The definition of the psychoanalytic method as an investigational method of unconscious processes allows for the interrogation of what would be the different possibilities and the listening devices available to psychoanalysis when it aims to research social phenomena. Around this question, the present article intends to explore the main methods of capturing the history of individuals, namely, the biography/autobiography, the testimony and the oral history, in order to identify the convergences and divergences of each one of these methods in relation to the psychoanalytical proposition. Based on such analysis, we endorse the narrative memoir as a genre that resembles the psychoanalytical clinical case construction, inasmuch as it considers the subjective and political dimensions that pervade the unconscious processes, without ignoring the dimension of the real displayed in the points of fiction, fixation and fantasy displayed in the researched stories.
RESUMOEste trabalho tem por objetivo mapear alguns dos conceitos que servem de fundamentação teórica para a pesquisa Curso de vida e trajetória delinquencial: um estudo exploratório dos eventos e narrativas de jovens em situação de vulnerabilidade (IEAT/UFMG). Partimos de uma breve conceituação dos objetos da pesquisa, a saber, adolescências, violência e criminalidade, para então chegarmos às formas de apreensão escolhidas, tendo como referência os campos da psicanálise, a partir da noção de narrativas, e o da sociologia, a partir da trajetória. Por fim, realizamos uma breve consideração acerca do desafio epistemológico de se construir tais conceitos em uma abordagem transdisciplinar.Palavras-chave: Adolescências. Violência. Criminalidade. Trajetória. Narrativa. Transdisciplinaridade. ABSTRACTThis work aims to explore some of the concepts that establish the theoretical foundation for the research "Life course and criminal trajectory: an 1
Partimos do objetivo de refletir sobre os efeitos da entrada em vigor da lei 12.711/2012 e de suas nomeações no campo social brasileiro a partir de duas proposições. Primeiramente, justificamos a necessidade histórica de sua implementação com enfoque na centralidade da questão racial na formação social do Brasil. Em seguida, exploramos algumas das consequências positivas que sua implementação traz para o contexto universitário, tanto do ponto de vista demográfico/estatístico quanto do ponto de vista epistêmico. Para tanto, nos apoiamos na experiência de articulação do Grupo de Estudos Pretos (GEP) da PUC Minas para demonstrar em que medida a experiência coletiva exerce a função de ativar um lugar epistêmico que tensiona os modos de produção de saberes universitários. Constatamos que o giro epistemológico provocado pelo grupo efetiva a vocação democrática da universidade pública e instiga o pensamento crítico, plural, e não-homogêneo que fundamenta suas aspirações científicas e seu compromisso social.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) representa um importante avanço ao conferir ao menor de idade, antes objeto de intervenção do Estado em nome de um ideal de ‘bem-estar’ no Código de Menores, o estatuto de um sujeito portador de plenos direitos e deveres. No que diz respeito ao jovem autor de ato infracional, no entanto, identificamos que o reconhecimento da autoria pode dar margem a riscos e desvios de interpretação que podem surgir no momento em que se acopla a noção de autor à concepção de ‘crime’, podendo, pois, produzir a ideia de um sujeito criminal, como proposto por Michel Misse. Se de um lado o termo autor localiza o adolescente na posição de sujeito, de outro, ele pode aprisionar o jovem dentro de determinada discursividade circunscrita e limitada ao ato infracional que ele cometeu. Pretendemos, assim, no presente artigo, primeiramente, localizar o tema da autoria no ECA, dialogar com a construção da ideia de autor na sua interface com a apreensão do leitor, a partir de teorização de Foucault em articulação com a psicanálise freudo-lacaniana, e por fim, pensar dispositivos que ofereçam novas forças de inscrição para este autor que, muitas vezes, escapam dos nós aprisionados/aprisionantes das cadeias de associação discursiva.
Partimos do objetivo de refletir sobre os efeitos da entrada em vigor da lei 12.711/2012 e de suas nomeações no campo social brasileiro a partir de duas proposições. Primeiramente, justificamos a necessidade histórica de sua implementação com enfoque na centralidade da questão racial na formação social do Brasil. Em seguida, exploramos algumas das consequências positivas que sua implementação traz para o contexto universitário, tanto do ponto de vista demográfico/estatístico quanto do ponto de vista epistêmico. Para tanto, nos apoiamos na experiência de articulação do Grupo de Estudos Pretos (GEP) da PUC Minas para demonstrar em que medida a experiência coletiva exerce a função de ativar um lugar epistêmico que tensiona os modos de produção de saberes universitários. Constatamos que o giro epistemológico provocado pelo grupo efetiva a vocação democrática da universidade pública e instiga o pensamento crítico, plural, e não-homogêneo que fundamenta suas aspirações científicas e seu compromisso social.
O presente texto pretende, a partir de visita à obra clássica de Eça de Queiroz (1880/1963), O mandarim, localizar elementos deste romance fantástico que pos-sam nos oferecer pistas de trabalho, em ato literário, para compreender alguns con-ceitos da teoria psicanalítica freudo-lacaniana. Considerando que a associação entre o desejo inconsciente e a sedução diabólica é desde Freud uma constante, inter-rogamos, a partir do recurso do pacto, utilizado por Queiroz, as implicações e os desdobramentos clínico-teóricos a partir de três pontos conceituais. São eles, em particular, a questão das movimentações narcísicas que marcam um sujeito no inte-rior do par dialético insatisfação e busca de realização; o conceito de gozo como o que se inscreve, além do princípio de prazer; e a dimensão da culpa que se realiza via masoquismo face à não assunção do sujeito pela responsabilidade quanto ao seu desejo e que se localiza no personagem principal do romance no campo do maso-quismo moral.
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