que recebem a denominação de síndrome dos pontos brancos.Excetuados raros casos em que conseguimos definir um agente ou uma causa específica, como a sarcoidose, a tuberculose ou mesmo a lues; na sua grande maioria, estas uveítes são rotuladas como idiopáticas ou autoimunes. Alguns relatos mostram associação com doença viral e história prévia de trauma ou cirurgia ocular, sendo que alguns autores a consideram como uma variante da oftalmia simpática (2,3) . CASO 1E.B.S, 45 anos, masculino, em tratamento de uveíte crônica com baixa da acuidade visual (AV).A AV era de movimentos de mãos diante do olho direito (OD) e de 20/25 no olho esquerdo (OE). À biomicroscopia do OD, havia 3+ de células e 2+ de "flare" na câmara anterior e a fundoscopia revelava um vítreo turvo (2+), com muita celularidade e placa sub-re tiniana peripapilar e em feixe papilomacular, com alguma exsudação sub-retiniana; múltiplos focos de coroidite profundos em média pe riferia e fibrose subjacente (Figura 1). O OE mostrava-se sem sinais de uveíte.Hemograma normal, toxoplasmose IgG reagente (IgM não reagente), VDRL (Venereal Disease Research Laboratory) e FTA-Abs (Fluorescent Treponema antigen absorvent) negativos, teste tuberculínico (PPD) não reator, velocidade de hemossedimentação de 2 mm, citomegalovírus IgG reagente, Epstein Baar IgG reagente, eletroforese de hemoglobina e fatores de coagulação normais, tomografia computadorizada de crânio, órbitas e tórax sem alterações, sorologia para toxocaríase não reagente, HIV 1 e 2 negativo Após exclusão das causas infecciosas, foi iniciada prednisona 80 mg/dia e realizada injeção intravítrea de acetato de triancinolona no OD.A prednisona foi mantida por cerca de 60 dias e a dose reduzida de forma lenta e gradual, com atenção ao risco de acometimento contralateral. Com esse tratamento, o quadro inflamatório respondeu de forma favorável; no entanto, apesar da lesão sub-retinina não ter progredido, houve pouca melhora da AV, mantida ao final com 20/400 no OD. CASO 2J.A.S, 25 anos, masculino, com quadro de uveíte bilateral crônica e recidivante. Apresentando um início unilateral (OE) com progressão contralateral (OD) após um ano de evolução.A AV do OD era 20/40 e do OE de conta dedos a dois metros. À biomicroscopia, havia precipitados ceráticos do tipo "mutton fat" em ambos os olhos, sendo que alguns já se apresentavam pigmentados. A fundoscopia do OD revelava numerosas placas pequenas, na maioria atróficas, neovascularização periférica e descolamento de retina tracional. Vítreo turvo, mas com ausência de células inflamatórias. O OE mostrava placas atróficas mais centrais e maiores e com alguma exsudação sub-retin...
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