Busca-se neste trabalho fazer uma contextualização do potencial das agroflorestas agroecológicas para a reconexão entre ser humano e natureza a partir de uma breve análise histórica fundamentada na percepção sobre o rompimento do metabolismo (fratura metabólica) entre esses elementos. Essa análise segue apontando diferentes formas de agricultura – invisibilizadas e constantemente pressionadas para sua extinção – em que os processos ecológicos são percebidos e utilizados para a produção. Discute-se a resiliência dessas agriculturas a partir de aspectos socioeconômicos da Agricultura Familiar e, nesse contexto, foram trazidos alguns fundamentos de práticas agroflorestais agroecológicas, apontando para sua capacidade de integração entre processos ecológicos e culturais na efetivação de uma forma de produção de alimentos que aproxima humanidade e natureza. Propõe-se, a partir dessa análise, caminhos para a reconexão da fratura metabólica entre esses elementos.
Este artigo tem como objetivo principal analisar a prática do exercício interdisciplinar da Turma XIII da Linha Ruralidades, Ambiente e Sociedade do Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento (PPGMade/UFPR). Sua justificativa se baseia na urgência e necessidade de construir pesquisas e práticas interdisciplinares, capazes de trazer novos elementos para compreender e intervir na complexa problemática socioambiental. Metodologicamente, consiste em uma análise do processo com base no relato da experiência do grupo, sistematizado no formato de um “projeto coletivo” sob a luz das teorias da interdisciplinaridade. Como resultado, destaca-se a caracterização das principais singularidades da abordagem metodológica do programa, especialmente a construção de um projeto coletivo e interdisciplinar que leva aos temas das teses individuais. Além disso, dificuldades na auto-organização dos discentes, falta de condições materiais, uma tendência de educação bancária e uma cultura de competição, que impera em boa parte do sistema de ensino brasileiro, foram diagnosticados como limites centrais do exercício em questão. Porém, ainda que contenha contradições, a experiência da Linha do Rural da Turma XIII é, ao menos, uma tentativa de rompimento com a hiperespecialização e construção de processos coletivos e interdisciplinares que pode servir como referência para outras práticas interdisciplinares, sobretudo aquelas vinculadas às questões socioambientais, como as discussões em torno do desenvolvimento sustentável.
This research aims to identify the influence of two paradigms, namely colonial thinking and postcolonial thinking, on the valuation of native fruits, The sample was composed of six groups of farmers from the agroecology center Luta Camponesa Nucleus, which is linked to the agroecology network Rede Ecovida de Agroecologia, and the methodological procedures were based on the principles of action research. It concludes that the colonial thinking contributes to the elimination of native fruits, as a result of epistemicide, the advancement of the green revolution, and the food empires. On the other hand, the postcolonial thinking valorizes native fruits, especially through the ecology of knowledges, agroecology, and short circuits.
A pesquisa teve como objetivo principal analisar o processo de construção participativa e uso de indicadores para caracterização socioambiental de espécies de frutas nativas como uma referência metodológica para outros processos agroecológicos. Sua justificativa se baseia na urgência do resgate e promoção de um processo de domesticação de plantas que promova a sociobiodiversidade. O público foi composto por seis grupos de agricultores do Núcleo Luta Camponesa, localizado na região centro sul do Estado do Paraná. O método utilizou princípios da pesquisa-ação. Como resultado, destaca-se a seleção e caracterização socioambiental de sete espécies de frutas nativas prioritárias, bem como a construção dos principais limites e oportunidades para a valorização destas espécies. Além disso, a pesquisa apresenta três aprendizados fundamentais para processos e práticas agroecológicas em outros territórios: evitar a especialização e construir processos que funcionem como um continuum interdependente; valorizar a participação e o conhecimento dos agricultores envolvidos no processo via diálogo de saberes e; priorizar ações que deem materialidade a mudança do cenário a partir das condições disponíveis.
Esta pesquisa tem como objetivo identificar as principais estratégias de multiplicação das espécies arbóreas nativas do bioma Mata Atlântica, ou simplesmente frutas nativas, e propor um caminho para estimular sua promoção. O público foi composto por seis grupos de camponeses do Núcleo Luta Camponesa da Rede Ecovida de Agroecologia, localizado na região centro-sul do estado do Paraná-BR. Os procedimentos metodológicos usaram os princípios da pesquisa-ação e foram compostos por quatro fases complementares. A primeira buscou problematizar a importância das frutas nativas e escolher as espécies prioritárias, enquanto a segunda teve focoem caracterizar, de forma participativa, os aspectos socioambientais das frutas nativas prioritárias. Destacam-se como resultados a identificação dos sistemas agroflorestais como melhor estratégia para multiplicação no contexto pesquisado, bem como a elaboração de um guia que pode subsidiar o resgate e a multiplicação de tais espécies em outros territórios. Tal guia é baseado na seguinte sequência: i) resgatar olhares para as frutas nativas; ii) partir do que existe nos agroecossistemas; iii) trocar sementes e mudas com agricultores de outros contextos; iv) plantar nas paisagens que os agricultores manejam.
Este ensaio tem como objetivo, a partir da perspectiva do grupo modernidade/colonialidade, analisar a estrutura e o funcionamento do sistema/mundo colonial/moderno e sua repercussão na natureza, expressos na ideia de colonialidade da natureza. A justificativa é baseada na urgência de visibilizar, valorizar e (re)construir relações entre seres humanos e natureza que vá além da lógica da dominação/exploração. Para isso, foram elaborados mapas mentais e quadros sínteses para explicar as ideias-forças de sete conceitos-chaves: sistema/mundo colonial/moderno; colonialismo; colonialidade; resistências; decolonialidade; colonialidade da natureza; e decolonialidade da natureza. Como reflexões preliminares, destaca-se a identificação de dois paradigmas contraditórios do sistema/mundo: o primeiro, pautado no colonialismo e na colonialidade, conduz um projeto de morte para a América Latina, enquanto o segundo, alicerçado nas resistências latino-americanas e na decolonialidade, visa construir projetos que promovam vida para a região.
Esta pesquisa parte da premissa de que é imprescindível a promoção de processos de domesticação de plantas que valorizem a diversidade biológica e cultural do planeta, pois está em curso um modelo de globalização hegemônica que vem causando prejuízos para a sociobiodiversidade em vários territórios. Nosso objetivo foi construir e usar, de forma participativa e com base nos princípios da agroecologia, indicadores para caracterização socioambiental de matrizes de espécies arbóreas frutíferas nativas do bioma Mata Atlântica. O método utilizou princípios da pesquisa-ação e o público foi formado por grupos de camponeses do Núcleo Luta Camponesa da Rede Ecovida de Agroecologia do estado do Paraná. Destaca-se como resultado a seleção de 42 matrizes de sete espécies de frutas nativas, bem como o apontamento que a agroecologia tem potencial para (re)construir processos de domesticação de plantas, de modo a valorizar a sociobiodiversidade, incluindo as frutas nativas.
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